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Nasceu no Engenho Carvão, município de Divina Pastora, Sergipe, no dia 14 de dezembro de 1854, sendo seus pais Alexandre Freire do Prado e Maria Etelvina de Oliveira.
Estudou humanidades na Cidade do Salvador, Bahia e, posteriormente, em Recife e Aracaju.
Ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia em 1878, por ela recebendo o grau de doutor em medicina em 15 de dezembro de 1883, depois de defender tese inaugural sobre “Hidroterapia”, tema muito atual para a época.
Logo após a formatura, dedicou-se à agricultura e, logo em seguida, à clínica médica em geral, nas cidades de Divina Pastora e Nossa Senhora das Dores.
Elegeu-se deputado estadual, para o biênio 1896/1897.
Foi Delegado de Higiene em Divina Pastora e em Nossa Senhora das Dores. Nomeado Intendente Municipal deste município, ocupou a elevada função durante os anos 1912 e 1913.
Em 1914, transferiu-se para Aracaju, onde instalou consultório e exerceu cargos públicos, inclusive o de Intendente Municipal (1915/1918).
Foi membro efetivo do Conselho Superior de Instrução Pública (1918), Diretor do Grupo Escolar General Valadão (1918) e membro do Conselho Superior de Ensino (1922-1923).
Em 1924 passou a servir na Diretoria Geral de Higiene e Saúde Pública.
Referindo-se ao perído em que Alexandre de Oliveira Freire , foi Intendente de Aracaju, eslcarece Lúcio Prado Dantas: “Aracaju da década de 10 era uma cidade precária, sem saneamento. Apenas um hospital atendia à população. Para se ter uma idéia do caos, em 1916 os óbitos superavam os nascimentos numa proporção de 4 para 1. Epidemias de varóla e gripe espanhora atingiam a população indefesa. Em 1918, um surto de gripe espanhola se espalhou por todo o estado e deixou quase 1.000 mortes. Aracaju era a cidade dos “grandes pântanos”. Os esforços iniciados por Rodrigues Dória, Oliveira Valadão e Pereira Lobo para suprir a cidade de água potável e rede de esgotos não haviam sido suficientes para controlar tais epidemias. Na década de 20, mais intensamente no governo de Graccho Cardoso, grandes iniciativas culminaram com a criação do Instituto Parreiras Horta e a inauguração do Hospital de Cirurgia.”
Alexandre de Oliveira Freire faleceu em 19 de maio de 1932, na cidade de Aracaju.
FONTES BIBLOGRÁFAICAS:
1- Guaraná, Araminio - Dicionário Biobliográfico de Sergipe. Aracaju, 1925.
2- Prado Dantas, Lúcio- ALEXANDRE DE OLIVEIFA FREITE. Academia Sergipana de Medicina, 2006.
3-Santana, Antônio Samarone de & Cols. Dicionário biográfico de médicos de Sergipe: séculos XIX e XX. Aracaju, 2009.
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SERGIPE E A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
"A Proclamação da República, a despeito da pregação constante e fervorosa dos seus apóstolos, através de quasi duas dezenas de anos, antes, e do afrouxamento do apreço das classes mais esclarecidas ao velho regime, constituiu surpreza para a nação.
O que se pretendia no momento em que ela abrolhou era um reajustamento nas diretivas do governo e não a queda do regime. A reação, porem, contra o Gabinete mal visto, pôs em evidencia a debilidade da monarquia reinante e a possibilidade de triunfo imediato para o ideal republicano.
Deste modo os promotores do movimento reacionario aproveitaram a experiencia que os acontecimentos lhes trouxeram e desferiram o golpe facil contra o caduco regime que descambou rapidamente para o acaso.
Pelas dificuldades de comunicação da epoca, a noticia do grande acontecimento chegou a Sergipe um tanto retardada e de certo modo dubidativa. Pelo seu inesperado, não estando o meio suficientemente aparelhado para receber o regime democrático, houve alguma confusão e até episódios pitorescos.
O então chefe de governo do Estado, Dr. Tomaz Rodrigues da Cruz, homem sereno, sem excessos de ardor partidario, incapaz de atos irrefletidos, não cogitou de organizar reação, mas de entregar o governo a quem estivesse nas condições de recebe-lo, pois qualquer resistencia seria inutil.
A vida politica de Sergipe sofreu verdadeiro espamo, ao sair do regime constitucional para a ditadura. Deste modo só um pouco tarde se cuidou de fazer entrarem os municipios nos moldes da nova ordem.
Coube essa missão ao governador provisorio, Dr. Felisbelo Freire.
Por Decreto de 2 de Janeiro de 1890 dissolveu ele a Camara desta Capital e nomeou um Conselho de Intendencia composto de cinco membros, para o qual nomeou os cidadãos Dr. Olinto Rodrigues Dantas, Padre Olimpio de Souza Campos, Dr. José de Siqueira Menezes, Professor Manuel Francisco Alves de Oliveira e Domingos Santiago.
A Constituição de 18 de Maio de 1892, determinou que esse Conselho, já em outras mãos, administrasse o município até 31 de Dezembro desse ano, sucedendo-lhe, a 1º de Janeiro de 1893, o Intendente e o Conselho Municipal eleitos para o quatrienio de 1893 a 1895...".
Epifanio Doria
Texto extraído da Revista de Aracaju - 1943 nr 1.
ALEXANDRE DE OLIVEIRA FREIRE