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By Ferramentas Blog

domingo, 15 de maio de 2011

65- AVULSO BIOGRAFIA- FÁBIO LOPES DOS SANTOS LUZ


FÁBIO LOPES DOS SANTOS LUZ

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Nasceu em Valença, sul da Bahia, no ano de 1864.
Passou a infância e a adolescência naquela cidade, ingressando na Faculdade de Medicina da Bahia em 1883.
Como estudante de medicina, abraçou a causa republicana e engajou-se no movimento abolicionista.
Concluido o curso médico, em 1888, mudou-se para o Rio de Janeiro, iniciando suas atividades profissionais na Hospedaria de Imigrantes, em Pinheiros.
Além de médico, foi inspetor escolar.
Algum tempo depois instalou consultório no bairro do Méier, onde conquistou a admiração e o respeito da comunidade local, graças a dedicação com que cuidava de seus clientes, sobretudo os mais pobres e desprotegidos da sorte.
Seu desprendimento na luta contra as doenças endêmicas que castigavam o Rio de Janeiro serviu de exemplo para seus contemporânios.
Aderiu ao anarquismo libertário. 
“Sendo um intelectual de classe média (um “burguês”, como se definia), e considerado nos meios intelectuais da elite carioca, o médico baiano não se furtava a militar no anarquismo e a sonhar com a revolução social”.
Assim sendo, Fábio Luz se engajava nas lides trabalhisas, realizando conferências e palestras e militando na imprensa operária, onde escreveu crônicas e artigos.
Na área da educação, patrocionou um projeto conhecido como “Universidade Popular”, dedicado à formação científica e política do proletariado. Tal projeto incorporou vultos proeminentes da vida literária e intelectual do Rio de Janeiro, a exemplo de Elísio de Carvalho, Felisberto Freire, Rocha Pombo, Evaristo de Morais, Pedro Couto, José Veríssimo e alguns outros.
“Por outra parte, sempre fiel à idéia anarco-comunista de que a formação de uma mentalidade anárquica na sociedade é requisito indispensável para a eclosão e o sucesso de uma autêntica revolução social, transformava a literatura em outro campo de educação política, discussão social e propaganda anarquista. Para isso, a par de sua colaboração na imprensa ácrata, desenvolveu uma fértil atividade literária, ao escrever romances e novelas de temática social e de orientação anárquica. Foi assim um dos pioneiros do romance social no Brasil. Entre seus textos literários mais destacados mencionamos “Ideólogo” e “Os Emancipados”, romances; e “Nunca” e “Manuscrito de Helena”, novelas. “
Pertenceu a Academia Carioca de Letras e a outras instituições culturais. 
Em todos os meios em que conviveu, nunca deixou de propagar o anarquismo e suas idéias anáarquicas.

FONTE BIBLIOGRÁFICA:
Fábio Luz- Disponível em http://www.nodo50.org/insurgentes/textos/brasil/17fabioluz.htm.Acesso em 13 de maio de 2011.

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OUTROS  ANARQUISTAS NO BRASIL

Edgard Leuenroth 1881-1968
Leuenroth nasceu no estado de São Paulo, Brasil. Subiu todos os degraus da vida sozinho. Foi balconista, aprendiz de tipógrafo, jornalista, arquivista, diretor-fundador de jornais e deixou-nos uma antologia: Anarquismo - Roteiro da Libertação Social. Escreveu e publicou milhares de artigos e alguns folhetos, inclusive traduções. Em 1904 foi atraído para a questão social e logo passou a fazer parte do jornal "O TRABALHADOR GRÁFICO". No ano seguinte foi colaborador no jornal anarquista "A TERRA LIVRE", sob a direção de NENO VASCO, com quem aprendeu muito. Trabalhou ao lado de José Romero, Manuel Moscoso e outras figuras do anarquismo que se destacaram nas primeiras décadas do século 20. Foi redator da "FOLHA DO POVO ", e pouco depois passou a publicar (1909) "A Lanterna", segunda fase, de que foi diretor . Em 1917, fundou "A PLEBE", jornal que em 1919 chegou a ser publicado diariamente, e anos depois ajudou a fundar e foi diretor do jornal "VANGUARDA OPERÁRIA" diário da tarde, em São Paulo. Por doença teve de deixar o acervo da "Cooperativa Gráfica" que sustentava o jornal e pertencia aos anarcossindicalistas do Brasil, à guarda de João da Costa Pimenta (que nessa ocasião aproveitou para se passar para o P.C.B.) e dessa forma os trabalhadores e os anarquistas viram "sumir" tudo que lhes pertencia: máquinas, arquivos e documentos. Dentro do Movimento Operário, Leuenroth foi dos mais ativos, orador fluente nos comícios públicos e sindicatos. Participou como organizador delegado, dos Congressos estaduais de São Paulo e dos nacionais, realizados no Rio de Janeiro, em 1906, 1913 e 1920. Esteve também presente ao "Congresso Nacional Anarquista" do Rio de Janeiro e "Sul-Americano Contra a Guerra" em 1915. Foi preso por suas idéias várias vezes, sendo a mais longa em 1917 - durante a greve geral de São Paulo - quando foi acusado de autor intelectual da insurreição, que colocou a capital paulista em pé de guerra. Edgard Leuenroth divulgou o anarquismo até a morte. E, quando parecia que nada tinha a fazer, ele organizava o arquivo que conseguiu salvar das investidas policiais, por longos anos. Ciente e consciente de que o precioso material (era talvez o único de vida estável e com lugar bastante para esconder) recolhido entre os companheiros de idéias, nas redações dos jornais e outras publicações que lhe foram entregues para guardar, pelo movimento; (na falta de lugar seguro e apropriado), produto do esforço econômico e físico de centenas de intelectuais e operários anarquistas, como ele, de diversos países, Edgard chegava a ser demasiadamente rigoroso na sua defesa e conservação. Quando pressentiu a morte, teve o cuidado de fazer um "BREVE TESTAMENTO MANUSCRITO", onde inclui como "herdeiros" desse precioso acervo para defendê-lo e usá-lo em favor de suas idéias e do Movimento Anarquista, cinco pessoas da sua confiança. Faleceu e sua família à princípio disposta a cumprir a sua última vontade, acabou franqueando o arquivo a Foster Dules (escritor americano) e depois de troca de "favores" e de "certas promessas em dólares não cumpridas", o "Testamento" de Edgard Leuenroth foi deliberadamente ignorado pela sua família e acabou, na falta de melhor oferta, sendo negociado com a Universidade de Campinas. Resta hoje, desgosto dos homens de idéias que contribuíram com seus tostões e o seu esforço físico e intelectual, para que tais publicações existissem.

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José Oiticica 1882-1957
José Rodrigues Leite e Oiticica nasceu em Oliveiras, Minas Gerais, foi criado em Alagoas e faleceu no Rio de Janeiro. Advogado, médico, professor catedrático, dramaturgo, poeta, escritor, jornalista, filósofo, musicista, filólogo, gramático, dominava 16 idiomas, anarquista desde 1912. Oiticica foi várias vezes preso, deportado para Alagoas (1918), para as ilhas das Flores e Rasa (1925/27) e conheceu algumas vezes as estrebarias, como ele chamava a Polícia Central. Foi incontestavelmente um sábio que desceu do seu pedestal para lutar ao lado dos trabalhadores. Fez conferências nas suas associações, derramou seus conhecimentos nos salões dos sindicatos, participou das greves e foi preso, mais de uma vez, por lutar a seu lado. Gigante em saber, modesto na sua posição social, José Oiticica mereceu de Astrojildo Pereira - fundador do P.C.B. em 1922 - que viria a se transformar no seu maior inimigo, esta poesia: Jamais se apaga em nós esta fé, ó irmão e amigo! Na grande idéia azul porque todos sofremos: Mesmo nas horas débeis de melancolia, ou sob a ameaça do mais rude perigo, os nossos corações, como heraldos supremos, erguem-se no peito - em hurras a Anarquia! Forçados pela grandeza do seu talento, do seu saber, os políticos do Rio de Janeiro colocaram o nome do anarquista José Oiticica, numa rua em Campo Grande.

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Gigi Damiani 1876-1953
Damiani, nasceu na Itália e veio para o Brasil, com Giovani Rossi e outros libertários fundar a Colônia Cecília, no Paraná, em 1890. No ano de 1893, seu nome aparece ao lado de Piero Riva, dirigindo IL LAVOTERO, e no ano de 1898, colaborava com Alfredo Mari, no IL RISVEGLIO. Em 1904, publica O DESPERTAR (em português) com ajuda de J. Buzzitti e ainda era correspondente do semanário anarquista, lançado em S. Paulo por Oresti Ristori, no mês de junho. LA BATAGLIA, como era chamada essa publicação, sacudiu as teias de aranha dos políticos, atraindo Gigi Damiani que veio para S. Paulo em 1918, para intergrar o grupo redator. E achou pouco, ainda foi colaborar com Neno Vasco em A TERRA LIVRE. Com a expulsão de Oresti Ristori, Damiani assumiu a direção de La Bataglia, até 1913. Depois mudou o título para LA BARRICATA com a ajuda de Alexandre Cherchiai. Mas como o jornal ainda assim era muito visado pela polícia, por um acordo com Florentino de Carvalho, apareceu com os títulos: GERMINAL - LA BARRICATA, em português e italiano. Em 1917, Damiani vai colaborar no jornal A PLEBE que chegou a ser diário em S. Paulo, e em 1919, foi expulso para a Itália. Em seu país de novo, começa publicando FEDE, colaborou em GUERRA SOCIALE e UMANITÁ NOVA, chegando a ser seu diretor. Gigi Damiani foi um excelente jornalista, poeta esmerado, escreveu peças de teatro, vários opúsculos e deixou centenas, milhares de textos espalhados por mais de 20 países. José Oiticica, ao saber da morte de Damiani, escreveu em AÇÃO DIRETA do Rio de Janeiro: "Foi este homem honrado, este anarquista incorruptível que o doutor-policial Virgílio do Nascimento expulsou do Brasil em 1919, sem processo (sério) ou culpa formada".

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