segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

198- JOSÉ ÁLVARES DO AMARAL

198- JOSÉ ÁLVARES DO AMARAL
SALVADOR (BAHIA) EM 1815
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Nasceu em Salvador, no ano de 1771 (?). Cursou na Escola de Cirurgia da Bahia, a qual se transformou, anos depois, na Faculdade de Medicina da Bahia, a primeira a ser criada no Brasil.
Em 29 de dezembro de 1815, foi nomeado Lente substituto de Patologia e Terapêutica Cirúrgica, tomando posse em 17 de março de 1816, na Santa Casa de Misericórdia, onde passou a funcionar a Escola de Cirurgia (com o nome de Colégio Médico Cirurgico da Bahia).
Foi Secretário do Colégio Médico Cirúrgico desde sua instalação (início de 1816, até 1825).
Foi Lente interino da cadeira de Operações e Partos, durante o período de 1818 a 1819; Lente proprietário da referida cadeira (1824 até a data de sua morte, em 1825 ou 1826).
Diz Carvalho Filho que “entre os poucos alunos que freqüentaram a Escola de Cirurgia da Bahia, nesse período primitivo do ensino médico entre nós, mais se distinguiram José Álvares do Amaral, que mais tarde foi lente, e Manuel José Bahia.(1)
Observa Sá Oliveira que, nos documentos que consultou, não conseguiu encontrar as datas do nascimento e de morte do Prof. José Álvares. É possível que tenha falecido em 1826, pois “conforme a Carta Imperial de 24 de maio daquele ano, o Dr. Antônio Torquato Pires foi nomeado Lente da Cadeira de “Instituições Cirúrgicas, Operações e Partos”, que tinha requerido”(2).

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
1.       Carvalho Filho, José Eduardo Freire de- Notícia Histórica Sobre a Faculdade de Medicina da Bahia. Bahia, 1909.
2.       Sá Oliveira, Eduardo de – Memória Histórica da Faculdade de Medicina da Bahia, Concernente ao ano de 1942. Bahia, 1992.


APÊNDICE
“ALUNOS NAS MEMÓRIAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA” (III)
(REFORMA DE 1815)
(Texto resumido do original extraído de Souza e Azevedo, Eliane Elisa de – Memória Histórica (1996-2007). Feira de Santana, 2008).
PAISAGEM URBANA DO BRASIL  EM 1808
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“Em cumprimento às determinações da Carta Régia de 1815, organizou-se um sistema de ensino de Medicina com cinco anos de duração, constituido de “cadeiras” (disciplinas), distribuidas ao longo dos diversos anos. O mentor intelectual dessa Reforma, tão enaltecida na Memória de 1854, foi o baiano Dr. Manoel Luiz Álvares de Carvalho, que, na época, exercia o cargo de “Physico-mor Honorário e Diretor Geral dos estudos médico-cirúrgicos de todo o Reino Unido” e era médico pessoal de D. João VI. As diversas referências de elogios à pessoa do Dr.Manoel Carvalho revelam, também, sua sensibilidade especial em relação aos alunos, por ter instituído  “prêmios” aos que melhor se distinguissem. Traduzindo seu entusiasmo acadêmico, a premiação instituída consistia na doação de livros de sua propriedade. Nasceu assim, o reconhecimento público do mérito e respectiva premiação aos alunos do curso médico na Faculdade de Medicina da Bahia. A revista “Archivo da Faculdade de Medicina da Bahia” em seu vol. III, página 43, ano 1918, esclarece ter sido a primeira premiação concedida após reunião de Professores em 14 de Dezembro de 1817, sendo contemplados os alunos Francisco de Paula Araújo e Almeida, Fortunato Cândido da Costa Dormund, Francisco Marcelino Gesteira, Jonathas Abbott  (Diretor interino de 1855-1857) e Manuel Antonio Pires, os quais, em solenidade própria, receberam a doação de livros, entregue pelo Dr. Jozé Avelino Barbosa. O aluno primeiro citado, Francisco de Paula Araújo e Almeida, viera, posteriormente, a ser Diretor de sua Faculdade de Medicina da Bahia (1836-1844), e os demais, tornaram-se lentes da mesma instituição, à exceção de Manuel Antonio Pires. Percebe-se, assim, o justo reconhecimento de dedicação à vida acadêmica iniciada desde os tempos de estudantes e continuada no exercício do magistério nesta mesma Faculdade.
A melhoria do ensino médico promovida pelo Dr. Manoel Carvalho
Foi devidamente aplaudida pela Congregação através ato deliberativo específico concedendo-lhe, em 13 de dezembro de 1916, o título de “Creador e Fundador do Collegio”.
Em relação os alunos, a referida Carta Régia instituía que para efetuação da matrícula no Curso de Cirurgia tornava-se obrigatório saber ler e escrever. Subentende-se que, essa habilidade passou a ser testada. Não apenas isso, mas aqueles alunos que também soubessem  Latim ou Geometria era permitido “matricularem-se logo no 1º e 2º annos”. Conhecer as línguas francesa e inglesa também passou a ser exigência, porém com certa tolerância, pois os conhecimentos de francês somente seriam testados antes da matrícula do 2º ano e os de inglês antes da matrícula do 3º ano. Desse relato conclui-se que o sistema de matrícula dos alunos também mudou, passando a ser anual, e não mais composto de uma única matrícula para todo o curso. Dois anos depois, 1817, os alunos passaram a ser submetidos a exame de língua francesa antes da matrícula do 1º ano e assim permaneceu. Sendo a França, à época, famosa matriz da ciência médica e a principal nutridora local de conhecimentos médicos, compreende-se a antecipação das exigências em relação ao domínio de língua francesa.
Os alunos aprovados nos cinco anos do Curso de Cirurgia recebiam o título de “Cirurgiões Aprovados” e esse título dava-lhes “licença somente para praticar a cirurgia”. Para a obtenção do título de “Cirurgião Formado” o profissional teria que freqüentar o curso por mais um ano “repetindo as matérias do 4º e 5º annos” e também ser novamente aprovado com distinção. Ao receber o título de Cirurgião Formado, o novo médico era de imediato considerado “Membro do collegio e opositores das respectivas cadeiras”. Portanto esse 6º ano opcional foi precursor do Internato.
Em 1829 existiam 17 alunos. O corpo docente contava com 7 lentes,1 substituto exercendo as funções de Secretário, sem receber subsídios para essa função, e tendo o expediente da instituição sob suas custas. Nesse mesmo ano, a Congregação resolveu, em 16 de dezembro, que o Colégio Médico-Cirúrgico deveria eleger, entre seus membros, um que presidisse os trabalhos daquele órgão, sendo então eleito “Director o Dr. Jozé Avelino Barosa”.  Primeiro Diretor da FAMED cujo mandato foi exercido de 1829 a 1833.”

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