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Diplomado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, em 1977.
Especialização em Ginecologia e Obstetrícia pelo Karolinsk Hospital (Suécia, 1978); em Fertilidade, pela The American Fertility Society (1979; em Ginecologia e Obstetrícia, pela Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Rio de Janeiro, 1996); em Vídeo Endoscopia, pela Sociedade Brasileira de Videocirurgia (1997).
Residência Médica, pela Universidade Federal da Bahia (1980).
Aperfeiçoamento em Genética, pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (1971); em Hormonologia Feminina, pela Associação Baiana de Medicina (1972); em Introdução á Genética Humana, pela Sociedade Brasileira de Genética (1972); em Ginecologia, pela University of Maryland (1974) ; em Endocrinologia da Reprodução, pela Universidade do Texas ( em 1975 e 1976); em Ginecologia, pelo West London Hospital (1978); em Fisiologia da Reprodução, pela University of Edinburgh (1980); em Sterile Blood Serum, pela Universidade Federal da Bahia (1983); em Medicina Reprodutiva, pela John´s Hopkins University (1983); em Fisiologia da Reprodução, pela University of Edinburgh (1980).
Atualmente é Professor Assistente da Universidade Federal da Bahia e diretor científico da Sociedade Brasileira de Ginecologia Endócrina.
É detentor do prêmio ABIFARMA”, 1973; “Honra ao Mérito pela Pesquisa Científica”, conferido pelo Congresso Norte-Nordeste de Reprodução Humana; “The Golden Hysteroscope” (1997, 1999 e 2000), oferecido pela Sociedade Americana de Ginecologia Laparoscópica
Pioneiro de apuradas técnicas histeroscópicas, foi o primeiro a utilizar, no Brasil, o “Versapoint” para retirada de mioma.
Artigos completos publicados em periódicos, 64. Capítulos de livros publicados, 19. Trabalhos completos publicados em anais de congressos, 4. Resumos expandidos publicados em anais de congressos, 2. Resumos publicados em anais de congressos, 37. Artigos publicados em anais de congressos, 11. Participação em eventos na área de sua especialidade, 306.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
Hugo Maia da Silva Maia Filho – Disponível em http:// buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4284438U6. Acesso em 11 de maio de 2009
Hugo Maia Filho- Disponível em Disponível em http:// http://www.anuariodesaude.com.br/medico_detalhes.asp? id=22. Acessso em 11 de maior de 2009.
MENOPAUSA
Dr. Hugo Maia
A menopausa é um fenômeno biológico natural que atinge as mulheres. Nesta etapa, que costuma começar depois dos 40 anos, uma série de transformações acontece no corpo da mulher, afinal, a produção de hormônios do seu corpo começa a cair vertiginosamente. Ondas de calor, desconforto, queda da libido e desejo sexual, ou até depressão. Sõ muitos os sintomas -- e muitas as dúvidas. O ginecologista Hugo Maia Filho fala sobre os pontos principais da enopausa, esclarece mitos e fala sobre tratamentos para o problema.
Quando a mulher sente que está entrando no período da menopausa?
O primeiro sintoma é a falta da menstruação, é o que define a menopausa. Junto a esse sintoma, a mulher tem também ondas de calor; ela também sente uma perda da sensação do bem-estar e diminui a vontade de ter relações sexuais.
iBahia.com: Há uma idade média em que a mulher entra na menopausa?
Geralmente, a maior parte das mulheres brasileiras entram na menopausa entre os 40 e 55 anos. Tem mulheres com 42 que já estão na menopausa e tem mulheres com 55 anos de idade que ainda estão entrando.
iBahia.com: Existe uma relação entre o período em que a mulher tem a primeira menstruação até quando ela entra na menopausa?
Antes se pensava até que, se ela ficasse menstruada mais tarde, ela entraria na menopausa mais tardiamente. Eu creio que não. Ao contrario; às vezes, a mulher que começa a menstruar cedo, geralmente, entra na menopausa mais tarde. Porque menstruar cedo significa um bom sinal de saúde. O início da menstruação depende da saúde da mulher num todo. Se ela é muito magra, tem pouco peso, ela geralmente inicia a menstruação mais tarde. Existe uma relação direta nisso, mas a idade da menopausa está ocorrendo cada vez mais tarde porque a saúde da mulher está cada vez melhor.
iBahia.com: Existe algum fator que possa acelerar o processo da menopausa?
Existe, sim. Há tratamentos químicos, como quimioterapia para câncer, por exemplo, que pode destruir o ovário e fazer com que a mulher entre na menopausa mais cedo. Fatores também como a exposição à radiação (raio-X, por exemplo), o excesso de stress, podem contribuir para uma menopausa mais precoce. Na verdade, a idade da menopausa depende da saúde geral da mulher.
iBahia.com: O que acontece no organismo da mulher para que ela saia do período fértil e entre na menopausa?
Tudo acontece no ovário basicamente. A primeira coisa é que os óvulos desaparecem: a mulher entra na menopausa porque ela deixa de produzir óvulos. O ovário que tinha 400 mil óvulos quando ela nasce, não tem mais nenhum quando ela entra na menopausa. Ele, coincidentemente, com o desaparecer dos óvulos, deixa de produzir os hormônios e aí ela tem uma deficiência aguda; mais tarde ela tenta compensar essa deficiência produzindo, nos tecidos, os estrogênios. Mas a produção dos tecidos não é eficiente em todas as mulheres, algumas conseguem fazer isso bem, outras não. Tem mulheres que vão conseguir superar essa crise e passar a produzir estrogênios nos tecidos e tem outras que não. E estas vão ter que estimular a produção desses hormônios nos tecidos.
iBahia.com: Certas mulheres passam a produzir os hormônios estrogênios nos tecidos e outras não. Essas mulheres que não produzem devem se submeter a algum tipo de tratamento?
As que não produzem os hormônios continuam tendo sintomas de deficiência. Elas se queixam da pele que vai atrofiando e que vai perdendo colágeno, da osteoporose que se instala, do risco de doença cardiovascular, dos sintomas de calor que persistem, ou seja, elas ficam se sentindo mal, mas algumas outras não. Por exemplo, um fator que aumenta a produção dos tecidos é a gordura. A gordura é uma glândula hormonal da mulher, por isso que as mulheres que possuem muita massa corpórea não precisam tomar tanto hormônio, já que eles são fabricados na gordura. O problema mesmo é a mulher magra. Na menopausa, existe uma tendência natural para engordar, não em excesso, porque o período faz com que a mulher produza mais gordura, para, dessa forma, a gordura produzir mais hormônios. A mulher que tem uma maior massa corpórea nesse período, tem menos risco de Alzheimer, tem menos risco de osteoporose, a pele é muito melhor, tem menos ondas de calor do que a mulher magra.
iBahia.com: O que provoca as ondas de calor que a mulher sente?
Perda de estrogênios. O cérebro depende do estrogênios, então, no momento em que ele deixa de ser produzido, há uma deficiência aguda. O cérebro responde jogando uma porção de substâncias que vão alterar a temperatura do corpo, e isso faz com que a mulher sinta mais calor.
iBahia.com: Já que com a menopausa a mulher para de produzir óvulos, ela não corre mais o risco de ficar grávida?
Sem a produção desses óvulos ela fica totalmente infértil.
iBahia.com: Na reposição hormonal existe algum risco de a mulher contrair alguma doença?
Hoje, as mulheres com os estrogênios puros têm menos câncer de mama do que as mulheres que fazem reposição hormonal. O risco do câncer de mama com a reposição hormonal é quando ela usa o estrógeno com o progesterona artificial. Isso se usa cada vez menos. Hoje a reposição é feita a base de estrógenos com andrógenos, o que dá uma sensação de melhor bem-estar. Hoje este método é complemente seguro, porque se mostrou que a reposição hormonal diminui outros canceres nas mulheres que são muito mais perigosos que o de mama, como o câncer de intestino. O hormônio não provoca o câncer; no máximo, em alguns tipos, ele acelera aquele já pré-existente e mesmo assim a mortalidade é mínima.
iBahia.com: A mulher que vai fazer uma reposição hormonal passa por algum tipo de tratamento ou exame?
Ela tem que fazer todo os exames de mama e de útero para assim fazer uma reposição que atenda a necessidade dela. Se ela quer melhorar a pele, os ossos, se quer melhorar sua sexualidade, quer diminuir as ondas de calor ou prevenir doenças ligadas ao envelhecimento. Primeiro a mulher decide o que quer para o médico adequar a reposição de acordo com a preferencia dela. É como um alfaiate que faz sua roupa: o médio determina a reposição sob medida para mulher.
iBahia.com: Quando a mulher entra na menopausa ela deve procurar um médico com mais freqüência?
Ela deve procurar com mais freqüência pelo simples fato de ela estar mais velha. Normalmente, é recomendável a mulher que faz reposição hormonal procurar um médico de seis em seis meses.
iBahia.com: As mulheres que ainda se encontram no período fértil, mas com uma idade mais avançada, podem fazer algum tratamento para diminuir os sintomas da menopausa?
Se ela ainda tem menstruações, tecnicamente ela ainda não entrou na menopausa, ela está na “perimenopausa”. Nesse período os sintomas que elas desenvolvem não são de uma deficiência estrogênica, porque ela ainda tem menstruação. É da deficiência androgênica. Os valores androgênicos da mulher caem, nesse período, pela metade, e o que acontece é que ela perde o bem-estar, a disposição e a massa muscular. Nesse fase é possível fazer um tratamento. Recomenda-se uma reposição de hormônios que aumente os androgênios repondo testosterona ou então hormônios que melhorem a ação do testosterona, o mais utilizado é a tibolona.
iBahia.com: Esse período pode desencadear uma possível depressão?
Pode. A mulher tem muito mais depressão que o homem. A depressão se instala no período da perimenopausa, mas são casos leves e que podem ser tratados com uso de testosterona.
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