SÃO CRISTÓVÃO, ANTIGA CAPITAL DE SERGIPE
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Nasceu em São Cristóvão, no dia 21 de janeiro de 1848 (para Liberato, em 1837...), sendo seus pais Henrique Jorge Rebelo e Carolina Freire do Prado.
Criou-se e educou-se na capital baiana, onde ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia e foi por ela diplomado em 1869, ocasião em que defendeu tese sobre “As Raças Humanas Descendem de Uma só Origem?”.
“Cedo revelou seus raros dotes intelectuais e, aos 15 anos de idade, dava provas do notável homem de letras que veio a ser” (2).
Graças aos seus dotes de inteligência, foi eleito orador oficial de sua turma de formandos.
No quarto ano médico, interrompeu os estudos a fim de prestar serviços médicos na Guerra do Paraguai.
“Polemista vigoroso, a sua pena dardejava sempre abundante luz nas justas literárias em que envolvia” (Ibidem).
Desde o nascimento foi envolvido por violento drama de família, razão pela qual foi enjeitado no sobrado de José Manoel Machado de Araújo. São palavras de Epifânio Dória: “Conta-se , não sei se é verdade, receio muito as informações colhidas na tradição oral, que era um dos seus mais vivos desejos conhecer sua genitora, cujo nome lhe ocultara sempre o severo genitor, sabendo apenas que era uma pessoa de importância. Certo feita apareceu-lhe na clinica uma senhora idosa, com a saúde ou a vida extremamente periclitante. Sem saber de quem se tratava, como que movido por um instinto cuja força não percebera, tomara vivo interesse pela enferma desconhecida. Sabendo que se tratava de uma pessoa de Sergipe, revelou o seu desejo de saber de quem descendia, na linha materna, esperançoso de colher algum informe da cliente. A imprudência fora auspiciosa, pois dera ensejo a que se conhecessem os dois: mãe e filho que se supunham estranhos” (2).
Na opinião de Epifânio Dória, “Eugênio Guimarães Rebelo foi uma das inteligências mais fulgurantes do Brasil” (Obra citada).
Formado, fixou residência no Paraná, onde desenvolveu intensa atividade como médico e homem de letras.
Em 1875, mudou-se para o Rio de Janeiro e na capital do Império exerceu a medicina e, por último, quase que exclusivamente o magistério.
Em 1883, voltou ao serviço militar no posto de 2º tenente do Corpo de Saúde da Armada, voltando à vida civil, um ano mais tarde, para se dedicar de corpo e alma aos deveres do magistério.
Foi nomeado, por concurso, lente catedrático de línguas na Escola Normal e na Escola Naval.
Aposentou-se em 1912 e a partir de então voltou às lides literárias, com fecunda produção e notável talento.
Participou (como representante do Brasil) de Congressos de Pediatria realizados em Paris e Bruxelas. Convidado a usar da palavra em nome do Brasil, tanto no Congresso de Paris quanto no de Bruxelas, eletrizou os congressistas com sua extraordinária oratória.
Pertenceu a várias instituições pedagógicas e literárias sendo, inclusive, cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa, por serviços prestados em campanha.
Faleceu no Rio de Janeiro, em 22 de outubro de 1922.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
Bittencourt, Liberato – Homens do Brasil-Sergipe. Rio de Janeiro, 1917.
Dória, Epifânio – Efemérides Sergipanas, vol. 2 – Aracaju, 2009.
Guaraná, Armindo – Dicionário Biobibliográfico Sergipano. Rio de Janeiro, 1927.
MÉDICOS ILUSTRES DA BAHIA E DE SERGIPE
Médicos de Sergipe ........................................ 108
Médicos da Bahia ............................................ 410
Total ............................................................... 518
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