quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

162- HEONIR DE JESUS PEREIRA DA ROCHA (HEONIR ROCHA)

162- HEONIR DE JESUS PEREIRA DA ROCHA


HEONIR ROCHA

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Como costumava dizer Jorge Amado, há baianos nascidos em várias partes do Brasil, e até no exterior.
Heonir de Jesus Pereira da Rocha foi um baiano, nascido no Piaui, nos idos de 1930.
Em 1954, diplomou-se em Medicina, pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia.
Nos anos de 1955-1957, realizou estágio no Cornell University Medical College e na Yale University, nos Estados Unidos.
A partir de então, iniciou brilhante carreira universitária, na UFBa: em 1958, foi Assistente de Ensino na Clínica Propedêutica; no mesmo ano, doutor em Ciências Médico-Cirúrgicas e Livre-Docente de Propedêutica Médica; no ano imediato, Professor Adjunto de Clínica Propedêutica Médica; em 1960, Docente Livre de Terapêutica Clínica e, em 1962, Professor Catedrático de Terapêutica Clínica.
Conquistada a cátedra, regressou aos Estados Unidos, onde fez o pós-doutorado na Escola de Medicina da Universidade de John Hopkins, tornou-se Professor Visitante do Cornell University Medical College, e de Medicina do Medical College of Pensylvannia.
Voltando para a Universidade Federal da Bahia, foi Chefe do Departamento de Nefrologia e Urologia, Chefe do Departamento de Medicina, Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Diretor da Faculdade de Medicina  e Reitor.
Aos 32 anos de idade, tornou-se o mais jovem professor titular da universidade.
Durante sua fulgurante trajetória, o Prof. Heonir Rocha sempre foi considerado um excelente didata, possuidor de incomparável poder de síntese.
“O Prof. Heonir incentivava o auto-aprendizado, estimulando a leitura de revisões e de artigos científicos. No ambulatório, nas visitas ás enfermarias e na discussão de casos clínicos o Professor Heonir sempre demonstrou raciocínio rápido e baseado em princípios fisiopatológicos. Sua participação foi fundamental na consolidação dos programas de Internato e de Residência Médica do Hospital Universitário Prof. Edgard Santos, os quais coordenou até o seu afastamento para assumir o cargo de Reitor da Universidade Fededral da Bahia”  (  ).
Luiz Ferando Macedo Costa, completou o perfil do grande mestre, afirmando: “Heonir Rocha é um generalista, dotado daqueles requisitos pedidos ao clínico integral. Médico criterioso, compreensivo e dedicado, inspira, a um tempo, confiança e respeito. Atribuo essas características á inspiração quase mística e a motivos quase telúricos. De uma parte, a conduta apostólica do médico é justificada pela espiritualidade do homem impregnado de fé cristã. Por outro lado, contribuiu para a formação da sua personalidade profissional, a vivência da infância, que ainda hoje atua, na evocação afetiva do farmacêutico Dr. Raimundo Rocha, que, ao lado da esposa, lá em Floriano, no saudoso Piauí, ministrava cuidados de saúde ao povo e lições de solidariedade aos três filhos, então esperanças nascentes de um bom pai, hoje filhos bons de um pai estremecido            ( )
De 1998 a 2002, coroando 22 anos de vida administrativa nos setores mais importantes da UFBa, o Prof. Heonir Rocha assumiu a Reitoria da  universidade, cargo que exerceu com responsabilidade, retidão de caráter e clarividência.
Faleceu em 2005, aos 75 anos de idade, concluindo assim um dos mais empolgantes currículos universitários da Bahia.


FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

1.              Cruz, Thomaz Rodrigues da – Perfis do Meu Apreço. Salvador, 2007.
2.              Macedo Costa, Luiz – Heonir Rocha. Anais da Academia de Medicina da Bahia. Volume 2, junho, 1979.
3.              Heonir de Jesús Pereira da Rocha. Disponível em http:// WWW.google.com.br/ urlurlq=http: //www.abc.org.br/org/aca.asp%3Fcodigo%3Dhrocha&ei=au4CSsuhCcWLtgeO8NiABw&sa=X&oi=spellmeleon_result&resnum=1&ct=result&usg=AFQjCNFfDPSgv68SPo0RVxl8v-LmxG—gQ. Acesso em 7 de maio de 2009.
4.    Heonir Rocha. Disponível em http://www. scielo.br/scielo.php?pid=S0037-8688220060004  00018&script=sci_arttext. Acesso em 7 de maio de 2009.
  

                                   APÊNDICE I
                        PRÊMIO HEONIR ROCHA
                                  J. Bras. Nefrol. vol.32 no.4 São Paulo Oct./Dec. 2010

                                                          EDITORIAL                                                                  

                                                                            

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O prêmio Heonir Rocha foi criado pela diretoria da Sociedade Brasileira de Nefrologia e pelo corpo editorial do Jornal Brasileiro de Nefrologia (JBN) com o objetivo de incentivar os nefrologistas brasileiros a enviarem os seus melhores trabalhos para publicação no JBN.1 O prêmio será concedido ao melhor trabalho original publicado no JBN e consistirá no financiamento completo (passagens aéreas, inscrição e estadia) da ida do autor principal ao Congresso Americano de Nefrologia. Essa iniciativa é de grande importáncia estratégica neste momento em que o JBN está pleiteando indexação no Medline.
Para esta primeira edição do prêmio, foram elegíveis os 32 artigos originais publicados nos últimos quatro volumes do JBN. Estes artigos foram cuidadosamente avaliados pelos editores de seção do JBN com relação a originalidade do tema, rigor metodológico, impacto (ou potencial de) dos resultados e a qualidade na apresentação dos dados. Participaram desta etapa os editores de seção: Elizabeth de Francesco Daher, Hugo Abensur, Maurilo Nazaré Leite Junior, Niels Olsen Saraiva Cámara, Patricia Abreu Roberto Pecoits Filho, Sebastião Rodrigues Ferreira Filho e Vera Koch; a eles enviamos os nossos mais sinceros agradecimentos.
Os 10 artigos com maior pontuação na etapa de pré-seleção foram então submetidos a uma avaliação final pelo comitê de premiação composto pelo Editor-chefe do JBN, Dr. Marcus Gomes Bastos, e seus Coeditores, Dr. Paulo N Rocha, Dr. Rui Toledo Barros, Dr. Jorge Paulo Strogof e Dra. Gianna Kirsztajn.
O grande vencedor do prêmio Heonir Rocha 2010 foi o artigo: "Mutação G20210A no gene da protrombina, fator V de Leiden e anticorpos anticardiolipina não influenciam a sobrevida do enxerto renal após o transplante", de Luis Klaus A. da Rocha e colaboradores, publicado no volume 31 (4) de 2009.
A placa comemorativa do prêmio foi entregue ao Dr. José Osmar Medina Pestana, coautor do trabalho, durante o XX V Congresso Brasileiro de Nefrologia (foto) em Vitória, Espírito Santo, no dia 14 de Setembro de 2010. Ao receber o prêmio, o Dr. Medina expressou grande satisfação em ver seu trabalho reconhecido, pois sua equipe tem investido e acreditado bastante no JBN como meio de divulgação dos seus artigos. De fato, dos 32 artigos avaliados, quatro eram do grupo do Dr. Medina, inclusive o que obteve a segunda colocação.
Todos os envolvidos no processo de seleção têm ficado muito bem impressionados com a qualidade dos trabalhos publicados no JBN. Devido ao sucesso desta primeira edição do prêmio, o Dr. Marcus Bastos está investido na tarefa de torná-lo um evento anual. Esperamos que este prêmio, que, além da honraria, traz consigo um valor agregado de mais de 2 mil dólares, estimule os nossos pesquisadores a contribuírem ainda mais com o JBN, o que, certamente, culminará na indexação do nosso Jornal nas melhores bases de dados internacionais.

REFERÊNCIA
1. Bastos MG, Abensur H. JBN institui o Prêmio Professor Heonir Rocha. J Bras Nefrol 2008; 30(4):231.      



APÊNDICE II  
DEPOIMENTO DE ZILTON ANDRADE 

Rev. Soc. Bras. Med. Trop. vol.39 no.4 Uberaba July/Aug. 2006 


HEONIR ROCHA

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A Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical presta aqui uma homenagem à memória do Professor Heonir Rocha pela sua extraordinária contribuição à medicina brasileira, como professor universitário, médico clínico, cientista e como administrador universitário. Em cada uma destas atividades, ele deixou marcadas suas características como um homem inteligente, um arguto observador, excelente didata, entusiasta trabalhador, mantendo sempre alto grau de senso ético.
Em 1954, ao formar-se pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, recebeu o Prêmio Manoel Vitorino por ter sido o melhor aluno da turma. Ainda jovem, em 1962, tornou-se Professor Catedrático (Cadeira de Terapêutica Clínica), quando defendeu Tese sobre o tratamento da pielonefrite, uma pesquisa baseada em aspectos etiopatogênicos, experimentais e clínicos, com dados obtidos nas suas atividades nas enfermarias e no laboratório experimental. Nesta área, ele já havia feito contribuição original ao trabalhar com um novo método para a produção de pielonefrite em ratos, com o que obteve o seu Doutorado em 1958. Embora especializado em Nefrologia, o seu interesse em Medicina era bem amplo, incluindo principalmente o estudo das doenças regionais, especialmente a esquistossomose, a leishmaniose e a estrongiloidíase. Seu estudo sobre o surgimento de estrongiloidíase grave em portadores de síndrome nefrótica tratados com corticóides, tornou-se um referência clássica na literatura internacional. Suas contribuições sobre a glomerulopatia esquistossomótica foram decisivas para firmar conceitos sobre a freqüência desta condição, sobre suas apresentações clinicopatológicas, evolução e aspectos patogenéticos. 
Seu espírito empreendedor, sua simpatia pessoal, grangearam-lhe muitos amigos e colaboradores, vindo ele a liderar uma importante escola de professores e pesquisadores em Salvador, e a estabelecer intenso intercâmbio com colegas em vários pontos do País e no Exterior. Esta sua capacidade de agregação e colaboração o levou a se tornar um elemento chave no estabelecimento de programas de cooperação, como o Programa Bahia-Cornell, que trouxe grandes benefícios a todos os envolvidos, através de um intenso e profícuo intercâmbio de médicos, estudantes e pesquisadores entre a Faculdade de Medicina da Bahia e o New York Hospital da Universidade de Cornell nos Estados Unidos. Sua atuação foi também decisiva na implantação de uma Residência Médica no Hospital Universitário Prof. Edgar Santos, uma atividade de tal forma por ele orientada, que veio a dar um impulso extraordinário às atividades do Hospital-Escola, influindo decisivamente no aprimoramento dos médicos, portanto um estímulo para o progresso de várias unidades do Hospital.
A contribuição de Heonir Rocha foi também extraordinária no setor da Infectologia, onde fez estudos pioneiros no tratamento das doenças infectuosas. Usou a antibioticoterapia com o rigor científico, adquirido nos seus estudos experimentais, tendo firmado conceitos básicos sobre uso de antibióticos no pré-operatório. Além de ser agraciado com a medalha Emílio Ribas em 1993, foi Membro de Conselhos Consultivos da PAHO, da National Academy of Sciences (USA), da FIOCRUZ e do Ministério da Saúde, entre outros.
Publicou 178 trabalhos, em revistas nacionais e estrangeiras, tendo participado de numerosos Congressos de Nefrologia, Medicina Tropical, Infectologia e Quimioterapia em várias partes do mundo, sendo sua participação sempre marcada pela clareza da sua exposição e pela originalidade da sua contribuição. Muito admirado pelos seus estudantes, foi presença constante nos quadros de formatura, como Paraninfo, Patrono ou Homenageado.
Como Administrador, percorreu com êxito todos os degraus universitários, pois foi Chefe de Departamento. Professor Catedrático, Professor Titular, Vice-Reitor para Pós-Graduação e Reitor da Universidade Federal da Bahia (1998-2002). Ultimamente, vinha atuando como Diretor Científico do Hospital San Raphael, em Salvador, BA.
Durante todas as suas inúmeras atividades apareceu sempre com as características de um planejador progressista, com larga e inteligente visão de progresso, a cortesia do seu trato com todos e a sua seriedade de propósitos e integridade de caráter. Seu falecimento representou uma sensível perda para o meio acadêmico baiano e brasileiro.

 



Um comentário:

  1. Sou Enedina Negrão, filha de Silvia, irmã de d. IRACI Rocha, esposa de dr Raimundo Rocha. Na minha infância passava as férias ali na casa dos tios. HOje, por curiosidade e querendo obter alguma informação, busquei na net o nome de dr. HEONIR Rocha. PARA SURPRESA MINHA encontrei este minuncioso relato.

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