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By Ferramentas Blog

quarta-feira, 11 de maio de 2011

58- AVULSO BIOGRAFIA - ANTÔNIO NERY ALVES FILHO

ANTÔNIO NERY ALVES FILHO


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Ensino fundamental, e  do primeiro grau, no Instituto de Educação Euclides Dantas, em 1961. Ensino médio, e  do segundo grau, em 1964, no Colégio Central da Bahia, em Salvador.
Graduado em medicina, em 1970, pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia. Especialização em Psiquiatria e eletroencefalografia, pela Université de Paris V (René Descartes), em 1975. Mestrado, pela Universidade Federal da Bahia, concluído em 1975. Doutorado em Sociologia e Ciências Sociais, em 1993, pela Université Lumiere, Lhyon 2, França.  Pós-doutorado, em 2004, pela Université Laval.
É Professor Adjunto da Universidade Federal da Bahia e da Faculdade Ruy Barbosa, em Salvador, bem como da Santé Mentale, de Quebec, no Canadá.
Inúmeros trabalhos publicados e participação em congressos, na área de sua especialidade.
Inteligência privilegiada, honra, com sua atividade e dinamismo, várias instituições científicas, na área de sua especialidade.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

Antônio Nery Alves Filho. Disponível em  http://lattes.cnpq.br/87124 8884007848. Acesso em 13 de janeiro de 2009.
Antônio Nery Alves Filho. Disponível em http://buscatextual/visualiz
acv.jsp?id=K4780189E2. Acesso em 13 de janeiro de 2009.

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Entrevista com Antonio Nery Filho
Formado em psiquiatria, com doutorado em Ciências Sociais (França) e Pós-Doutorado na Universidade Laval (Canadá), Antonio Nery Alves Filho é professor associado I da Faculdade de Medicina da UFBA (Ética e Conhecimentos Humanísticos) e da Faculdade Ruy Barbosa (Introdução ao Estudo das Substâncias Psicoativas e Seus Usos). O médico foi fundador do Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas (CETAD) em 1985, órgão da Faculdade de Medicina da UFBA, e é o atual coordenador geral. Foi membro titular do extinto Confen (Conselho Federal de Entorpecentes) e é atualmente consultor do Ministério da Saúde, Coordenação de Saúde Mental, para as questões relacionadas com o álcool e outras substâncias. É membro da Comissão de Revisão da atual Lei de Tóxicos do Brasil (Lei 11.343 de 2006), da Secretaria Nacional Para Política Sobre Drogas (Senad). Confira a entrevista gentilmente concedida pelo especialista!
1. Quais são as atividades que o senhor desenvolve no CETAD?

Sou coordenador do Curso de Especialização lato senso e professor e coordenador de grupos de pesquisa no CETAD. Nossa missão é promover ações que contemplem a atenção aos usuários de substâncias psicoativas e seus familiares, a prevenção e redução de riscos e danos, o estudo, a pesquisa e o ensino, com vistas à produção e difusão do conhecimento sobre as múltiplas dimensões do consumo de drogas. Ao todo, o CETAD possui quatro núcleos: Estudos e Pesquisas; Clínica; Ações Comunitárias; e Ensino. Para mais informações, o nosso portal pode ser acessado: www.cetad.ufba.br.2. Qual é a atual situação do serviço público de saúde para atender os casos de dependência química na Bahia?

Atualmente Salvador conta com três serviços especializados e bem estruturados, com equipe técnica qualificada para o atendimento aos usuários de substâncias psicoativas legais e ilegais: o CETAD-UFBA, pioneiro no Brasil, o CAPS AD de Pernambués, fundado há cinco anos pela Secretaria Estadual da Saúde da Bahia (recentemente municipalizado) e a Aliança de Redução de Danos, também vinculado à UFBA. No restante do Estado existem mais três CAPS AD (Feira de Santana, Vitória da Conquista e Itabuna). Vale mencionar o Centro de Atenção a Toxicomanos e Alcoolistas (CATA), das Organizações Sociais Irmã Dulce.

3. Um estudo realizado pela UFRGS em diversos centros de atendimento em dependência química das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador revelou que 39% dos pacientes que buscaram tratamento queriam se abster do uso de crack. Quais são as principais estratégias para evitar o consumo e tratar efetivamente a dependência da droga?

A maioria dos especialistas está de acordo para afirmar que a dependência ao crack representa um desafio no estado atual da clínica das dependências químicas. Isto ficou evidenciado em recente encontro promovido pelo professor Elisaldo Carlini, na Universidade Federal de São Paulo. Em quase todas as regiões carece-se de estrutura de acolhimento adequada à situação clínica e social dos consumidores desta substância. Em Salvador, será inaugurado pela Secretaria Municipal da Saúde, em setembro próximo, um CAPS III para adolescentes e adultos jovens usuários de substâncias psicoativas, em particular o crack. Quanto a evitar o consumo desta substância, será necessário, no meu entender, trabalho para além das fronteiras da medicina, posto que a grande maioria de consumidores são pessoas extremamente desvalidas socialmente, os excluídos dentre os excluídos, sem descuidar da repressão ao tráfico. Neste momento, a psiquiatria intervém com seus instrumentais farmacológicos clássicos, sem os resultados desejados. Vale lembrar a experiência do professor Dartiu Xavier da Silveira, que constatou redução do consumo de crack com o uso controlado de tetra-hidro canabinol (THC).

4. Na sua opinião, o Brasil tem avançado nas políticas públicas que envolvem álcool e drogas?

Sim e muito, particularmente nos últimos quatro anos com a elaboração de uma Política de Drogas para o Brasil pela SENAD, culminando com a recente apresentação à sociedade brasileira do projeto denominado "Ações Integradas na Prevenção ao Uso Indevido de Drogas e Violência", em consonância com o PRONASCI - Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania. Também tem sido relevante as determinações do Ministério da Saúde através da Coordenação Nacional de Saúde Mental que tem favorecido a criação e implementação de CAPS AD pelo Brasil e em particular o Plano Emergencial para Álcool e Outras Drogas.

5. O senhor está desenvolvendo, ou desenvolveu recentemente, alguma linha de pesquisa na área de álcool e drogas?


Sim, particularmente com crianças e adolescentes em situação de rua, através do Projeto "Consultório de Rua", além de duas outras linhas de pesquisa: os medicamentos e seus usos (incluindo estudos sobre a farmácia domiciliar) e o consumo de álcool e outras substâncias psicoativas por condutores de veículos (incluindo trabalho em postos de abastecimento).



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