segunda-feira, 11 de abril de 2011

AVULSO- ALUIZÍO DA ROSA PRATA

 
 
ALUÍZIO DA ROSA PRATA

ALUÍZIO DA ROSA PRATA

 Geraldo Leite

Mineiro de Uberaba. Graduou-se em Medicina, pela Universidade do Brasil, em 1945.
Nas décadas de cinqüenta e sessenta do século passado, ressuscitou a Escola de Tropicalistas da Bahia, fundada por Wucherer, Silva Lima e Patterson. Nenhum professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia colaborou, como ele, para o soerguimento da pesquisa científica em nosso meio. Fez escola, na Bahia, em Belo Horizonte, em Brasília e em Uberaba.
Iniciou suas atividades acadêmicas na Bahia, precisamente na Faculdade de Medicina da Universidade Federal, e no Hospital Naval de Salvador. Seus primeiros discípulos e colaboradores datam daquela época. Rodolfo Teixeira, foi seu sucessor na cadeira de Clínica de Doenças Tropicais da Faculdade de Medicina da UFBa. Fato inédito: o Prof. Aluízio Prata, além de ter um discípulo como sucessor, seu sucessor teve outro discípulo de Aluízio Prata, como continuador. Em Brasília, para onde o Prof. Prata se transferiu, deixou,  outro discípulo, como sucessor.
Foi, e ainda é, um legítimo criador de escola, um dos maiores tropicalistas do Brasil, festejado nos maiores centros médicos nacionais e internacionais.
Na Faculdade de Medicina da Bahia, conquistou a Livre Docência em memorável concurso, quando defendeu tese sobre a biópsia retal na esquistossomíase mansônica. Com esse trabalho, pioneiro nos anais da parasitologia, demonstrou que o ovo do Schistosoma mansoni , ao ser posto pela fêmea, leva seis dias para amadurecer no hospedeiro definitivo, até ser arrastado pelo bolo fecal, com o miracídio vivo.
Dois anos depois,disputou a cátedra de Doenças Tropicais, em notável concurso de títulos e provas, no qual defendeu tese sobre “Aspectos Clínicos e Laboratoriais do Calazar na Bahia”.
Seus trabalhos de pesquisa fizeram o governo da Bahia convidá-lo para dirigir a Fundação Gonçalo Moniz.
Posteriormente, exerceu suas atividades acadêmicas na Universidade Nacional de Brasília.
Trabalhou em inúmeros projetos de estudo das doenças tropicais, notadamente esquistossomíase e leishmaníases. Teve presença marcante no Instituto Nacional de Endemias Rurais (INERu), no Departamento Nacional de Endemias Rurais (DENERu), no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (do qual foi fundador e primeiro diretor), na Universidade Federal da Bahia, na Universidade Nacional de Brasília e na Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro.
Até 2007, publicou duzentos e sessenta e cinco artigos em periódicos especializados, e cento e setenta e cinco trabalhos em anais de congressos. Possui trinta e sete capítulos de livros e sete livros publicados. Participou de setenta e cinco eventos no exterior e trezentos e oitenta e oito no Brasil. Orientou vinte e duas dissertações de mestrado  e três teses de doutoramento e participou de inúmeras bancas examinadoras de concursos para Livre Docência, Professor Titular e Doutorado.
Interagiu com seiscentos e tinta e nove colaboradores de trabalhos científicos na sua área de conhecimento.




FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

Leite, Geraldo- Reminiscências. Imprensa Universitária. Universidade Estadual de Feira de Santana. Feira de Santana, 2007.
Aluízio  Prata - Disponível em  http:/buscatextual.cnpq.br/buscatextual /visualizacv. jsp?id=K4780486 Y1. Acesso em 22 de  novembro de 2008.

ALUÍZIO PRATA



HOMENAGEM DA 3ª MOSTRA NACIONAL DE EXPERIÊNCIAS BEM-SUCEDIDAS EM EPIDEMIOLOGIA, PREVENÇÃO E CONTROLE DE DOENÇAS - 2003
 
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Além de ter uma trajetória profissional marcada pelo extensivo estudo de doenças infecciosas, o que contribuiu decisivamente para o controle de endemias brasileiras, Aluízio Prata é um dinâmico pesquisador de campo. Implantou áreas em zonas rurais para o estudo da doença de Chagas, esquistossomose, malária e leishmaniose tegumentar. Seus estudos, com especialização em Protozoologia, Helmintologia e Entomologia, contribuíram significativamente para o avanço da epidemiologia no Brasil.
Demonstrou o impacto do tratamento em massa com menores de 20 anos para evitar as formas graves da esquistossomose. Estudou e descreveu aspectos clínicos e epidemiológicos da “febre negra de Lábrea” e da “esplenomegalia tropical”, duas doenças desconhecidas até a década de 70.
Investigou o surto de febre amarela em 19 municípios do entorno do Distrito Federal em 1972 e realizou o Inquérito Nacional de Doença de Chagas.
Diretor da Fundação Gonçalo Moniz no período de 1961 a 1972, fundador e coordenador do Núcleo de Medicina Tropical e Nutrição da Universidade de Brasília, e chefe da Clínica de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Universidade de Medicina do Triângulo Mineiro, em Uberaba. Aluízio Prata atua como assessor do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) em áreas de controle das doenças infecciosas.
                                                                                                   


                      

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