245- LUIZ ANSELMO DA FONSECA
LUIZ ANSELMO DA FONSECA
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Nasceu em Salvador, no ano de 1842 (4).
Sarcástico, “a ele se atribuem inúmeros ditos de espírito, como de que,”os baianos só se reúnem para a morte” (1).
Grande abolicionista, escreveu “A Escravidão, o Clero e o Abolicionismo”, na qual tenta provar que o clero da época, não defendeu, como devia, a abolição da escravatura nem lutou pela causa dos oprimidos.
Ocupou, na Faculdade de Medicina da Bahia, os seguintes cargos: Preparador interino de Física (1882-1883); Professor Adjunto, por concurso, da cadeira de Higiene e História da Medicina (1883); Lente de Física Médica (1891-1901); Professor da cadeira de Higiene (1914).
Diretor do Hospital de Febre Amarela (hoje Hospital Couto Maia), de 1880 a 1889, membro do Conselho Sanitário do Estado; vereador do município de Salvador (1881 a 1884); professor de Psicologia, Lógica e História dos Métodos e Sistemas Filosóficos do Instituto Oficial do Ensino Secundário (1890), foi o Luís Anselmo da Fonseca destacado médico, professor , homem de letras e profundo conhecedor da língua portuguesa.
De sua autoria é o “Projeto para reforma do ensino secundário da Bahia”,bem como outros trabalhos sobre assuntos os mais diversos.
Mereceu de Caio Moura o seguinte elogio: “Na Bahia, não falando dos que fazem profissão de escrever, raros serão os que, mais do que o Prof. Fonseca, hajam escrito” (in Sá Oliveira, obra citada).
Sua Memória Histórica da Faculdade de Medicina, referente ao ano de 1891, é considerada uma das melhores, de quantas foram escritas. Nela, dentre outros comentários, destacamos o referente ao estilo livresco que caracterizava o ensino ministrado pelos professores da Faculdade de Medicina, até 1866, ano em que surgiu a “Gazeta Médica da Bahia”: “A verbosidade, mais ou menos abundante, a memória vigorosa, a facilidade de raciocinar sobre idéias abstratas, a destreza na dialética, a erudição, ainda que nem sempre muito profunda, os requintes do classicismo gramatical, o gosto teatral, a ênfase, as exclamações, eram as qualidades por excelência e os dotes de eleição que não podiam faltar aos que ambicionavam a admiração e o renome” (2).
Além de médico e professor, homem de letras e grande abolicionista, foi Anselmo da Fonseca filósofo e polemista notável.
A propósito do espírito polemista do Prof. Anselmo da Fonseca, disse Antônio Carlos Nogueira Brito: “Até onde foi possível estudar os episódios deploráveis, expostos ao público de maneira crudelíssima, são registradas magoadas e ásperas manifestações vinda do âmago do preclaro Dr. Luiz Anselmo da Fonseca. Por outro lado, as pesquisas continuadas que dizem respeito ao rumoroso affaire fazem saber do ilustre lente de Higiene e de outrem, expressões e atuações significativas e descomedidas de inconformismo, ambição, ingratidão, desprezo e, sobretudo, de carência de caridade, que, paradoxalmente, avigoram os lídimos atributos do Dr. Alfredo Brito” (4).
Faleceu em 1929.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
1. Calmon Teixeira, Luiz Carlos – Discurso de Posse – Anais da Academia de Medicina da Bahia. Volume 2, junho. Salvador, 1979
2. Cassiano Gomes – Manuel Vitorino, Médico e Cirurgião. Salvador, 1955.
3. Freire de Carvalho Filho, José Eduardo- Notícia Histórica sobre a Faculdade de Medicina da Bahia. Salvador, 1909. Disponível em http://www.historiaecultura.pro.br/cienciaepreconceito/lugaresdememoria/faculdadedemedicinadabahia.htm. Acesso em 13 de novembro de 2009.
4. Nogueira Brito, Antônio Carlos – Quebra de boas relações entre notáveis lentes da Faculdade de Medicina da Bahia no dealbar do ano de 1905.
5. Sá de Oliveira, Eduardo –Memória Histórica da Faculdade de Medicina da Bahia, concernente ao ano de 1942. Salvador, 1992.
LUIZ ANSELMO DA FONSECA
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