MONTEVIDEO, URUGUAI
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Nasceu em 26 de julho de 1832, no município de Maruim, sendo seus pais José de Barros Pimentel e Maria Victória de Almeida Barros.
Recebeu o grau de doutor em medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia no ano de 1857 e dois anos depois, mediante brilhante concurso, foi aprovado em primeiro lugar, e nomeado, Opositor da Secção de Ciências Acessórias da mesma faculdade.
Prestou relevantes serviços em 1855, quando ocorreu a epidemia de cólera na Bahia.
Clinicou na capital baiana, e exerceu o magistério superior, de 1859 a 1865, até que, sobrevindo a guerra do Paraguai, se ofereceu pára servir nas forças em operação, sendo destacado para dirigir o hospital naval a bordo dos navios que mais ativamente participaram da luta.
Pelos denodados serviços prestados à pátria, foi condecorado com a Ordem de Cristo, no grau de cavaleiro.
Restabelecida a paz, renunciou à cadeira de lente da Faculdade de Medicina da Bahia e fixou residência em Montevidéu, onde angariou imenso prestígio não somente entre os brasileiros residentes na capital uruguaia como nas altas rodas sociais daquela cidade.
Seu consultório foi o mais famoso, o mais conceituado e o mais freqüentado de Montevidéu durante cerca de vinte anos, não só pelo mérito científico do seu titular como pela afabilidade com que o mesmo tratava seus clientes e amigos.
“Uma outra qualidade não menos recomendável concorreu grandemente para torná-lo o médico mais querido e popular em Montevidéu, não obstante a sua condição de estrangeiro. Nimiamente desinteressado, e portanto sem a preocupação das vantagens materiais da profissão, suas contas nunca foram além dos recursos das bolsas mais modestas, atentas à modicidade da remuneração exigida pelos serviços prestados. Do mesmo modo que foi médico, assim se revelou o brasileiro na assídua convivência com os compatrícios. Sempre disposto a cooperar em prol dos interesses coletivos da colônia, muito contribuiu para a organização da Sociedade Brasileira Beneficente, da qual foi unanimemente aclamado presidente” 11
Grande abolicionista, mereceu de prestigioso periódico de Montevideu o seguinte elogio, por ocasião de sua morte, ocorrida no dia 29 de setembro de 1888: “O Brasil há de prestar-lhe o devido e merecido tributo, porquanto foi ele dos primeiros que abriram propaganda contra a instituição que por tão longo tempo humilhou a sua pátria” (Ibidem).
Pressentindo o final de sua vida, deixou Montevidéu e foi para o Rio de Janeiro, alimentando no seu coração de patriota o desejo de viver seus últimos dias na capital do Império.
Sua tese de doutoramento, aprovada por distinção, versou sobre a “Ação dos eflúvios pantanosos” e sua tese apresentada à Faculdade de Medicina da Bahia para concorrer a uma vaga de Opositor da Secção de Ciências Accessórias teve como título “Costituição química dos sais amoniacais”.
MÉDICOS ILUSTRES DA BAHIA E DE SERGIPE
Biografias de médicos de Sergipe .............................................. 171
Biografias de médicos da Bahia ................................................. 417
Total ............................................................................................588