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By Ferramentas Blog

domingo, 13 de fevereiro de 2011

249- MALAQUIAS ÁLVARES DOS SANTOS

249- MALAQUIAS ÁLVARES DOS SANTOS
O CABOCLO - DESFILE DO DOIS DE JULHO
SALVADOR, BAHIA

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Nasceu na ilha de Itaparica, no ano de 1810 (1).
Colou o grau de doutor em Medicina, pela Faculdade de Medicina da Bahia, em 1839, quando defendeu tese inaugural sobre “O estudo da Física, quer experimental, quer analítica, é essencial à instrução médica”.
Lente substituto, por concurso,  da Seção de Ciências Acessórias (1841); Lente proprietário de Medicina Lega (1855-1856).
“O Dr. Malaquias, “talentoso e estudiosíssimo”, filólogo e orador, demonstrou sempre sua rara cultura e espírito progressista” (Sá).
A respeito de Malaquias Álvares dos Santos, relata Aranha Dantas,  em sua Memória Histórica de 1855, que “ na véspera do memorável 2 de julho, à noite, quando, entusiasmados pela recordação das glórias da pátria, atravessavam o Terreiro os batalhões patrióticos em marcha para a Lapinha, de uma das janelas da Escola deu o digno lente Sr. Dr. Malaquias o magnífico espetáculo da luz elétrica, admirável fenômeno, cujo ensaio, não me consta, já fosse feito por alguém no Brasil” (apud Sá  Oliveira, obra citada).
De sua extensa bibliografia, consta a primeira memória histórica da Faculdade de Medicina da Bahia (referente ao ano de 1854).
Cavaleiro da Ordem de Cristo, era, para a época, homem de inegável cultura. Foi redator do periódico “O Mosaico”,publicado que circulou em  Salvador, de 1845 a 1847. No referido periódico escreveu vários artigos sobre assuntos os mais diversos (Instrução Pública, Mineração, Ciências Morais, Curandeirismo, Fabricação de açúcar, etc.).
Colaborou, igualmente, no “Prisma” e nos “Anais Brasilienses de Medicina” (1860-1861).
Faleceu em novembro de 1856.



FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
1.       Freire de Carvalho Filho, José Eduardo –Notícia Histórica sobre a Faculdade de Medicina da Bahia. Salvador, 1909.
2.       Pimenta Veloso, Verônica – Escola de Cirurgia  da Bahia. Disponível em
3.       Sá Menezes, Eduardo – Memória Histórica da Faculdade de Medicina da Bahia, concernente ao ano de 1942. Salvador, 1992.


APÊNDICE I

MEMÓRIAS HISTÓRICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA

FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA
INÍCIO DO SÉCULO XIX

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  “ A reforma do ensino de 1854 impôs à Congregação da Faculdade de Medicina a obrigação de indicar, anualmente, um professor para redigir a Memória Histórica do ano seguinte. Nela deveriam constar não só as ocorrências mais importantes, como também os comentários que o autor julgasse pertinentes. Esta norma foi obedecida sem interrupção até 1915, quando a sequência se interrompeu.
É de interesse lembrar os autores dessas memórias, relacionados, devidamente, no anexo I.
Uma vez apresentados à Congregação e aprovados, os textos deveriam ficar guardados na biblioteca da Faculdade de Medicina. A última vez em que se determinou a obrigatoriedade da redação anual da memória histórica, foi no Regimento Interno da Faculdade de Medicina no ano de 1948, no capítulo 3, artigo 94, item T, que continuou a recomendar a eleição, na última reunião da Congregação em dezembro, do redator da memória histórica do ano subseqüente. Não há, contudo, em documentos posteriores, a supressão desta recomendação.
Foram redigidas sessenta e quatro memórias históricas. Encontram-se devidamente encadernadas quatro arquivadas no Memorial de Medicina, no Terreiro de Jesus, trinta e seis, o equivale a 56,2% do total. Eis a relação delas:

1855, 1857,           1858, 1859, 1861, 1862,  1864,1865,         1866, 1869, 1870, 1871, 1873, 1877, 1878, 1879, 1882, 1883, 1885,1892, 1893,          1895,1902, 1903,
1904, 1906, 1907, 1908, 1909,1910, 1911,1914,1915, 1924, 1942.

Não se tem notícias de 28 delas – 43,8%, correspondentes aos seguintes anos:

1854,1856,  1860, 1863, 1868, 1872, 1874, 1875,1876,1889, 1881,1884, 1886,1887,  1888,1890, 1891, 1894, 1896, 1897, 1898, 1899,  1900,1901,
1906,1912, 1913.

Todas foram apresentadas à Congregação e aprovadas, à exceção de três delas: as de 1862 (de Domingos Rodrigues Seixas), de 1874 (de Domingos Carlos da Silva) e de 1896 (de Raymundo Nina Rodrigues).

A primeira e a terceira por terem os autores discordado da Congregação na interpretação de fatos e de conceitos aparecidos no texto. Domingos Rodrigues Seixas reviu o seu trabalho, e voltou a apresentá-lo resumidamente e a Congregação aceitou a nova versão;  porém, na época, o autor publicou, às suas custas, o manuscrito inicial.”

(Extraido de Teixeira, Rodolfo – Memória da Faculdade de Medicina do Terreiro de Jesus (1943-1995).








                                                          

APÊNDICE II

A FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA E A LUTA PELA
 INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

Ronaldo R. Jacobina, José Castellucci, Emerson Pinto, Eliane Maria Noronh (Disponível em http://www.gmbahia.ufba.br/index.php/gmbahia/article/view/234)
 
FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA

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"Muito mais que o grito de D.Pedro I no Ipiranga, a independência foi conquistada numa guerra com um heroísmo memorável, travada principalmente na Bahia, simbolizada no dia 2 de julho de 1823.
Apesar das dificuldades de identificar os estudantes nessa luta devido a inexistência de registro dos alunos matriculaddos, como lamenta Malaquias Santos, encontram-se referências na memória histórica de 1942 de Eduardo de Sá Oliveira da participação de dois lentes, participação, fique claro, antes da docência: Manuel Maurício Rebouças (1800-1862), “na qualidade de cidadão, sobretudo nas lutas da Independência, quando mostrou-se de um heroísmo extraordinário” e João Antunes de Azevedo Chaves (1805-1873), condecorado na campanha da Independência.
Reis, em seu cuidadoso estudo “A morte é uma festa”,cita fontes que garantem a condecoração de Manuel Maurício por bravura nas lutas da Independência. Rebouças, com 24 anos foi para França, onde passou sete anos e se formou em Medicina. Ao retornar, tornou-se professor de Botânica da Faculdade de Medicina da Bahia. Se Rebouças na luta pela independência era um escrevente de cartório, Azevedo Chaves, pela idade, tinha 18 anos em 1823, se destacou muito provavelmente na condição de estudante, pois só em 1833 ele se tornaria lente de Clínica Externa.
Pelo menos há este nome para exemplificar o acadêmico de medicina na luta pela independência do Brasil na Bahia, uma vez que a Faculdade de Medicina, como foi referido pelo seu primeiro memorialista, não tem praticamente registros dos primeiros anos, sobretudo sobre os estudantes.

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Ainda tendo como fonte a primeira memória histórica de Malaquias Santos, há o esforço do memorialista em identificar alunos que fizeram o curso na Bahia, dde 1808 a 1832. Ele constatou que alguns dos médicos formados aqui buscaram se aperfeiçoar na Europa. Dos alunos desses primeiros anos,
cita os seguintes nomes: José Alves do Amaral, Francisco Gomes Brandão, Antônio José de Souza e Aguiar, Manoel José Bahia e Francisco Sabino Alves da Rocha. Dentre os nomes citados, só do primeiro não se tem outra referência. O segundo tornou-se mais tarde Visconde de Jequitinhonha. Os dois seguintes fizeram parte da primeira organização do serviço médico do Exército brasileiro na campanha da Independência, feita pelo coronel José Joaquim de Lima e Silva, ao substituir o General Labatut no comando geral. Lima e Silva nomeouj os médicos Antônio de Souza Aguiar para cirurgião-mor da 3ª Brigada e Manuel Bahia da 4ª. O serviço ficou sob o comando de Antônio Policarpo Cabral, nomeado 1º médico do Exéercito. Formado pela Universidade de Coimbra, Cabral foi o primeiro Lente  aprovado por concurso da Faculdade de Medicina da Bahia, em 1831, para a cadeira de Química, sendo nomeado e transferido para a de Clínica Interna em 1833. “Graças à orientação progressista do Dr. Policarpo Cabral”, a Congregação aprovou a proibição do uso de apostilas nas aulas.
O último nome da lista feita pelo memorialista Malaquias Santos foi um rebelde foi um rebelde de muitas lutas, uma delas batizada com o seu nome. Doutor Sabino (1797-1846), com três anos de formado e na condição de cirurgião-mor do Exército, participou na luta da Independência, na batalha de Itaparica em janeiro de 1823. Logo após a Independência, foi acusado de insubordinação e preso por ordem do próprio General Pedro Labatut. Defendeu a convocação de uma Assembléia Constituinte para elaborar uma Constituição. Rebelde desde os tempos escolares, em fevereiro de 1822, ele se uniu aos oficiais brasileiros que se opuseram a entrega do comando das aramas ao brigadeiro português
Madeira de Melo em scubstituição ao brasileiro Pedro de Freitas Guimarães. Em 1824, apoiou a revolta dos Periquitos, um famoso batalhão de mulatos que se recusou a reprimir o movimento federalista de Pernambuco. Em 1833, como publicista, escrevia no “Novo Diário da Bahia” e chegou a editar o jornal “O Investigador Brasileiro” com críticas
ao poder local e central. Seu nome se destaca, sobretudo, pela sua liderança no movimento armado de 1837 em Salvador. Os historiadores consideram a “Sabinada” uma das revoltas separatistas do período da Regência. Para Tavares essa revolta, ocorrida na Província da Baia de 6 de setembro de 1837 a 16 de março de 1838, foi uma luta em defesa do sistema federalista, que buscava a maior autonomia das províncias. Com a derrota militar em março de 1838, Doutor Sabino foi preso e condenado ao desterro, tendo morrido no interior de Mato Grosso. Bissexual, mulato e com vida pessoal tumultuada, que envolve a morte da esposa e de um adversário, em alguns anos estudos a sua vida pessoal ganha mais destaque que sua ação como um constitucionalista em defesa do ideal federalista.
Na condição de docentes, encontra-se referência aos dois primeiros diretores da Faculdade. José Avelino Barbosa (1768-1838), lente de Higiene, desde 1816, “partidário ardoroso da Independência, desempenhando papel relevante nas terríveis lutas que se travaram neste estado, pela liberdade do povo brasileiro”. Outro destaque foi José Lino Coutinho (1784-1836), deputado às Cortes de Lisboa e depois Lente de Patologia Externa”.











APÊNDICE III

A PRIMEIRA LÂMPADA ELÉTRICA ACESA NO BRASIL

Ronaldo R. Jacobina, José Castellucci, Emerson Pinto, Eliane Maria Noronh (Disponível em http://www.gmbahia.ufba.br/index.php/gmbahia/article/view/234)

PRIMEIRA LÂMPADA ELÉTRICA 

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“Há um registro que faz referência ao episódio envolvendo a comemoração de 2 de julho e o lente memorialista Malaquias dos Santos, egresso da Faculdade de Medicina da Bahia, formado em 1839, com a tese inaugural intitulada “O estudo da física, quer experimental, quer analítica, é essencial à instrução médica”.
Na véspera de um 2 de julho, à noite, em 1855, “quando entusiasmados pela recordação das glórias da pátria, atravessavam o Terreiro os batalhões patrióticos em marcha para a Lapinha, de uma das janelas da Escola deu o digno lente Sr. Dr. Malaquias o magnífico espetáculo da luz elétrica, admirável fenômeno cujo ensaio, não me consta, já fosse feito por alguém no Brasil”,
O historiador Cid Teixeira o destaca como precursor, mesmo considerando equivocadadmente que o fato aconteceu em 1885 e não em 1855, trinta anos antes, como pode ser veificado na memória histórica de Manoel Dantas de 1855..
O Dr. Malaquias Santos foi aluno da FMB, tendo se formado em 1839. Dois anos depois, ele se tornou docente; Lente substituto de Ciências Acessórias (1841-1855), Física inclusive, e Lente proprietário de Medicina Legal a partir de 1855.
Esse episódio serve para registrar uma tradição não só de professores, mas também de estudantes da Faculdade de Medicina da Bahia qual seja, o de saudar o cortejo comemorativo do “   2 de julho”, seja na passagem do Terreiro de Jesus para a Lapinha, como se fazia antigamente, seja na caminhada de Lapinha pra a Câmara Municipal, passando no Terreiro e indo até o monumento 2 de Julho no Campo Grande, como ocorre atualmente. Vale registrar que esta saudação estava esquecida e foi retomada recentemente, seguindo indicação do diretor Prof. José Tavares Neto em 2003”.


APÊNDICE IV

PUBLICAÇÕES OFICIAIS DA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA

(Extraído do Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1930). Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz- http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br)

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“Em 1854 foi escrita a primeira História da Faculdade de Medicina da Bahia, pelo professor  Malaquias Álvares dos Santos. As memórias históricas, instituídas pela Reforma de 1854, eram escritas anualmente com o objetivo de narrar os acontecimentos do ano e informar sobre o desenvolvimento das doutrinas nos cursos públicos e particulares. A precariedade do ensino médico foi bastante frisada nessas memórias. A primeira delas já fez queixas da falta de apoio e de verbas necessárias por parte do Governo Imperial; dos estatutos de difícil adaptação já que eram os mesmos da Faculdade de Paris; e do não comparecimento freqüente de lentes que geralmente dividiam as atividades do magistério com as de deputados da Assembléia Provincial.
No período entre 1854 e 1915 as memórias históricas foram escritas anualmente, havendo uma interrupção de 1916 a 1923, sendo encerradas em 1924 com Gonçalo Moniz Sodré de Aragão. Novas memórias foram escritas em 1942( por Eduardo Sá Oliveira); no período 1943-1995, por Rodolfo Teixeira e 1996-2008, por Eliana Azevedo.
Em 1850, foi editado o tomo I de “O Atheneu”: periódico científico e literário dos estudantes da escola de Medicina da Bahia sob a direção de Augusto Victorino Alves Sacramento, doutor em medicina diplomado pela instituição. A partir de 1874, começou a circular “O Incentivo”: pderiódico da Faculdade de Medicina da Bahia, de publicação mensal com fins de divulgar as ciências e letras. Nesse ano teve como redatores e proprietários, Romualdo de Seixas Filho e Climério Cardoso de Oliveira.
Embora desde 1884, pelo decreto 9.311 de 25 de outubro, tivesse sido criada a Revista dos Cursos Teóricos e Práticos das faculdades de medicina da Bahia e do Rio de Janeiro, somente em 1904 foi publicado o primeiro volume da Faculdade de Medicina da Bahia referente ao ano de 1902. Foram publicados apenas mais sete volumes, sendo o último deles de 1913, relativo aos anos de 1911 e 1912. Teve como redatores principais, os catedráticos Guilherme Pereira Rebello (1902), Manoel José de Araújo (1903), José Olímpio de Azevedo (1906) e Antônio Victorio de Araújo Falcão (1907). Entre os colaboradores, destacam-se os professores Antônio Pacífico Pereira, Raimundo Nina Rodrigues, Alfredo Thomé de Britto, Deocleciano Ramos, Augusto Cézar Vianna, Gonçalo Muniz Sodré de Aragão e João Américo Garcez Fróes.
Mais tarde, pelo decreto-lei 1.511 de 16/08/1939, foi criado os “Anais da Faculdade de Medicina da Bahia”.













Em 1924, redigiu-se novamente uma outra memória, descontinuando-se a série, durante oito anos, época em que aparareceu a última deste século ( o A. refere-se ao século XX), em 1942.

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