sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

288- RAMIRO OLYMPIO PINTO DE AZEVEDO (RAMIRO AZEVEDO)

288- RAMIRO OLYMPIO PINTO DE AZEVEDO
(RAMIRO AZEVEDO)
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Em 1886, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual foi deiplomado em 1891.
A luta anti- tuberculose na Bahia tem como pontos marcantes a Liga Contra a Tuberculose, o Dispensário Ramiro de Azevedo, o Preventório Santa Terezinha e o Instituto Brasileiro de Investigação da Tuberculose (IBIT), ou melhor, Ramiro de Azevedo, César de Araújo e José Silveira.
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A vida de Ramiro de Azevedo tem como ponto alto a Liga Bahiana Contra a Tuberculose e o Dispensário que, com muita justiça, leva o seu nome..
Disse Cezar de Araújo: “Ramiro de Azevedo, assim como algo das grande vocações de santo, a que nem ao menos faltara a sublimação do martírio, tocado, fundamentalmente, pela tragédia da peste branca, procurou congregar em torno de si, uma constelação de nomes de prol, no desígnio de organizar uma Liga Baiana contra a Tuberculose, que concorresse a opor embargos a uma situação deplorável, na matéria,, que nos entristecia e nos humilhava !” (1).
E continua: “Com ele, formaram, então, na identidade dos mesmos votos e na expansão dos mesmos anseios, Alfredo Brito, pai, Pinto de Carvalho, Gonçalo Moniz, Alfredo de Magalhães, Climério de Oliveira, Anísio Circundes, Mateus dos Santos, José Olimpio de Azevedo, Tillemont Fontes.
Assentaram que a primeira realização da empresa benemérita fosse a construção de um Dispensário. Começou assim, a cruzada magnífica, e, com ela, atividade afetiva e solícita de todos eles, fortalecida aos sagrados impulsos do patriotismo e da santa misericórdia. E trabalharam com inteligência, com alto empenho, com extraordinário entusiasmo, para agitar a opinião pública e para interessar os governantes” (Ibidem).
A pedra fundamental foi colocada em 22 de agosto de 1907   e o Dispensário  inaugurado em 14 de setembro de 1919.
Embora inaugurado, não foi possível colocá-lo em funcionamento, por falta de recursos para contratar o pessoal e adquirir os equipamentos necessários.
Somente em 1922, graças aos ingentes esforços dos abnegados fundadores da Liga, foi possível colocá-lo em condição de atender às necessidades da população.
O Dispensário, a partir de então, passou a servir como referência à luta contra a tuberculose na Bahia.
Falando no Salão Nobre da vetusta Faculdade de Medicina da Bahia, por ocasião do XII Congresso Pan-americano, em julho de 1960, disse o Prof. José Silveira “Foi neste local, ao chamamento de Ramiro de Azevedo, mártir da própria doença, com a participação direta dos mais eminentes mestres desta Casa, que se fundou a Liga Bahiana de Combate á Tuberculose, organização benemérita, que, durante longos anos, entreteve acesa a chama da campanha bendita e deixou para os pósteros, além dos seus magníficos exemplos um Dispensário que ainda hoje é o centro real da luta” (2).
Merece, pois, o reconhecimento e a gratidão da Bahia a obra pioneira, fruto do idealismo de Ramiro de Azevedo e de um punhado de abnegados colaboradores.
Faleceu, em pleno verão de sua existência, vitimado pela terrível doença.

FONTE BIBLIOGRÁFICA:
1.       Araújo, Cezar – Discurso proferido em 29 de maio de 1937, por ocasião da Inauguração das obras do novo Dispensário Ramiro de Azevedo, ampliado e provido de novas instalações. Publicado pela Imprensa Oficial da Bahia. Salvador, 1937.
2.       Silveira, José – A palavra do José. Salvador, 1978.
                           APÊNDICE (I)
O DISPENSÁRIO RAMIRO DE AZEVEDO
(PARTE DO DISCURSO PROFERIDO PELO PROF. CÉSAR DE ARAÚJO, NO DIA 29 DE MAIO DE 1937, POR OCASIÃO DA INAUGURAÇÃO DO DISPENSÁRIO RAMIRO DE AZEVEDO)
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“Faz muitos anos... Isso foi pelo já distante 1900 !
Ramiro de Azevedo, “assim como algo das grande vocações de santo”, a que nem ao menos faltava a sublimação do martírio, Ramiro de Azevedo, tocado, fundamente, pela tragédia da peste branca, procurou congregar em torno de si, uma constelação de nomes de prol, no desígnio de organizar uma Liga Baiana Contra a Tuberculose, que concorresse a opor embargos a uma situação deploração, na matéria que nos entristecia e nos humilhava !
Com ele, formaram, então, na identidade dos mesmos votos e na expansão dos mesmos anseios, Alfredo Brito, pai, Pinto de Carvalho, Gonçalo Moniz, Alfredo Magalhães, Climério de Oliveira, Anísio Circundes, Mateus dos Santos, José Olímpio de Azevedo, Tilemont Fontes.
Assemtara que a primeira realização da empresa benemérita fosse a construção de um Dispensário. Começou, assim, a cruzada magnífica, e, com ela, a atividade afetiva e solícita de todos eles, fortalecida aos sagrados impulsos do patriotismo e da santa misericórdia. E trabalharam com inteligência, com alto empenho, com extraordinário entusiasmo para agitar a opinião pública e para interessar governantes.
Nem foram pequenas as resistências a vencer, as dificuldades a transpor, as vicissitudes a enfrentar.
Gonçalo Moniz, um dos cruzados da boa causa, na sua primorosa oração de 1919, revocou, no brilho da sua frase polida, o que isso foi – verdadeira epopéia de esforço, de abnegação e de sacrifícios.
De fato. Efetuada a cerimônia da colocação da primeira pedra, em 22 de agosto de 1907, somente pôde ser inaugurado em 14 de setembro de 1919.
Dádivas de caridade, auxílios dos governos, tudo houve que servir ao ideal colimado.
Nessa fase, não se esqueçam, ainda, os nomes de Otávio Torres, de Garcez Fróes, de Oscar Freire, de Almir de Oliveira, de Euvaldo Diniz, de Álvaro de Carvalho, de Alberto Muelaert, de Raul Costa, de Antero de Azevedo e de tantos outros.
Inaugurado, entretanto, não pôde funcionar, regularmente, por falta de recursos que lhe consentissem pessoal indispensável e instalações suficientes.
Não assistiram a esse triunfo, envolvidos nos mistérios da eternidade, Joaquim Mateus dos Santos, um devotado, Ramiro de Azevedo, com o espírito de sacrifício e de renúncia dos apóstolos, Alfredo Brito, nome que por si só é todo um arquivo de glórias e de esplendores – a quem tanto deve a construção deste Dispensário e graças também, a cuja influência, junto à Provedoria da Santa Casa, foi que se edificou o Pavilhão de Tuberculosos, anexo ao Hospital Santa Izabel.
Somente em 1922, mercê da persistente diligência e do esforço de Alfredo Brito, filho, então presidente da Liga, pôde ele vir a funcionar afinal, como verdadeiro Dispensário antituberculoso, isso mesmo depois de algumas reformas, nas quais colaborou a munificência do Com. Martins Catarino e de sua Exma., fazendo além do serviço de assistência Propriamente médica, o de vigilância e de educação social, contando como contava.com cinco visitadoras monovalentes.”

                              
        NOSSA SAUDAÇÃO AOS MÉDICOS E
ESTUDANTES DE MEDICINA DE
 PORTUGAL
UNIVERSIDADE DE LISBOA
PORTUGAL

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