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By Ferramentas Blog

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

NINA RODRIGUES


NINA RODRIGUES
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Raimundo Nina Rodrigues nasceu em 4 de novembro de 1862, na cidade de Vargem Grande, no Maranhão, sendo seus pais Francisco Solano Rodrigues e Luísa Rosa Nina Rodrigues.
Cresceu  sob os cuidados de uma madrinha, que ajudava sua mãe nos afazeres domésticos.
Estudou no Colégio São Paulo e no Seminário das Mercês, em São Luís Era, nesta época, uma criança franzina, irritadiça, e de saúde frágil.
Em 1882, veio para Salvador e  matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, onde estudou até 1885,  quando se mudou para o Rio de Janeiro e concluiu o quarto ano médico. Voltando para a Bahia no ano seguinte, escreveu seu primeiro artigo, sobre a lepra no Maranhão.
Trminou o curso no Rio de Janeiro, defendeu sua tese de doutoramento sobre amiotrofia de origem periférica e voltou para São Luís, onde clinicou com consultório na “Rua do Sol” (hoje, “Rua Nina Rodrigues”). Em 1889, hostilizado pelos médicos locais por atribuir à má alimentação problemas de saúde da população carente da região onde vivera, resolveu fugir do provincianismo e adotar definitivamente  a Bahia como morada
Na capital baiana encontrou ambiente favorável às suas pesquisas sociais, herdadas da antropologia criminal do médico italiano Cesare Lombroso e, é claro, do positivismo sociológico penal.  Aqui, neste ambiente propício aos seus estudos e pesquisas, dedicou-se, também, ao atendimento dos mais desfavorecidos, pelo que foi chamado "o doutor dos pobres".
Seu progresso foi impressionante: em 6 de setembro de 1888, após concurso, foi nomeado professor adjunto da 2ª Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Bahia. Em 4 de março do ano seguinte, passou a lente substituto de Higiene e Medicina Legal e em 21 de fevereiro de 1895, após concurso, foi nomeado professor catedrático de Medicina Legal.
Da sua alentada bibliografia, constam livros e artigos sobre diversos  assuntos, de modo especial Medicina Legal, Antropologia, Psicologia e Sociologia.
Aceito membro de várias associações científicas internacionais, colaborou  em periódicos científicos europeus e norte-americanos. Foi redator  dos Arquivos de Psiquiatria, de Buenos Aires e Vice-Presidente da Sociedade de Medicina Legal de New York.
Trabalhando na interseção de dois saberes, o médico e o jurídico, Nina Rodrigues constituiu e institucionalizou – através de procedimentos especificamente médico-legais, aceitos como cientificamente confiáveis por médicos, advogados e policiais – uma nova especialidade médica brasileira, a Medicina Legal. Utilizando a metodologia científica mais avançada de sua época, ele foi um dos pioneiros da Antropologia brasileira, pelos seus estudos sobre religião, genealogia, língua e mitologia dos negros afro-brasileiros. Estes trabalhos, sobretudo, e sua atividade como professor e pesquisador, trouxeram-lhe notoriedade nacional e internacional “ (2).
Possuidor de sólida e diversificada cultura, , o Prof. Nina Rodrigues marcou época. Seus estudos pioneiros sobre antropologia, versando sobre crenças, mitos e valores dos afro-brasileiros, tiveram grande repercussão no cenário médico mundial” (Ibidem).
O Instituto Médico Legal que hoje tem o seu nome, foi, sem dúvida, a mais viva das  suas aspirações.
Suas pesquisas sociais causaram certa reação na mentalidade acadêmica. “Nina está maluco! Frequenta candomblés, deita-se com inhaós e come a comida dos orixás”, diziam alguns colegas da Faculdade.
Em janeiro de 1905, um incêndio destruiu parte da Faculdade de Medicina e o laboratório de Medicina Legal, lugar de trabalho de Nina Rodrigues. Segundo o Diário da Bahia, foram destruídos “diversos trabalhos seus, de importância científica; trabalhosa coleção de ossos humanos, cerca de 50, medidos e tratados; a cabeça de Antonio Conselheiro, o crânio de Lucas da Feira, além de uma outra coleção de crânios escolhidos, o que foi enormíssima perda” (5).
Em 1909, iniciou uma viagem á Europa.
"Na noite da chegada em Lisboa, a 17 de maio de 1906 – diz Nogueira Brito – e estando hospedado no Hotel de Inglaterra, teve o Dr. Nina Rodrigues uma hemoptise leve. No dia 19, promoveu-se uma conferência de médicos lisbonenses. A hipótese de tuberculose foi afastada, “pelo fato dos pulmões ficarem transparentes sob a ação dos raios X.  A 9 de junho, chegou o Dr. Nina Rodrigues a Paris, para saber o parecer de facultativos daquele país” ( 2 ).
Faleceu na capital francesa,  a 17 de julho de 1909.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
 
1.       Freire de Carvalho Filho, José Eduardo – Notícia Histórica sobre a Faculdade de Medicina da Bahia. Salvador, 1909.
2.       Nogueira Brito, Antônio Carlos – A morte e o sepultamento de Nina Rodrigues. Disponível em  http:// www.istoriae cultura .pro.br/cie/lugaresdememoria/faculdadedemedicinadabahia,htm. Acesso em 26 de novembro de 2009.
3.       Ribeiro, Marcos A.P. – A morte de Nina Rodrigues e suas repercussões.Disponívelhttp://www.afroasia.ufba.br/pdf/afroasia_n16_p54.pdf  Acesso em 26 de novembro de 2009.
4.  Sá Oliveira, Memória Histórica da Faculdade de Medicina da Bahia, concernente ao ano de 1942. Salvador, 1992.
5.  Sociedade Brasileira de História da Medicina. Raimundo Nina Rodrigues. Disponível em http:WWW.sbhm.org.br/índex.asp?p=medic_view&código=200. Acesso em 26 de novembro de 2009.
    






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