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302-SABINO LOBO DA SILVA
SABINO LOBO DA SILVA
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Nascido em Bonfim de Feira, município de Feira de Santana, em 11 de julho de 1892, sendo seus pais Faustino Almeida da Silva e Sabina Etelvina da Silva.
Aos 14 anos, mudou-se para Cachoeira, onde conseguiu um emprego de caixeiro de uma casa comercial.
“Sabino fora recomendado ao meu pai, Izidoro Lobo, consignatário em Cachoeira e primo de sua genitora. Com meus pais passava os domingos e encantava meus irmãos mais velhos com sua conversação variada e culta. O emprego proporcionava-lhe subsistência modesta. A certa altura, o dono e estabelecimento exigiu dele a varredura do passeio do empório. Altivo como devera, recusou-se a obedecer. Pressionado pelo patrão, abandonou o emprego, participando o fato ao meu pai que o acolheu, gostosamente, em nossa casa, até a consecução de novo emprego” (Renato Lobo, obra citada).
Amealhando alguma economia, transferiu-se para Salvador, onde terminou seus estudos, matriculando-se na Faculdade de Medicina da Bahia. Em 1912, diplomou-se em Odontologia. Em 1913, iniciou o curso médico, concluindo-o em 1919.
Em 20 de dezembro, colou o grau de doutor em Medicina, defendendo a tese “O fígado tuberculoso e o fígado dos tuberculosos”. Dentre seus colegas de turma, destacamos Eutrópio dos Santos Reis, Francisco Peixoto de Magalhães Neto e Luiz Regis Pacheco Pereira.
De 1921 a 1927, foi Professor substituto, por concurso, de Fisiologia. Em 1925, regeu, em caráter interinamente, a cadeira de Patologia Médica. De 1927 a 1934, foi Professor catedrático de Fisiologia (2ª cadeira). Em 1934, assumiu, por decreto, a cátedra de Clínica Médica, assim permanecendo até 1934.
“Sabino Silva inovou o ensino prático da Clínica Médica do seu tempo, dando autonomia aos assistentes que deixaram de ser “preparadores” das aulas, para terem participação viva no curso. Fez instalar na 3ª. Médica aparelho de Raios X autônomo e o primeiro eletrocardiógrafo, no Hospital Santa Izabel. Suas aulas eram primorosas. Não dissertava sobre temas, senão quando presentes, na Enfermaria, pacientes ao mesmo relacionados. Fazia a comunhão da prática clínica com o desenvolvimento teórico dos assuntos programados para o ano letivo. Publicava, nos jornais da cidade, parte de sua produção literária. Aos amigos mais próximos dava conhecimento de seu estro poético ou musical. A essa altura da vida, deliciava-se e aos familiares com melodias ao violino que substituiuo piston da mocidade, em Cachoeira.(Renato Lobo).
Afirmava que existia correlação entre infecção focal dentária e reumatismo articular agudo, e entre esquistossomose mansônica e nefropatia.
Possuia alentada biblioteca, tinha enorme cultura humanística e cultivava a música erudita.
Era poeta, sem ter publicado nenhum dos seus poemas. A única exceção é o que foi colocado em seu túmulo, cuja primeira estrofe é a seguinte:
“Feliz é o que semeia o bem no seu caminho.
Aprofundando a vida a modular um canto;
E para ante uma flor, um berço, uma ave, um minho,
Sem saber porque chora a dor de alheio pranto” (Academia).
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Faleceu em 10 de outubro de 1946, em seu gabinete, onde preparava uma de suas aulas.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
1. Bastos Freitas, Edson – Dr. Sabino Silva – Memória da Academia de Medicina de Feira de Santana. Feira de Santana, 2007.
2. Lôbo da Silva, Renato – Sabino Lôbo da Silva. Anais da Academia de Medicina da Bahia. Volume 1, Abril. Salvador, 1878.
3. Lôbo da Silva, Renato – Sabino Silva, um Professor Singular. Anais da Academia de Medicina da Bahia. Volume 10. Dezembro. Salvador, 1994.
4. Sá Oliveira, Eduardo – Memória Histórica da Faculdade de Medicina da Bahia, concernente ao ano de 1942. Salvador, 1992.
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