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By Ferramentas Blog

domingo, 6 de fevereiro de 2011

185- JÚLIO AFRÂNIO PEIXOTO (AFRÂNIO PEIXOTO)

185- JÚLIO AFRÂNIO PEIXOTO
(AFRÂNIO PEIXOTO)


AFRÂNIO PEIXOTO

*

Afirmou José Santiago da Mota: “ Júlio Afrânio Peixoto, que eu tive a ventura de conhecer, de receber provas de amizade e de ouvir sua palavra cristalina, acadêmica, serena e escorreita, em orações magistrais, foi um homem extraordinário em diversos ramos do saber” (7).
Médico legista, higienista, sociólogo, etnógrafo, romancista, ensaísta, historiador, merece o respeito e a consideração de todos os baianos.
Filho do Capitão Francisco Afrânio Peixoto e Virgínia de Morais Peixoto, nasceu a 17 de dezembro de 1876, na cidade de Lençóis. Concluídos os preparatórios, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, doutorando-se em 1898, quando apresentou a tese intitulada “Epilepsia e Crime”, a qual repercutiu não só no Brasil como na Europa.
Foram seus colegas de turma :  Antônio do Amaral Ferrão Muniz, Augusto Couto Maia,  Menandro dos Reis Meireles Filho e  Luiz Pinto de Carvalho, todos professores da Faculdade (9).
Em 900, iniciou sua atividade de escritor, publicando “Rosa Mística”.
Em 1902, seguiu para o Rio de Janeiro, onde foi nomeado Inspetor Sanitário e, no ano seguinte, médico do Hospital Nacional de Alienados. Substituindo ao seu mestre Juliano Moreira, quando este estava na Europa, assumiu a direção do  Hospital, quando promoveu reforma radical na tradicional instituição.
Em 1903, foi eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina.
Em 1905, realizou viagem de estudos à Europa, onde freqüentou os cursos dos professores mais famosos de Berlim, Viena e Paris.
Ao regressar, conquistou, por concurso de títulos e provas, a cadeira de Medicina Legal, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Nessa época,  publicou o romance: “Esfinge”, ao qual se seguiram “Maria Bonita” (sua obra prima, publicada em 1914), “Minha Terra e Minha Gente”(1916), “Poeira de Estrada”(1916), “Fruta do Mato”(1920), “Parábolas”(1920), “Castro Alves, o Poeta e o Poema”(1922), “Bugrinha”(1922), “As Razões do Coração” (1925), “Uma Mulher como as Outras”(1928), “Ramo de Ouro”(1928), “Sinhazinha”(1929), “Tristão e Iseu”(1930), “Viagem Sentimental”(1931), “Humor” (1936), “Educação da Mulher”(1936), “História do Brasil”(1940).
Em 1907, criado o Serviço Médico Legal da Polícia do Distrito Federal, foi nomeado seu primeiro Diretor.
Em 1913, assumiu a cadeira de Medicina Pública da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro e publicou, no mesmo ano, “Elementos de Higiene”.
Em 1926, foi eleito deputado federal pela Bahia e como deputado federal teve atuação das mais brilhantes.
Diz Loureiro de Souza: “A sua obra literária e científica é imensa, não perdendo, no entanto, pela extensão, a grandiosidade”. E acrescenta: “Já prestes do fim, divulgou dois trabalhos que são um hino de ternura e amor à sua terra: “Breviário da Bahia”e “Livro e horas da Bahia” (8).
Faleceu, no Rio de Janeiro, em 12 de janeiro de 1947.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

1-    Afrânio  Peixoto.  Disponível   em   htpp//www.academia,org.br/abl/cgi/
cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=44&sid=127. Acesso  em  22  de  dezem   bro de 2008
2-    Afrânio  Peixoto.  Disponível  em http//pt.wikipedia.org/wiki/Afr%C3%
A2nio_Peixoto. Acesso em 22 de dezembro de 2008.
3- Afrânio Peixoto. Disponível   em  htpp//.biblio.com.b/defaultz.asp?link=
     http//www.biblio.com.br/conteúdo/biografias/afraniopeixoto.htm. Acess
o em 22 de dezembro de 2008.
4- Afrânio  Peixoto. Disponíel em http:pt.wikiquote.org/wiki/Afr%C3%A2
    Nio_Peixoto. Acesso em 22 de dezembro de 2008.
5- Carvalho Filho, José Eduardo Freire de – Notícia Histórica sobre a Facul
    dade de Medicina da Bahia. Typ. Bahiana de Cinccinato Melchiades. Sal
 vador, 1909.
6- Menezes, Jayme de Sá – Palavras de Ontem e de Hoje. Salvador, 1993.
7- Mota,  José Santiago da – Afrânio Peixoto. Anais da Academia  de Médi
    cina da Bahia. Vol. 1, abril 1978. Salvador, Bahia.
8- Souza, Antônio Loureiro de – Baianos Ilustres (1564-1925). 2ª edição.Tipografia Beneditina. Salvador, 1973.
9- Piccini, Walmor – História  da  Psiquiatria. Afrânio  Peixoto. Disponível em   http://www.polbr.med.br/arquivo/wal.0802.htm.  Acesso  em 22 de dezembro de 2008.
9- Tavares Neto, José – Formados de 1812 a 2008  pela Faculdade de Medicina da Bahia. Feira de Santana, 2008.



APÊNDICE I
O PRÊMIO NOBEL PERDIDO
(Por Marília Cordeiro)
 (Extraído de Psychiatry on line Brazil)

 
CARLOS CHAGAS
*

Carlos Chagas teve quatro indicações ao prêmio máximo da medicina...
“Cada novo cargo, honraria ou indicação no Brasil, reforçava o “grupo anti-Chagas”. Não gostavam das idéias de Chagas, dos critérios de mérito que ele e Oswaldo Cruz instituíram, das relações de Chagas com instituições estrangeiras e nem da sua condução dos negócios da saúde pública.
Quando o Departamento de Saúde Pública foi criado, o poderoso Afrânio Peixoto tinha a pretensão de dirigi-lo. Com a nomeação de Chagas, Afrânio tornou-se o mais virulento inimigo do descobridor da tripanosomíase.
Foi Afrânio Pexoto quem, dois anos depois, abriu a chamada “disputa da Academia Nacional de Medicina”, em que acusações sérias foram feitas em reunião daquela casa em novembro de 1922.
Chagas solicitou que uma comissão julgasse as acusações que lhe faziam: de que a doença não consistente, de que ela não tinha relevância epidemiológica e de que ele próprio não seria nem emsmo o seu descobridor, cabendo o título a Oswaldo Cruz.
A comissão trabalhou de forma turbulenta, de 1922 a 1923. Finalmente, em 6 de dezembro de 1923, a comissão concluiu favoravelmente a Chagas.”


APÊNDICE II
PARECER SOBRE A DOENÇA DE CHAGAS
(Extraído da Biblioteca Virtual Carlos Chagas. Disponível emhttp://www4.prossiga.br/Chagas/trak/links/internos/link-parecer.html)

CASA DE AFRÂNIO PEIXOTO
LENÇOIS, BAHIA

*

“Na sessão ordinária da Academia Nacional de Medicina, de 30 de novembro de 1922, tomou posse de membro honorário o Dr. Figueiredo Vasconcelos, chefe de serviço do Instituto Oswaldo Cruz, de Manguinhos; e o Prof. Afrânio Peixoto, servindo-lhe de paraninfo, fez referências às descobertas científicas do diretor daquele Instituto, o Dr. Carlos Chagas, das quais já também tem tratado em trabalhos publicados, de natureza a levantar dúvidas sobre a sua exatidão, ou, pelo menos, sobre o valor que lhes tem sido atribuído, partilhando assim opiniões nesse sentido externadas por outros, inclusive pelo recipiendário dessa sessão.
No seu discurso disse o Prof. Afrânio Peixoto, dirigindo-se ao Dr. Figueiredo Vasconcelos:”Podeis ter achado alguns mosquitos, inventado uma doença de que se falasse muito, mas quase ninguém os doentes, encastoada lá num viveiro sertanejo da vossa província, que magnanimamente distribuíreis por alguns milhões de vossos patrícios, acusados de cretinos”.
Estas palavras continham transparente alusão aos trabalhos e descobertas do Dr. Carlos Chagas; e, como era natural, não tardou este em replicar, nesse sentido dirigido ao Presidente da Academia uma carta, a 6 de dezembro, logo após a publicação daquele discurso, carta também por ele mandada publicar no mesmo “Jornal do Comércio” que dera na íntegra os discursos da sessão de 30 de novembro.
Infelizmente, o Dr. Carlos Chagas, molestado, colocou a questão num ponto delicado, apelando para a Academia no sentido de ser designada uma comissão a fim de emitir parecer sobre a verdade de seus estudos, por isso que tendo sido por um ato inteiramente excepcional, aclamado membro titular dessa associação, atendendo aos serviços prestados à ciência, não poderia continuar, dizia ele, a pertencer ao seu grêmio desde que se provasse haver atuado com improbidade e não merecerem crédito as suas conclusões.
Antes que de novo se reunisse a Academia, recebeu o seu Presidente mais duas cartas do Dr. Chagas e duas do Prof. Afrânio, todas por eles próprios dadas à publicidade no mesmo “Jornal do Comércio”, e, onde, em termos mais precisos, focaliza-se a questão, destacando-a da forma vaga em que tinham sido formuladas acusações que tanto chocaram quem fora alvejado no discurso de paraninfo.
Na sessão de 14 de dezembro, em que foram lidas todas essas cartas e ouvidos vários acadêmicos, o Presidente correspondendo à solicitação do Dr. Chagas, insistente em todas as suas cartas, designou Comissão composta pelos Drs. Alfredo Nascimento e Silva, Dr. Joaquim Moreira da Fonseca, Dr. Henrique Duque e Dr. Affonso Mac Dowell.
A Comissão concluiu que “de quanto pôde ver, ler, investigar, e de quanto lhe foi mostrado e explicado, não hesita em responder que os trabalhos sobre o assunto realizados pelo Dr. Carlos Chagas e por alguns outros pesquisadores de Manguinhos merecem crédito quanto às suas conclusões essenciais; que a descoberta dessa  tripanosomíase representa um fato de alto alcance científico; que os estudos que esclareceram a doença em seus principais aspectos, e as conclusões a que conduziram aqueles estudos importam em conquista científica da mais alta valia; que a nova doença, cuja extensão geográfica, bem como o coeficiente de morbidade escapam aos meios de sindicância de qua a Comissão dispõe, mas a cujo respeito há documentos indicativos de outros focos no continente americano, representa, qualquer que seja a sua difusão no interior do país, um problema de ordem social da maior relevância, merecedor da atenção do Estado; e que, finalmente, dessas verificações resulta que a Academia Nacional de Medicina não pode deixar de conservar integral o conceito que determinou a inclusão do Dr.Carlos Chagas no seu grêmio, acrescentando que os 13 anos decorridos desde então, todos empregados, como outros anteriores, no mais intenso, minucioso e honesto estudo desse difícil problema, ainda mais exalçando-lhe as qualidades de trabalhador infatigável dessa obra de ciência, sobremaneira o elevam, fazendo-se sempre merecedor das homenagens com que esta Academia entendeu distingui-lo”. 


                                  
                                                                                                        
                     "CASA DE CULTURA AFRÂNIO PEIXOTO"
                      CAMPUS AVANÇADO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL
               DE FEIRA DE SANTANA
                 LENÇOIS, BAHIA






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