terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

154- GIL NUNESMAIA

154- GIL NUNESMAIA



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Nasceu em Ilhéus, no interior da Bahia, a 25 de outubro de 1913.
Ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, em 1933, pelo qual foi diplomado em Medicina, no ano de 1938.
A partir de 1939, exerceu a especialidade de Patologia Clínica sendo considerado o primeiro médico-patologista do interior do estado.
Ocupou várias funções públicas, nas áreas da medicina e da educação.
Foi professor-assistente de Biofísica, na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.
Foi Prefeito Municipal de Itabuna, onde residiu por muitos anos.
Em 1964, coordenou o Inquérito Sorológico Escolar, para o diagnóstico da doença de Chagas, no município de Itabuna.
Participou de várias antologias poéticas.
É de sua autoria o livro “Intervalo”, o qual reúne trabalhos em haicais, elegias e poemas, dos quais destacamos:

HAICAI
Nenhuma alegria
nas flores de vivas cores
sobre a tumba fria
ELEGIA
Decanto, decanto
o canto, até sair o espanto
e ficar o encanto


TRANQUILIDADE
Arroz na tigela
Calma, fé, pleno amor na alma
Flores na janela

Diz Gilberto Felicíssimo, poeta, ensaísta e pesquisador: Nos haicais de Gil Nunesmaia nada é demais, fingido ou arranjado, nada é forçado. Cada verso é a fórmula aberta de momentos em que ele se apresenta com a alma em estado de graça a cada fragmento da sua poesia”. E mais: “Gil Nunesmaia, apesar de ter publicado muitos haicais em suplementos e revistas de cultura, e de ter participado de várias antologias, somente em 1978, aos 65 anos, através do Clube Grapiúna do Livro, veio a publicar o seu “Intervalo”, uma obra que se divide em duas partes: “Hai-Kais” e “Poemas”, esta última formada apenas por versos livres. A seguir o poema O culpado:

O vento rompeu
a roupinha que secava.
- Viu, mamãe, quem rasga?

Como está claro, Gil Nunesmaia e Oldegar Vieira foram uns dos primeiros poetas a publicar haicais no Brasil, sendo que o segundo chegou a ocupar uma cadeira na Academia de Letras da Bahia.  Eles foram pioneiros e a poesia de ambos pouco variou quanto à forma, preferindo manterem-se fiéis ao cânone quanto à métrica, mas sem o emprego das rimas, no caso de Gil Nunesmaia, que ofereceu-nos momentos de puro lirismo, como em Quadro Desfeito:

Os marrecos maus
vieram desmanchar a lua
do fundo do lago.”




Gil Nunesmaia faleceu em Itabuna, na década de oitenta.


FONTE BIBLIOGRÁFICA:

1.    Felicíssimo, Gustavo - Gil Nunesmaia- Disponível em http://  itabuna.com.br/ gilnunesmaia.htm. Acesso em 5 de março de 2009.
2.    Felicíssimo, Gustavo- O haicai no Brasil e o pioneirismo dos autores baianos. Disponível em http??www.cronopios.com.br/si te/printversion.asp?id=3781. Acesso em 5 de março de 2009.                     
           
  
                                                                            


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