Nasceu em Paramirim, no dia 31 de julho de 1880, sendo seus pais o professor Antônio Alexandre Borges dos Reis (sócio-fundador da Academia de Letras da Bahia e do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia) e Adelina Neves Borges.
Foi poeta, escritor, editor e médico-legista.
Veiu com a família para Salvador, ainda criança, passando a morar na chácara da Boa Vista, no bairro de Brotas. Data desta época seu gosto pela literatura.
“Ao meu pai – diz ele , o modesto historiógrafo Professor Antônio Alexandre Borges dos Reis, em cujos livros aprendi a cultuar os grandes vultos e as gloriosas datas de minha terra, devo meu gosto pela leitura” (Pátria, Álvaro Reis (1914).
Em 1899, ingressou na Escola Naval do Rio de Janeiro, onde permaneceu apenas um ano.
Regressando para a Bahia, matriculou-se na Faculdade de Medicina onde estudou Farmácia e Medicina, diplomando-se em 1904, ocasião em que defendeu tese sobre a importância da Educação Física.
Diplomado, iniciou suas atividades no Instituto Médico-Legal Nina Rodrigues e nele permanecu até sua aposentadoria, em 1950.
Durante esse perído desenvolveu intensa atividade profissional, realizando autopsias em todo o Estado da Bahia.
Todavia, nunca deixou de atender gratuitamente os pobres que o procuravam.
Sua vida intelectual data de 1901, quando lançou a “Nova Revista”, da qual foi diretor. Entre os colaboradores de “Nova Revista”, destacamos Arthur Salles, Roberto Correia, Muniz Sodré e outros nomes de projeção.
Suas poesias, assinadas com o pseudônimo de Fabius, foram muito elogiadas, inclusive por Egas Moniz Barreto de Aragão (Pethion de Villar).
Eugênio Gomes, no Jornal do Comércio, edição de 02 de julho de 1993, declarou: “Ao Fabius – apesar de não conhecer o colega que tão modestamente se esconde atrás do pseudônimo de Fabius, tenho a satisfação de abraçá-lo pela formosa poesia Num Baile (Nova Revista, pag. 17), que revela cabal conhecimento da música do decassílabo e do colorido adequado dos epitetos unido ao pitoresco da ideia. – Aceite Fabius, portanto, os meus cordiais e sinceros parabéns pelo seu humoresco, augurando-lhe brilhante sucesso no gênero celebrado por W. Irving, J.P. Richter, Quincey e Heine – Vorwarts! Em nome da poesia – 26 de novembro de 1902″.
Em 1904 publicou seu primeiro livro, denominado “Estudantinas”, o qual foi muito aplaudido por Pethion de Villar e Adriano Xavier Cordeiro.
Sete anos depois, assumiu a presidência da revista “Os Anais” e em 1914 deu à luz seu segundo livro (“Patria”).
Em 1917, lançou sua maior produção leterária, denominada “Musa Francesa”. Este terceiro livro “é uma tradução de 99 poesias francesas e uma versão para o francês de um poema do amigo Pethion de Villar (que prefaciou o livro). Entre os poetas escolhidos, estão Charles Baudelaire (com celebradas traduções dos poemas Uma Carniça, O albatroz e Tonel de Ódio), Victor Hugo, Heredia, Theóphile Gautier, Sully Prudhome, entre outros”.
O quinto livro, com o título “Beijo das Raças”, retrata as impressões de Álvaro Reis”, ao visitar Porto Seguro no ano de 1900.
Como editor, trabalhou na Litografia Reis & Cia., de propriedade de sua família, a qual funcionava como editora e livraria. Como editor, publicou livros de grande importância para a época, da atoria de Nina Rodrigues, Teodoro Sampaio e Roberto Correia, além das revistas “Nova Cruzada” e “Grêmio Literário”.
Faleceu em 6 de julho de 1932, aos 52 anos de idade.
FONTE BIBLIOGRÁFICA:
http://borgesdosreis.wordpress.com/autores/alvaro/. Acesso em 13 de mio de 2011.
==============================
Álvaro Reis (1880 - 1932) foi médico legista do IML Bahia, escritor, editor e, principalmente, poeta. Escreveu alguns livros sobre parnasianismo, simbolismo e romantismo, mas sua especialidade era a tradução de poesias francesas. Sua obra mais famosa foi a MUSA FRANCESA, uma coletânia de 99 traduções de grandes nomes da poesia francesa - sendo algumas delas consideradas as melhores já feitas até hoje.
Tanto ele quanto seu pai fizeram parte da elite intelectual baiana do início do século. Conviviam com nomes como Arthur de Salles, Pethion de Villar, Octávio Mangabeira, Roberto Correia, Pedro Kilkerry, entre outros. Eles participaram das principais agremiações literárias existentes como a Revista Nova Cruzada, Grêmio Literário, Os Anais, Bahia Ilustrada, entre outros.
Fiz o blog para reunir e organizar os materiais que herdei de minha amada avó (minha alma gêmea), mas para deixar um registro do trabalho deles, que ainda servem de referência em suas áreas até hoje. É uma história que muito me orgulha e que não posso deixar morrer!
Resvoli deixar aqui uma poesia traduzida por Álvaro, minha favorita, AUSENTES de Marcelline DESBORDES – VALMORE publicada em Musa Francesa
Tanto ele quanto seu pai fizeram parte da elite intelectual baiana do início do século. Conviviam com nomes como Arthur de Salles, Pethion de Villar, Octávio Mangabeira, Roberto Correia, Pedro Kilkerry, entre outros. Eles participaram das principais agremiações literárias existentes como a Revista Nova Cruzada, Grêmio Literário, Os Anais, Bahia Ilustrada, entre outros.
Fiz o blog para reunir e organizar os materiais que herdei de minha amada avó (minha alma gêmea), mas para deixar um registro do trabalho deles, que ainda servem de referência em suas áreas até hoje. É uma história que muito me orgulha e que não posso deixar morrer!
Resvoli deixar aqui uma poesia traduzida por Álvaro, minha favorita, AUSENTES de Marcelline DESBORDES – VALMORE publicada em Musa Francesa
Não me escrevas! Triste ando e quisera morrer…
Pois, um verão sem ti é o amor sem luz e abrigo!
E os braços fecho, que não te alcançam. Bater
Neste meu coração é bater num jazigo…
Não escrevas!
Se eu te amava! Pergunta Deus e a ti sómente.
Porque mais recordar? Porque tanto affligir?
Do teu silencio ouvir-te a voz de amor ardente
E escutar o céo, sem lá poder subir!
Não escrevas!
Tenho medo de ti, da minha memória, – ella
Tanto a voz te guardou! Não mostres, expressivo,
Agua fresca a ninguem que não ninguem que não pode bebê-la!
Uma carta querida é um retrato vivo!
Não escrevas!
Não me escrevas! ”eu te amo”, – expressão de áureo encanto
Que não mais ouso ler; palavras que ainda vejo
A brilhar, através do teu sorriso, emquanto
Na minh´alma as imprime um dulçuroso beijo!
Não escrevas!
Tradução: Álvaro Reis
*Texto reproduzido em português antigo.
*Texto reproduzido em português antigo.
FONTE :
Sou da família de Álvaro. Muito obrigada pela divulgação!
ResponderExcluir