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By Ferramentas Blog

sábado, 12 de fevereiro de 2011

A239- JOSÉ OLÍMPIO DA SILVA

239- JOSÉ OLÍMPIO DA SILVA


A MODÉSTIA

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A 2ª Cadeira de Clínica Médica, no quinto ano de medicina, tinha como catedrático o professor José Olímpio da Silva destacando-se, dentre seus assistentes, seu filho, Cícero Adolfo da Silva.
No dizer de Thomaz Cruz, Cícero Adolfo da Silva era um artista da comunicação, “que nos ensinava  a conversar com os pacientes e obter a história dos seus achaques – a  anamnese”.
Para Rodolfo Teixeira, “José Olímpio da Silva cumpriu, com eficiência, serenidade, modéstia e discrição o seu papel de ensinar junto ao paciente, nas enfermarias e ambulatórios”.

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São palavras de Mário Augusto de Castro Lima, proferidas na Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, por ocasião do centenário do nascimento do professor José Olímpio da Silva: “Na época das vozes brilhantes, lúcidas, deslumbrantes, dos grandes oradores e professores que enriqueceram esta Faculdade – de Almir de Oliveira, Pinto de Carvalho, Magalhães Neto, Estácio de Lima, Aristides Novis, entre muitos – José Olímpio murmurava suas lições, principalmente suas práticas clínicas, onde sussurrava aos ouvidos dos alunos e dos pacientes, como a não querer incomodá-los ou importuna-los com as verdades de sua ciência, nem sempre alvissareira nos seus diagnósticos e previsões, buscando aveludar com sua voz a aspereza das contestações desfavoráveis aos doentes e aos discípulos, a rudeza dos prognósticos e das prescrições, que a uns e outros o médico e especialmente o professor de Medicina é compelido a fazer.”
A bem dizer, complementava  o professor Mário Augusto de Castro Lima,  "José Olímpio não apenas auscultava os corações com seu estetoscópio, por ele  falava"
Eis o homem, eis a verdade !


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O professor José Olímpio era  um homem capaz de fazer qualquer sacrifício em benefício do próximo. Nele bondade, humildade e simplicidade não tinham limites.
Ao contrário das “celebridades” de hoje, ele era tão modesto que seria capaz de se esconder de si mesmo, contanto que não aparecesse...


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“Seu tempo, diz o seu biógrafo já citado, perdeu-se (ou ganhou-se) nas salas de aula, nas enfermarias dos indigentes, nas ante-manhãs e nas tardes do consultório, na peregrinação incessante pelas residências dos aflitos.”
Muito a contragosto, porém, sua cultura, seus conhecimentos contrariaram a  humildade e a modéstia e ele, para atender amigos, aceitou alguns cargos e funções os quais abrilhantou com  operosidade e honradez.
Assim ocorreu no Conselho Federal de Educação, no Conselho Consultivo do Estado, na Presidência do Instituto de Música da Bahia, na Direção do Hospital Santa  Isabel e na direção da Faculdade de Medicina

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Para finalizar, tornarei ao seu discípulo e amigo, o professor Mário Augusto de Castro Lima, o qual, imaginando vê-lo chegar à Eternidade, disse:
“Estou  a   vê-lo  chegar às portas do Céu e ouvir a pergunta inexorável feita por João Batista –
TU QUIS ES QUID DICES DE TE ISPO?  ( Quem és tu? Que dizes de ti mesmo?)... E sua resposta humilde, da desvalia que injustamente a modéstia o obrigava a atribuir-se: “Sou um que não estava à altura de amarrar os cadarços das sandálias de meus mestres, de meus amigos, de meus discípulos, de meus pacientes, de meus colegas...” Contra esta resposta, Mestre, insurgimo-nos seus pósteros, sua família, seus amigos, seus discípulos e mais que todos, sua Faculdade de Medicina.”
Aí está o retrato do mais humilde dos meus mestres...



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