sábado, 15 de janeiro de 2011

ANTÔNIO BEZERRA RODRIGUES LOPES

ANTÔNIO BEZERRA RODRIGUES LOPES


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Nasceu em 28 de novembro em 1890, em são Luiz do Maranhão. Passou sua infância na cidade interiorana de Grajahu e a adolescência em São Luiz , onde se empregou como prático de farmácia, revelando, desde já, sua inclinação pela ciência farmacológica (2).
Colou grau em Medicina,  1918, na Faculdade de Medicina da Bahia, tendo antes concluído o curso de Farmácia, na mesma Faculdade ( Para Sá de Menezes obra citada, a formatura em Medicina foi no ano de 1819).
Foi aluno laureado com o Prêmio Professor Manoel Victorino Pereira, por ter obtido a maior média global nas disciplinas e atividades do curso médico.
Foram seus colegas de turma: Eutrópio dos Santos Reis, Francisco Peixoto de Magalhães Netto,  Luiz Regis Pacheco Pereira, Moysés Gentil Pereira e Sabino Silva. Luiz Regis Pacheco foi político, chegando a Governador da Bahia. Os depois, foram professores da Faculdade (2)
Durante os anos de 1915 e 1916, quando cursava o 2º e o 3º anos do curso médico, foi nomeado Interno de Clínica Otorrinolaringológica.
Em 1919, retorna ao Maranhão, onde entra em contato com com os selvagens do Raraguaya e toma conhecimento da nossa flora.
Regressa à Bahia, em 1920 e em 1º de outubro do mesmo ano tomou posse como Secretário interino da Faculdade, mediante concurso.
Em 1925, foi designado Professor substituto de Terapêutica e de Farmacologia e Arte de Formular.
Logo em seguida, conquistou a Cátedra de Farmacologia e, como Professor catedrático desta disciplina, permaneceu até 1937, ano do seu falecimento.
Exerceu, com igual brilho, o magistério no curso de Farmácia, sendo Professor interino de Farmácia Química (1929), Farmácia Galênica e Farmácia Química (1930-1935) e Professor privativo de Farmácia Galênica, por concurso, nos anos de 1936 e 1937.
Disse o Prof. Sá Oliveira:“O Dr. Bezerra Lopes, quando aluno, foi laureado,e, como professor, aureolado, pelo seu profundo conhecimento científico, conduta impecável, espírito de justiça irredutível, caráter altivo, coração nobre”.
Na vida pública, foi vereador e prefeito da capital baiana.
Em 1937, ano do seu falecimento, era Professor catedrático de Farmacologia no curso de Medicina, Professor privativo de Farmacologia Galênica no curso de Farmácia, vereador, e prefeito de Salvador.

             
FONTE BIBLIOGRÁFICA:

1.     Sá Oliveira, Eduardo de – Memória Histórica da Faculdade de Medicina da Bahia, concernente ao ano de 1942.- Gráfica Universitária. Universidade Federal da Bahia, 1992.
2.     Silveira, José- Antonio Bezerra Rodrigues Lopes – Sinópse Informativa, Universidade Federal da Bahia. Ano II, No II, outubro de 1978.Salvador.
3.     Tavares-Neto, José – Formados de 1812 a 2008 pela Faculdade de Medicina da Bahia. Feira de Santana, 2008.

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                                                       APÊNDICE I
(Extraído de Silveira, José- Antonio Bezerra Rodrigues Lopes – Sinópse Informativa, Universidade Federal da Bahia. Ano II, No II, outubro de 1978 .Salvador )

O PROFESSOR


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“A sua atuação  no Magistério atestam-no os seus inúmeros alunos. Era o didata  por excelência.
Transmitindo a várias gerações os novos conceitos da Farmacologia, no sentido da Farmacodinâmica, iniciando uma nova época com a fase da Farmacologia Experimental, revelando sempre uma capacidade inventiva, improvisando aparelhos, vez que a nossa Faculdade não possuía equipamento destinado às experiências nas aulas práticas, até então limitadas à Farmácia Galênica.
Pode e deve ser considerado o introdutor da Farmacodinâmica na Faculdade de Medicina da Bahia. Bezerra foi um homem bom, justo e reto. Ninguém o excedeu no cumprimento do dever e no conceito de justiça.
Na Escola de Farmácia, exerceu a liderança, fundando a Sociedade de Farmácia da Bahia, ao lado de Tobias Neto, Ferreira Gomes, Djalma Carvalho , Secundino de Brito, Gothardo de Araújo e outros.
Na Faculdade de Medicina, teve entre muitos, como colaboradores, Joaquim Glicério Pires, Edgard Pires da Veiga e Adelmo Machado, este também maranhense, amigo devotado e sincero, espírito adamantino, correto, inteligente e culto.
O então Governador Juracy Magalhães, conhecendo as suas excelsas qualidades e prestígio, o convidou para integrar a chapa de Vereador. Eleito, assumiu a presidência da Câmara.
Em 1937,  estando vaga a Prefeitura, ocupou interinamente o cargo de Prefeito da capital até 10 de novembro, quando foi surpreendido pelo Estado Novo.
Alguns dias após foi acometido de grave enfermidade, vindo a falecer, aos 47 anos, em 28 do mesmo mês, no dia do seu nascimento.
Acompanhei-lhe os últimos momentos. Morreu como viveu, ensinando. Sentindo aproximar-se o desenlace, tomou o seu próprio pulso e verificando a arritmia e a taquicardia e sabendo que estavam aplicando digitálicos, conhecedor que era de sua ação, disse-me: “a Digital não retardou nem regularizou o pulso, estou liquidado” e, realmente momentos depois entregava a alma ao Criador. No entanto, ainda permanece vivo, como exemplo e benção na memória dos seus discípulos.
Pode-se dizer de Bezerra o que afirmou Pasteur Vallery Radot , recordando o Mestre Emile Roux:
“Os anos transcorreram  sem que reviva um ser de exceção, tal como ele”.
Foi tão grande pelo caráter quanto pelo espírito.
Tudo era simples, reto e puro em sua alma e em seu pensamento.
Agora que ele já não mais existe, invocamo-lo, desamparados. Suplicamo-lhe  que continue a ser, para nós, além de Mestre que foi por toda a vida, por seus ensinamentos e seu exemplo, a luz da nossa própria consciência”.

                       

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