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By Ferramentas Blog

domingo, 19 de junho de 2011

003- SERGIPE : ADOLFO RABELO LEITE


IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
RIACHUELO, SERGIPE

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Nasceu no engenho “Recurso”, município de Riachuelo, em 29 de fevereiro de 1880, sendo seus pais Cândido Rabelo Leite e Francisca de Melo Leite.
Aprendeu as primeiras letras na cidade de Riachuelo.
Em 1894, mudou-se para Aracaju, onde foi aluno do Colégio Alfredo Montes.
Em 1897, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia a fim de estudar farmácia. No ano seguinte, na mesma faculdade, iniciou o curso de medicina.
Em 1902, interrompeu o curso médico e foi para Juazeiro (Bahia), onde “deu nome” a uma farmácia e alí permaneceu até 1903.
Em 1904, recomeçou o curso de medicina, colando o grau no dia 14 de dezembro de 1905.
Logo após a sua formatura, foi nomeado delegado de higiene, fixando-se em Alagoinhas(Bahia), onde, gratuitamente, dedicou-se à luta contra a peste bubônica, pelo que mereceu elogio do governo do estado.
Em 1918, deslocou-se para Itabuna, a fim de exercer a função de médico do município, delegado de higiene e, posteriormente, adjunto de promotor público.
Nos anos de 1918 e 1919, foi Intendente Municipal de Itabuna.
Concluído o mandato de Intendente, foi nomeado delegado do recenseamento geral nos municípios de Caitité, Caculé, Condeúba, Jacareci e Urandi, pelo que recebeu o diploma de agradecimento do Governo Federal, e medalha.
Comissionado pelo Governo da Bahia, deslocou-se para Castro Alves, Feira de Santana e Santo Estêvão de Jacuípe, com o objetivo de encarregar-se da profilaxia da peste bubônica.
Foi obstetra de grande conceito e jornalista.
Colaborou nos jornais “O Povo” (Laranjeiras, Sergipe), “Correio de Juazeiro” (Juazeiro, Bahia), “Correio de Alagoinhas” (Alagoinhas, Bahia), “O Itabunense” (Itabuna, Bahia) e “A Época” (Itabuna).
Publicou relatórios sobre os serviços médicos que prestou nos municípios de Castro Alves, Feira de Santana e Santo Estêvão de Jacuípe, bem como sobre sua atividade política no município de Itabuna.
Sua tese de doutoramento, intitulada “Relação entre a matéria e os fenômenos espíritas”, foi apresentada à Faculdade de Medicina da Bahia, e defendida, em 1905.

FONTE BIBLIOGRÁFICA:
Guaraná, Armindo – Dicionário Biobiográfico Sergipano. Rio de Janeiro, 1926.

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RIACHUELO E SUA HISTÓRIA

Historiadores afirmam que as primeiras informações sobre o município dão conta que aquelas terras, em finais de 1590, eram ocupadas pela família dos Pinto. O centro das atenções era o engenho do português Mesquita Pinto. E é assim que a localidade começa a ser conhecida. Por causa das terras extremamente férteis, e dos rios Sergipe, Cotinguiba e Jacarecica, os Pinto se transformaram em grandes produtores de açúcar, algodão e gado.
 

O resultado do progresso econômico, um dos maiores de Sergipe, é que em 6 de maio de 1872, o Povoado Pintos, que atraía centenas de pessoas para a cultura da cana, é transformado em Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Riachuelo. Os proprietários do engenho dos Pinto já tinham construído uma capela e, como era dezembro, a ela foi dado o nome de Nossa Senhora da Conceição. E por que Riachuelo? Existem duas versões. Uma é que as terras que formavam o povoado estavam entre os três rios que formavam um elo, daí Riachuelo.
A outra versão, e que é mais aceita, é que o nome foi uma homenagem a uma das batalhas mais decisivas na Guerra do Paraguai, a batalha naval do Riachuelo, vencida pelo Almirante Barroso. A guerra terminou em 1870, e em 1872 o povoado é transformado em freguesia com o nome de Nossa Senhora da Conceição, acrescentado de Riachuelo. Hoje, na sede do município, existe uma importante praça denominada Almirante Barroso.

Em 31 de março de 1874, com apenas dois anos de vida, a freguesia é transformada em Vila de Riachuelo e desmembrada do município de Laranjeiras. A nova vila vivia a grande fase da indústria açucareira. Seu poder econômico chegou a ser superior a Maruim e até mesmo a Laranjeiras, tendo no engenho e depois Usina Central de Riachuelo uma das mais importantes do Brasil. Ela pertencia ao influente e progressista Antônio Franco, um dos homens mais importantes que Sergipe já teve.
No dia 25 de janeiro de 1890, a vila de Riachuelo, com a implantação da República, passa a ser cidade. O período áureo de grande desenvolvimento de Riachuelo durou até as primeiras décadas deste século. Depois de Aracaju, com um porto mais franco e com todas as linhas de ferro chegando até lá, Maruim, Laranjeiras e Riachuelo passam a entrar em declínio. Um reflexo é o número da população. No censo de 1950, Riachuelo tinha 8 mil moradores e 50 anos depois a população era a mesma.

O município já teve as maiores produções de açúcar cristal, tecido e aguardente de Sergipe, e a Usina Central era a mais poderosa da região. Chegou a ter três locomotivas para o transporte da cana. Além da ferrovia, Riachuelo era muito bem servida por estradas e principalmente através de rios. O município também tinha grandes produções de farinha de mandioca. Em 1956, segundo dados oficiais, as usinas e pequenas fábricas empregavam mais de mil trabalhadores. Era comum ver técnicos europeus, principalmente ingleses, montando os engenhos.
Por conta da força da cana, o comércio em Riachuelo já foi um dos mais importantes do Estado. Gente de muitos municípios ia pra lá comprar tecidos. Os armazéns de secos e molhados do lugar eram os mais vistosos e sortidos da região do Cotinguiba. Apesar de muito rica, o aspecto arquitetônico da sede da cidade não era dos melhores. As ruas eram construídas com calçamento irregular. Riachuelo foi uma das três primeiras cidades a ter iluminação fornecida pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco. E por conta da energia, a cidade teve um excelente cine-teatro municipal.
Riachuelo sempre foi bem assistido no campo da saúde. Sempre teve o Hospital de Caridade de Riachuelo, mantido por uma associação beneficente que também era responsável pela Maternidade Dr. Sílvio César Leite. Dois médicos moravam na cidade. Outra entidade marcante no município era o "Abrigo de Menores Antônio Franco" que cuidava de menores abandonados, dando-lhes a instrução primária elementar, religiosa e prática de agricultura. O município tem uma escola, o Grupo Escolar Francisco Leite, que marcou a educação no município.

Riachuelo já teve um passado de glórias no futebol. A principal agremiação desportiva foi o Riachuelo Futebol Clube, que, por várias vezes, conquistou os mais honrosos campeonatos do interior sergipano. O ano mais significante foi 1941, quando o Riachuelo Futebol Clube foi 'campeão invicto e absoluto do Estado de Sergipe', título jamais conquistado até então por outra equipe sergipana. Outro time importante é o Central Futebol Clube, formado pelos trabalhadores da Usina.
No dia 8 de dezembro, Riachuelo comemora a festa de Nossa Senhora da Conceição, padroeira do município. Outras festas religiosas importantes são a de Bom Jesus dos Navegantes, por conta da forte influência dos rios que cortam o município, e a de São Benedito. Riachuelo teve uma grande população negra que trabalhou nos engenhos de cana, e São Benedito era cultuado pelos negros.

Alguns filhos ilustres

Adolfo Rabelo Leite - Nasceu no Engenho Recurso em fevereiro de 1880. Foi delegado de higiene em Alagoinhas/BA e depois, em Itabuna, também na Bahia. Foi médico, farmacêutico, adjunto do promotor público e intendente. Também foi jornalista na Bahia e em Sergipe.
Manuel Curvelo de Mendonça - Era bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais. Foi professor e jornalista no Rio de Janeiro. Esteve na Europa como membro da Diretoria de Instrução Pública do Distrito Federal. Escreveu as obras 'Horário Hora', 'Sergipe Republicano', 'O Chanceler de Ferro'.
Augusto César Leite - Nasceu em julho de 1886 no Engenho Espírito Santo. Médico pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Clinicou nas cidades de Capela e Maruim. Foi diretor da Escola de Aprendizes Artífices de Aracaju. Professor de 'Higiene Geral e Desenvolvimento da História Natural Aplicada à Agricultura, à Zootécnica e a outros ramos da Indústria Nacional', do Atheneu Sergipense. Foi presidente da Sociedade de Medicina de Sergipe e diretor do Hospital Santa Isabel. É considerado uma das maiores glórias da medicina no Brasil. Em 1914, fez, pela primeira vez em Sergipe, a operação de laparotomia. Foi diretor da Fundação Hospital de Cirurgia.
José Rollemberg Leite - Engenheiro e professor. Foi governador por duas vezes, de 1947 a 51 e de 1975 a 79. Foi ainda senador, secretário de Estado e diretor do Senai. No seu Governo a educação teve grande desenvolvimento. Construiu muitas escolas e levou o segundo grau para o interior, além de trazer para Sergipe a Escola de Direito e Filosofia.
Paulo Barreto de Menezes - Foi um dos governadores que mais investiram em estrutura para Sergipe. Abriu estradas, construiu e reformou prédios públicos, levou desenvolvimento para o interior. Foi diretor do DER, foi superintendente de Obras Públicas e diretor da Escola Técnica Federal de Sergipe.
Francisco Leite Neto - Deputado federal, homem de grande influência em Sergipe. Foi líder do PSD em Sergipe.
Gonçalo Rollemberg Leite - Político e possuidor de uma das mais apreciadas culturas jurídicas de Sergipe.
Júlio César Leite - Industrial e senador da República.


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