terça-feira, 28 de agosto de 2012

JOSÉ DE AQUINO TANAJURA


 
                                   JOSÉ DE AQUINO TANAJURA
                                              http://www.google.com.br/search?num=10&h
 
 

 Biografia enviada por:

 Getúlio Tanajura Machado (Trineto),
(adaptação de textos de Mozart Tanajura (bisneto) e Mário do
Carmo Tanajura (Neto).

 
 

Dr. José de Aquino Tanajura nasceu em 16 de setembro de 1831, em um sobrado no Terreiro de Jesus, em Salvador, Bahia, casa de residência de seus pais Tenente José de Aquino Tanajura, nascido no Recôncavo baiano e Helena Filismina Tanajura, de origem francesa. Seu pai teve a patente militar de tenente, lutando em favor da Pátria na Guerra da Independência em Salvador, em 1823 e na revolução separatista Sabinada em 1837.
Criado em Salvador, o Dr. José de Aquino Tanajura entrou para a Faculdade de Medicina da Bahia, onde fez o curso com distinção. Ainda doutorando, ofereceu seus préstimos ao Governo para socorrer as populações atingidas pela cólera morbus na região de Cachoeira e Santo Amaro. Entregou-se de tal forma à campanha encetada pelo presidente da Província, que quase perdeu a vida. Dias e noites à cabeceira dos doentes, solícito e inexcedível ao combate do mal, minaram-lhe a saúde, arruindo-lhe os pulmões.
Recebeu do Imperador Dom Pedro II a comenda da Ordem da Rosa, pelos seus relevantes serviços na epidemia da Colera-morbus, em 1855.
De volta a Salvador, retornando dos seus serviços em Cachoeira e Santo Amaro, cola grau na Faculdade de Medicina e defende a tese: A Cólera-Morbus será contagiosa? É necessário admitir que a Cólera-morbus asiática foi importada ou pode-se explicar e admitir seu desenvolvimento entre nós? Generalidades sobre ácidos, especialmente sobre o oxálico. Quais são as moléstias que reclama ressecção da maxila inferior e quais também os métodos e processos para praticar esta operação?
Seu trabalho, publicado com esmero gráfico, como era comum entre os doutorandos, obteve grande repercussão, sendo registrado na memória do ano de 1856, da Faculdade de Medicina da Bahia, apresentada pelo Dr. João Antunes d’Azevedo Chaves.
Pretendia aperfeiçoar seus estudos na França. A sorte, porém, lhe reservara outro destino. Com a sua saúde cada vez mais comprometida, viu-se impossibilitado de atravessar os mares e satisfazer seus impulsos interiores. No século XIX, Paris era o sonho dos doutorandos brasileiros. Mas a doença que o acometia se agravara e foi recomendado pelos colegas que procurasse descansar em ares mais frescos do interior da Bahia. Buscou inicialmente o ar puro e fresco de Palmas de Monte Alto, famosa em toda Província como sanatório natural, mas em poucos meses transferiu-se para a vila de Nossa Senhora do Livramento das Minas do Rio de Contas, onde chegou em 6 de maio de 1857. Neste local também havia a epidemia da Cólera-morbus. Estabelecido aí, logo ganhou fama de bom médico. Com sua saúde já restabelecida, receitava um elixir anticolérico composto de cordeo santo, raiz de angélica, losna e cálamo aromático. Foi nomeado médico vacinador, atividade que exerceu de 1858 a 1868. Um fazendeiro da região de Vila Velha, distante de Rio de Contas mais ou menos duas léguas serra abaixo, o levou para atendimento de sua filha. A sinhazinha ao ver o médico logo se apaixonou, declarando em voz rouca e tristura: “Queres casar comigo?” Disse ao médico Tanajura. O velho pai da sinhazinha, sabedor, no mesmo instante o casamento aprovou. O casamento entre o Dr. Tanajura e Antônia Francisca de Jesus Alves de Castro Coelho realizou-se em 30 de setembro de 1861, passando o médico a residir no sítio da Lagoa, onde tiveram 12 filhos, origem da família Tanajura na região da atual cidade de Livramento de Nossa Senhora, Bahia.
Entre Livramento e Rio de Contas, o Dr. Tanajura dividiu seus deveres como funcionário público, médico e pai de família. Homem de visão extraordinária, construiu ao lado de sua casa um anexo com dois pavimentos, conhecido como sobradinho, onde atendia em clínica particular. Um espécie de casa de saúde, pois naquele tempo, naquela região não havia hospitais. Neste Sobradinho, instalou um laboratório farmacêutico e lugar para realização de pequenas cirurgias. Adquiriu fama e prestígio, atuando com um seu primo residente na cidade Dr. Afonso Tanajura Guimarães.
O Dr. José de Aquino Tanajura iniciou sua carreira política como vereador na vila de Minas do Rio de Contas entre os anos de 1861 a 1868. Foi eleito deputado geral nas últimas eleições do Império em 31 de agosto de 1889, mas não chega a tomar posse devido à dissolução da Câmara dos Deputados, com a Proclamação da República. Foi presidente da câmara e intendente municipal de Rio de Contas, de 24 de maio de 1890 a 21 de janeiro de 1893, retornando ao cargo até 1895 e de 22 de março de 1896 a 1899. Foi eleito senador da Assembleia Constituinte de Estado da Bahia, de 1891 a 1896, tendo ocupado o cargo de 1º. secretário, participando a primeira constituinte republicana. Ocupou o cargo de presidente do senado da Bahia, de 8 de abril de 1896 a 16 de novembro de 1905. Foi governador interino na ausência do governador Luiz Viana em viagem para a capital do País.
Em 1906, faleceu sua esposa, tendo ele se recolhido ao sertão em 1907, não mais pleteiando reeleição, desgostoso com a política devido calúnias envolvendo seu nome no atentado ao governador Dr. José Marcelino de Souza. Em seu testamento declara-se inocente, perdoando o seu caluniador.
Recolhido ao sertão, ele comandava a política local, através dos seus filhos a quem apoiava: coronel Miguel Tanajura, o tenente-coronel José de Aquino Tanajura Júnior (Coronel Zezinho), o major Theodoro Tanajura, e ainda Rafael Tanajura, Gabriel, e Francisco Octaviano Tanajura (Chico Tanajura).
Seu filho caçula Joaquim Augusto Tanajura estudou medicina da Faculdade de Medicina da Bahia, graduando-se em 8 de dezembro de 1900, defendendo a tese sobre letalidade infantil. Dr. Tanajurinha, como era chamado, galgou também carreira política sendo o primeiro prefeito de Porto Velho, em Rondônia, e, posteriormente, deputado estadual do Amazonas.
O Dr. José de Aquino Tanajura veio a falecer no sobrado da família no centro de Vila Velha, atual cidade de Livramento de Nossa Senhora, em 23 de novembro de 1918, confortado pelos sacramentos da Igreja Católica Apostólica Romana, e cercado dos amigos e familiares que o chamavam carinhosamente de “Pai Doutor”.
Deixou vasta descendência origem dos Tanajura em Livramento de Nossa Senhora, Bahia. Muitos dos seus descendentes e descendentes de seus primos são inscritos no Conselho de Medicina da Bahia:
 
ABELARDO GUIMARAES TANAJURA FILHO  CRM    7453
 ADRIANO TANAJURA ANGRISANI       CRM    23891
 AIDA TANAJURA MOREIRA       CRM    7808
 ANGELA TANAJURA REQUIAO CRM    6261
 ANTONIO TANAJURA MEIRA    CRM    5122
 BIANCA TANAJURA OLIVEIRA BERTINO        CRM    19732
 CLAYTON RONAN MAGALHAES TANAJURA CRM    14244
 DAGOBERTO TANAJURA SANTOS       CRM    6263
 DAVI TANAJURA COSTA CRM    17238
 DAVID BARBOSA TANAJURA    CRM    20593
 EDUARDO DE ARAUJO TANAJURA     CRM    6654
 ENIO RODRIGUES TANAJURA   CRM    23494
 FERNANDA TANAJURA SPINOLA         CRM    20588
 FREDERICO TANAJURA GUIMARAES B. SOUZA      CRM    95
 GETULIO TANAJURA MACHADO         CRM    8804
 GILDASIO DE CASTRO TANAJURA       CRM    5393
 GUSTAVO MUSTAFA TANAJURA         CRM    10615
 IANY PESSOA TANAJURA           CRM    3083
 IVONE TANAJURA BISCAIA        CRM    8347
 JAYME PONTES TANAJURA       CRM    1022
 JOSE ROBERTO TANAJURA SAMPAIO           CRM    7543
 JOSE TANAJURA GOMES BASTOS       CRM    17813
 KLEBER CHAVES TANAJURA      CRM    10482
 LEODEGARIO TANAJURA MATIAS      CRM    2669
 LORENA TANAJURA OLIVEIRA  CRM    18103
 MARILTON TANAJURA MATIAS           CRM    12778
 MIGUEL GOMES TANAJURA     CRM    3198
 NELSON TIAGO BARBOSA TANAJURA           CRM    16190
 ORLANDO TANAJURA MENDES FILHO          CRM    2023
 ROBSON CHAVES TANAJURA   CRM    8155
 SAMANTHA CASTRO TANAJURA RODRIGUES        CRM    24097
 SANDRO GLEISSON TANAJURA MEIRA LIMA          CRM    16204
 SELY TANAJURA ANGRISANI     CRM    8405
 
 
 
 
 
 
 

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