(Colaboração de Roberto Campos Meirelles e Carlos Lavigne de Lemos)
HOSPITAL DOS SERVIDORES DO ESTADO
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Arthur Clement Lavigne de Lemos formou-se em Medicina, na Faculdade de Medicina da Universidade da Bahia, em 1938, tendo contraído matrimônio no ano seguinte e se transferido para Barbacena, Estado de Minas Gerais. Lá ingressou com a ajuda de seu amigo Major Juraci Magalhães que lhe deu um cartão de apresentação para o prefeito Bias Fortes. Nesta cidade trabalhou na Santa Casa de Misericórdia, onde exerceu o cargo de diretor e em seu consultório particular, durante cerca de dez anos. Nesta cidade nasceram seus quatro filhos Carlos, Artur, Pedro Paulo e Marco Antonio.
Em 10 de agosto de 1948, foi nomeado médico do Hospital dos Servidores do Estado (HSE) passando a integrar a equipe de Otorrinolaringologia. No ano seguinte, sua família mudou-se definitivamente para o Estado do Rio de Janeiro. No HSE trabalhou até a data do seu falecimento, tendo ocupado os cargos de Chefe de Clínica e do Serviço de Otorrinolaringologia.
Foi nomeado Diretor do Hospital dos Servidores do Estado pelo então Presidente Nereu Ramos.
No período criou a creche Maria Teresa Goulart para os filhos dos funcionários.
Ao deixar este último cargo, o Sr. Presidente do IPASE Dr. Paulo Gentile de Carvalho Mello editou a Portaria n2 638,de 2/3/1956, na qual " .... exaltou e agradeceu os relevantes e inestimáveis serviços prestados pelo Dr. Arthur Lavigne na direção do Hospital dos Servidores do IPASE", ressaltando a sua “ .... eficiência, proveitosa e dedicada cooperação, a atuação equilibrada, sensata, compreensiva, hábil e inteligente, o acerto, equilíbrio e elevado critério com que estudou, resolveu e propôs solução para os assuntos e problemas técnicos e administrativos do Hospital, o modo cordato, conciliador e imparcial com que marcou a diretiva superior que se traçou e a que se subordinou invariavelmente na direção e a preocupação permanente de manter, acima de tudo e de todos, a ordem nos trabalhos e disciplina entre os servidores, resolvendo, com oportunidade e justiça, situações inevitáveis".
Arthur Lavigne tratou de uma vasta clientela, tornando o seu consultório um dos mais importantes do país.
Apesar disso, não se descuidou de dar assistência médica a uma multidão de pessoas humildes e carentes. Essa era uma faceta de sua personalidade, qual seja, atender a pessoas pobres e desprovidas de meios materiais para terem médicos particulares.
Em sua curta trajetória, uma vez que o Dr. Arthur Lavigne faleceu antes de completar 50 anos, ele foi médico de pessoas e políticos ilustres, da época, como Assis Chateaubriand, Juraci Magalhães, José Bonifacio Lafaiette de Andrada, Sette Câmara, Romulo de Almeida, Magalhães Pinto, Aliomar Baleeiro e Alcides Carneiro, entre outros. Até o ator Kirk Douglas passou pelo seu consultório, durante uma viagem ao Rio de Janeiro.
Conviveu com médicos ilustres e foi amigo íntimo de Ermiro de Lima, Mariano de Andrade, Guilherme Romano, Silvio Moreira, Aloísio Salles, Hermínio Fraga, Goulart de Andrade e Emílio Diniz
Arthur Lavigne faleceu em 30 de novembro de 1963, vítima de um Acidente Vascular Cerebral, enquanto trabalhava em seu consultório, na Rua Miguel Lemos, em Copacabana.
À beira de seu túmulo, prestou-lhe bonita e comovente homenagem o seu amigo e colega do HSE, Dr. Emilio Diniz.
Fontes de consulta:
1. “ A inquietude do Trabalho Médico, 50 anos, HSE", de autoria do
Dr. Fábio Cupertino Morinigo (1997).
2. “O Brasil perdeu um grande médico” . Publicado no Jornal Última Hora, na coluna de José
Mauro, em 02/12/1963.
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