JOSÉ DE AQUINO TANAJURA
Getúlio Tanajura Machado (Trineto),
(adaptação de textos de
Mozart Tanajura (bisneto) e Mário do
Carmo Tanajura (Neto).
Dr. José de
Aquino Tanajura nasceu em 16 de setembro de 1831, em um sobrado no Terreiro de
Jesus, em Salvador, Bahia, casa de residência de seus pais Tenente José de
Aquino Tanajura, nascido no Recôncavo baiano e Helena Filismina Tanajura, de
origem francesa. Seu pai teve a patente militar de tenente, lutando em favor da
Pátria na Guerra da Independência em Salvador, em 1823 e na revolução
separatista Sabinada em 1837.
Criado em
Salvador, o Dr. José de Aquino Tanajura entrou para a Faculdade de Medicina da
Bahia, onde fez o curso com distinção. Ainda doutorando, ofereceu seus
préstimos ao Governo para socorrer as populações atingidas pela cólera morbus
na região de Cachoeira e Santo Amaro. Entregou-se de tal forma à campanha
encetada pelo presidente da Província, que quase perdeu a vida. Dias e noites à
cabeceira dos doentes, solícito e inexcedível ao combate do mal, minaram-lhe a
saúde, arruindo-lhe os pulmões.
Recebeu do
Imperador Dom Pedro II a comenda da Ordem da Rosa, pelos seus relevantes
serviços na epidemia da Colera-morbus, em 1855.
De volta a
Salvador, retornando dos seus serviços em Cachoeira e Santo Amaro, cola grau na
Faculdade de Medicina e defende a tese: A Cólera-Morbus será contagiosa? É
necessário admitir que a Cólera-morbus asiática foi importada ou pode-se
explicar e admitir seu desenvolvimento entre nós? Generalidades sobre ácidos,
especialmente sobre o oxálico. Quais são as moléstias que reclama ressecção da
maxila inferior e quais também os métodos e processos para praticar esta
operação?
Seu
trabalho, publicado com esmero gráfico, como era comum entre os doutorandos,
obteve grande repercussão, sendo registrado na memória do ano de 1856, da
Faculdade de Medicina da Bahia, apresentada pelo Dr. João Antunes d’Azevedo
Chaves.
Pretendia
aperfeiçoar seus estudos na França. A sorte, porém, lhe reservara outro
destino. Com a sua saúde cada vez mais comprometida, viu-se impossibilitado de
atravessar os mares e satisfazer seus impulsos interiores. No século XIX, Paris
era o sonho dos doutorandos brasileiros. Mas a doença que o acometia se
agravara e foi recomendado pelos colegas que procurasse descansar em ares mais
frescos do interior da Bahia. Buscou inicialmente o ar puro e fresco de Palmas
de Monte Alto, famosa em toda Província como sanatório natural, mas em poucos
meses transferiu-se para a vila de Nossa Senhora do Livramento das Minas do Rio
de Contas, onde chegou em 6 de maio de 1857. Neste local também havia a
epidemia da Cólera-morbus. Estabelecido aí, logo ganhou fama de bom médico. Com
sua saúde já restabelecida, receitava um elixir anticolérico composto de cordeo
santo, raiz de angélica, losna e cálamo aromático. Foi nomeado médico
vacinador, atividade que exerceu de 1858 a 1868. Um fazendeiro da região de
Vila Velha, distante de Rio de Contas mais ou menos duas léguas serra abaixo, o
levou para atendimento de sua filha. A sinhazinha ao ver o médico logo se
apaixonou, declarando em voz rouca e tristura: “Queres casar comigo?” Disse ao
médico Tanajura. O velho pai da sinhazinha, sabedor, no mesmo instante o
casamento aprovou. O casamento entre o Dr. Tanajura e Antônia Francisca de
Jesus Alves de Castro Coelho realizou-se em 30 de setembro de 1861, passando o
médico a residir no sítio da Lagoa, onde tiveram 12 filhos, origem da família
Tanajura na região da atual cidade de Livramento de Nossa Senhora, Bahia.
Entre
Livramento e Rio de Contas, o Dr. Tanajura dividiu seus deveres como
funcionário público, médico e pai de família. Homem de visão extraordinária,
construiu ao lado de sua casa um anexo com dois pavimentos, conhecido como
sobradinho, onde atendia em clínica particular. Um espécie de casa de saúde,
pois naquele tempo, naquela região não havia hospitais. Neste Sobradinho,
instalou um laboratório farmacêutico e lugar para realização de pequenas
cirurgias. Adquiriu fama e prestígio, atuando com um seu primo residente na cidade
Dr. Afonso Tanajura Guimarães.
O Dr. José
de Aquino Tanajura iniciou sua carreira política como vereador na vila de Minas
do Rio de Contas entre os anos de 1861 a 1868. Foi eleito deputado geral nas
últimas eleições do Império em 31 de agosto de 1889, mas não chega a tomar
posse devido à dissolução da Câmara dos Deputados, com a Proclamação da
República. Foi presidente da câmara e intendente municipal de Rio de Contas, de
24 de maio de 1890 a 21 de janeiro de 1893, retornando ao cargo até 1895 e de
22 de março de 1896 a 1899. Foi eleito senador da Assembleia Constituinte de
Estado da Bahia, de 1891 a 1896, tendo ocupado o cargo de 1º. secretário,
participando a primeira constituinte republicana. Ocupou o cargo de presidente
do senado da Bahia, de 8 de abril de 1896 a 16 de novembro de 1905. Foi
governador interino na ausência do governador Luiz Viana em viagem para a
capital do País.
Em 1906,
faleceu sua esposa, tendo ele se recolhido ao sertão em 1907, não mais
pleteiando reeleição, desgostoso com a política devido calúnias envolvendo seu
nome no atentado ao governador Dr. José Marcelino de Souza. Em seu testamento
declara-se inocente, perdoando o seu caluniador.
Recolhido ao
sertão, ele comandava a política local, através dos seus filhos a quem apoiava:
coronel Miguel Tanajura, o tenente-coronel José de Aquino Tanajura Júnior
(Coronel Zezinho), o major Theodoro Tanajura, e ainda Rafael Tanajura, Gabriel,
e Francisco Octaviano Tanajura (Chico Tanajura).
Seu filho
caçula Joaquim Augusto Tanajura estudou medicina da Faculdade de Medicina da
Bahia, graduando-se em 8 de dezembro de 1900, defendendo a tese sobre
letalidade infantil. Dr. Tanajurinha, como era chamado, galgou também carreira
política sendo o primeiro prefeito de Porto Velho, em Rondônia, e,
posteriormente, deputado estadual do Amazonas.
O Dr. José
de Aquino Tanajura veio a falecer no sobrado da família no centro de Vila
Velha, atual cidade de Livramento de Nossa Senhora, em 23 de novembro de 1918,
confortado pelos sacramentos da Igreja Católica Apostólica Romana, e cercado
dos amigos e familiares que o chamavam carinhosamente de “Pai Doutor”.
Deixou vasta
descendência origem dos Tanajura em Livramento de Nossa Senhora, Bahia. Muitos
dos seus descendentes e descendentes de seus primos são inscritos no Conselho de Medicina da Bahia:
ABELARDO
GUIMARAES TANAJURA FILHO CRM 7453
ADRIANO
TANAJURA ANGRISANI CRM 23891
AIDA
TANAJURA MOREIRA CRM 7808
ANGELA
TANAJURA REQUIAO CRM 6261
ANTONIO
TANAJURA MEIRA CRM 5122
BIANCA
TANAJURA OLIVEIRA BERTINO CRM 19732
CLAYTON
RONAN MAGALHAES TANAJURA CRM 14244
DAGOBERTO
TANAJURA SANTOS CRM 6263
DAVI
TANAJURA COSTA CRM 17238
DAVID
BARBOSA TANAJURA CRM 20593
EDUARDO
DE ARAUJO TANAJURA CRM 6654
ENIO
RODRIGUES TANAJURA CRM 23494
FERNANDA
TANAJURA SPINOLA CRM 20588
FREDERICO
TANAJURA GUIMARAES B. SOUZA CRM 95
GETULIO
TANAJURA MACHADO CRM 8804
GILDASIO
DE CASTRO TANAJURA CRM 5393
GUSTAVO
MUSTAFA TANAJURA CRM 10615
IANY
PESSOA TANAJURA CRM 3083
IVONE
TANAJURA BISCAIA CRM 8347
JAYME PONTES
TANAJURA CRM 1022
JOSE
ROBERTO TANAJURA SAMPAIO CRM 7543
JOSE
TANAJURA GOMES BASTOS CRM 17813
KLEBER
CHAVES TANAJURA CRM 10482
LEODEGARIO
TANAJURA MATIAS CRM 2669
LORENA
TANAJURA OLIVEIRA CRM 18103
MARILTON
TANAJURA MATIAS CRM 12778
MIGUEL
GOMES TANAJURA CRM 3198
NELSON
TIAGO BARBOSA TANAJURA CRM 16190
ORLANDO
TANAJURA MENDES FILHO CRM 2023
ROBSON
CHAVES TANAJURA CRM 8155
SAMANTHA
CASTRO TANAJURA RODRIGUES CRM 24097
SANDRO
GLEISSON TANAJURA MEIRA LIMA CRM 16204
SELY
TANAJURA ANGRISANI CRM 8405
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