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By Ferramentas Blog

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

204- JOSÉ SILVEIRA

204- JOSÉ SILVEIRA
(Extraído de  Nunes da Silva, Maria Elisa Lemos – JOSÉ SILVERIA E SUAS MEMÓRIAS.)
JOSÉ SILVEIRA
*
Nasceu em 3 de novembro de 1904, em Santo Amaro da Purificação, sendo seus pais o engenheiro agrônomo João Silveira e Maria
Blandina Loureiro Silveira.
Com a morte da mãe, passou a residir em Feira de Santana e, pouco depois, em Santo Amaro da Purificação.
Em Santo Amaro fez os cursos primário e secundário e em Salvador realizou os  preparatórios.
Em 1922 ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual foi laureado em 1927.
Um ano após a conclusão do curso médico, defendeu tese de doutoramento, intitulada “Radiografia da descendente”. No mesmo ano, ingressou no corpo docente da Faculdade de Medicina da Bahia, na qualidade de assistente do Prof. Prado Valadares.
A tese de doutoramento repercutiu nos meios científicos, motivo pelo qual foi convidado, em 1930, para realizar estudos complementares na Alemanha e  Suíça.
Na Europa especializou-se em radiologia e tisiologia.
De regresso ao Brasil, tornou-se um tisiologista famoso e desfraldou a bandeira da luta contra a tuberculose.
Em 1936, voltou à Alemanha, a convite do Instituto Ludolf Brauer, a fim de realizar conferências.
Inspirado no Prof. Brauer, regressou para Salvador onde criou, em 21 de fevereiro de 1937, o IBIT (Instituto Brasileiro de Investigação da Tuberculose).
Ao IBIT Silveira dedicou sua vida.
Os primeiros anos do IBIT foram anos de intenso trabalho, pesquisa e publicações,  o que tornou a instituição uma entidade  conhecida em todo o país.
Em 1944, o IBIT  inaugurou  sua sede, localizada no bairro da Federação, em Salvador.
A partir de então, José Silveira passou a ser considerado um cientista de renome internacional e  pesquisador de grande conceito.
“Sem a pesquisa não há ciência; sem ciência, não há estudo; sem estudo não há ensino, nem prática confiável”, dizia ele.
Em 1950, passou, por concurso de provas e títulos, a Professor Catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia. Logo em seguida, assumiu a cátedra de Tisiopneumologia da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e da Escola de Enfermagem da UFBa.
O IBIT foi o início de uma série de empreendimentos. O Hospital do Tórax, também criado pelo Prof. José Silveira, passou a ser chamado Hospital Santo Antônio. Outras instituições foram aglutinadas formando, a partir de 1998, a Fundação José Silveira.
A Fundação, financiada pela iniciativa privada, mantém o IBIT, o Hospital Santo Antônio, o Laboratório José Silveira, o Instituto de Reabilitação, o Centro de Saúde Ocupacional, o Núcleo de Toxicologia e outras instituições.
Apesar de seu envolvimento com a cultura européia, Silveira fazia questão de afirmar que era “visceralmente baiano”, motivo pelo qual recusou repetidos convites para trabalhar no Rio de Janeiro e na Alemanha.
Honrado por numerosas instituições nacionais e internacionais, membro de várias sociedades científicas e culturais, autor de produções científicas e literárias, renomado conferencista, José Silveira avulta como uma figura de imensa projeção na galeria dos grande médicos  brasileiros.
Faleceu em Salvador, em 03 de abril de 200.
Seus restos mortais, e os da sua esposa, d. Ivone, repousam na igreja matriz de Santo Amaro da Purificação.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
1.       Benício dos Santos, Itazil –Itinerário de ideais e Compromissos. Salvador, 1987.
2.       Boaventura, Edivaldo Machado – José Silveira. Jornal A TARDE, edição de sábado, 27 de novembro de 2004. Salvador, BA.
3.       Fiocruz, Memória da Tuberculose. Disponível em http://fiocruz.br/coc/
Catalogo-tuberculose/Silveira.html. Acesso em 5 de novembro de 2009.
4.     Fundação José Silveira- Nosso Fundador. Disponível em http://www.fjs.org.br/int_silveira 01.html. Acesso em 5 de novembro de 2009.

APÊNDICE I
PRADO VALLADARES E SEUS DISCÍPULOS NA EVOLUÇÃO CIENTÍFICA DA RADIOLOGIA NACIONAL
-LEVANTAMENTO HISTÓRICO-
“Coube a Alfredo Britto, este vulto singular, descrito por um dos seus maiores discípulos como: “mentalidade tão florida e frutiscente e tão clarividente e tão fúlgida, que está a constituir-se, no culto imortalizante dos pósteros o orgulho de uma raça”, não só o mérito excepcional de haver reconstruído o prédio da nossa Faculdade de Medicina, devastado por terrível incêndio, senão também a projeção do Ensino Médico na Bahia, trazendo para cá, dois anos após a descoberta de Roentgen, seus maravilhosos Raios X. Cercada por um grupo de jovens inteligentes e progressistas, entre os quais João Garcez  Fróes, Prado Valladares, Pinto de Carvalho, Duvaltércio Bolivar de Aguiar, Pedro Melo e seu próprio filho, tentou difundir os milagres do novo invento, localizando no Hospital Santa Izabel, a primeira aparelhagem que, mal ou bem, se perpetuou naquele Gabinete, até meus tempos de estudante. Dessa fase brilhante muito pouco sabemos, afora a notícia que várias teses foram inspiradas e escritas, principalmente nos domínios da patologia cardiovascular. Como documento valioso só chegou às minhas mãos aquele (“estudo synthetico”) da autoria do Prof. J. A. G. Fróes, intitulado “RADIOLOGIA CLÍNICA” com as “lições proferidas na Faculdade de Medicina da Bahia e  impressas pela deliberação dos alunos do terceiro ano médico de  1904”. Admirável nesse trabalho – que traduz fielmente a influência da Escola francesa, liderada nesse campo por A. Beclere, cujos livros do mesmo ano “LES RAYONS DE ROTGEN ET LE DIAGNOSTIC DES MALADIES INTERNES” e “LES RAYONS DE RONTGEN ET LE DIAGNOSTIC DES AFFRECTION THORFACIQUES” lhe servem de amparo e fundamento, uma vez que a experiência própria era muito reduzida.
Quando estudante, pela década de vinte, só restava o Serviço do Hospital Santa Izabel à disposição dos professores da Faculdade, e como iniciativa particular, os consultórios de Barbosa de Araújo, Alfredo Couto Britto e Portela Lima. Não conformado com esse  paradeiro, na época em que Duque Estrada e Manoel de Abreu revolucionaram as idéias radiológicas no Rio de Janeiro, Prado Valladares, sem dúvida o mais brilhante discípulo do grande Mestre baiano, resolve, estimulado pelas suas freqüentes viagens à Europa, transmitir tudo o que aprendera a respeito nos famosos cursos de aperfeiçoamento médico em Viena. Voltando de uma de suas viagens, resolveu transformar seu consultório particular num amplo serviço, a que chamou GABINETE MÉDICO DE ELETRICIDADE E LUZ, utilizando as radiações elétricas , luminosas e raios X. Sempre disposto a valorizar as novas gerações, sem influência de qualquer espécie, por escolha pessoal, para trabalhar no novo Centro Médico, convidou-me como seu Interno de Clínica Médica e Adriano Pondé, já formado, para seu auxiliar técnico e respectivo assistente... Embora as remunerações financeiras fossem praticamente nulas, nenhum de nós abriu mão de tão generosa e honrada oferta. Assim passamos a trabalhar noite e dia, porque o chefe não costumava limitar o seu trabalho. Nosso maior lucro a tanto nos guiava. Maravilhoso era o contato permanente com o extraordinário professor.Seu desejo de fazer a melhor Medicina possível – em clínica particular ou para o indigente – sua vontade irreprimível de saber, aquilo que ele próprio chamava “ânsia do porque”, seu interesse em despertar em nós o estudo e a pesquisa científica não nos deixava em paz. Sem tempo para fixar as suas idéias – até porque ele tinha a tortura da forma e a exigência da originalidade, queria arrancar de nós o possível e o impossível. Para Adriano era mais fácil. Já doutor em Medicina, com brilhante tese defendida. Quanto a mim, no meio da minha graduação, pelo quarto ano médico ? Fosse como fosse, teríamos de produzir. Com isso não se quis dizer que nele não residisse o mérito maior. A idéia do trabalho, sua estrutura, seus princípios essenciais, eram seus... Infelizmente, não podendo acompanhá-lo sempre nos vôos da sua inteligência e criatividade, a ponto de nos podermos considerar no que poderia chamar a Escola do Prof. Prado Valladares. O fato é que, dentro das limitações do tempo e dos meios à nossa disposição, alguma coisa fizemos; é o que se verá adiante, nesse singelo levantamento histórico”.

APÊNDICE II
CONTRIBUIÇÃO DO ESTUDANTE
 (Extraido de Silveira, José – Prado Valadares e Seus Discípulos. Salvador, 1995).
AUDITÓRIO DO INSTITUTO BRASILEIROPARA INVESTIGAÇÃO
 DO TÓRAX  (IBIT)
FUNDAÇÃO JOSÉ SILVEIRA
*
“No tempo em que exercia as funções de interno da cátedra de Clínica Médica, como simples estudante, acompanhando, no Santa Izabel ou no Gabinete Médico de Eletricidade  e Luz, o Prof. Prado Valadares, o que mais me impressionava era a freqüência das afecções cardiovasculares. Havia uma verdadeira epidemia de aneurismas da aorta. Esquecendo-se da lues, das aortites sifilíticas, chegou-se mesmo a pensar que a predominância de ladeiras em Salvador, era responsável por tão curioso achado ! Daí o meu primeiro trabalho. Lançando a idéia do que se chamou a SEMANA DO DOURORADO, obrigatoriamente, tive de pronunciar uma das conferências. Não hesitei. Falei sobre RADIOLOGIA E ANEURISMAS DA AORTA TORÁCICA, o que seu deu em 12 de setembro de 1927, no Anfiteatro Alfredo Britto.
Estudando depois o assunto, sob os mais diversos aspectos, verifiquei que, nesses domínios, havia muita coisa obscura; entre as quais, a noção de que o segmento inicial e a crossa do vaso, facilmente se dilatavam; o mesmo não se dando com sua parte descendente, ofuscada pela  luminosidade do mediastino posterior... Quando visível radiologicamente esse setor do grande vaso “ou se tratava de um aneurisma ou de esclerose avançada”. Radioscopando centenas e centenas de pacientes, muitos deles absolutamente sadios, verifiquei que, em determinadas circunstâncias , o famoso trecho aórtico, podia ser visto apenas em determinadas condições técnicas. Investigando cuidadosamente o assunto, dei com uma incidência que me pareceu ideal. Tentei então divulgá-la. Foi o que fiz, ainda como doutorando, no JORNAL DAS CLÍNICAS , do Rio de Janeiro, no 12 de 30 de junho de 1927, com o seguinte título: “O SEGMENTO DESCENDENTE DA AORTA TORÁCICA NORMAL NAS SUAS POSIÇÕES OPTIMAS DE OBSERVAÇÃO – O.A.D. E O.P.E.”
Para os autores citados nesse ensaio, humilde e temerosamente, enviei separatas do modesto artigo. Longe estava de pensar na repercussão que o mesmo alcançaria.
Várias apreciações me chegaram do Brasil e do Estrangeiro, concordando comigo. Dentre a que mais me emocionou foi uma carta extensa de K.Frik, um dos maiores entendidos no assunto. Jovem e inexperiente, não só decidi fazer do assunto minha tese de doutoramento, como incluí-la na mesma. Nasceu assim a chamada RADIOLOGIA DA DESCENDENTE. Não sei se pelo apoio do pesquisador alemão ou porque quiseram exaltar os méritos de um estudante de medicina, o fato é que não só foi aprovada com distinção,  como era comum, mas com um parecer elogioso assinado pelos professores Estácio de Lima, Fernando São Paulo e Prado Valadares, o que me valeu o Prêmio Alfredo Britto. Como tese tão bem conceituada, não foi menor a sua aceitação”, no Brasil e no exterior.

APÊNDICE III
NA ALEMANHA
 (Extraido de Silveira, José – Prado Valadares e Seus Discípulos. Salvador, 1995).
                                                                   
UNIDADE MÓVEL DA FUNDAÇÃO JOSÉ SILVEIRA
*
 “Empenhado não somente em as figuras que tanto me estimularam com sua crítica construtiva, como também com o propósito de forma minha carreira de radiologista, apenas iniciada, resolvi viajar para a Europa. Não encontrei  facilidades: não havia chegado o tempo das bolsas de aperfeiçoamento, no exterior. Informado e aplaudido meu desejo, Prado Valadares se empenhou em conseguir no Lloyd Brasilleiro uma passagem gratuita. Apelando para seu colega Adriano Gordilho, então deputado federal, obtive apenas a redução de 50%. Teria de completá-la, com recursos próprios. A meu favor dispunha de uma verba  que, com muito atraso, me chegava do emprego de radiologista do Ambulatório Augusto Viana. Decepcionado fiquei quando, a bordo do Bagé, soube que só pagavam: um casal de portugueses – integralmente – e eu, pela metade !!! Todos viajavam gratuitamente, por cortesia da Companhia brasileira, rica e poderosa. Nada disso me influiu. Eu ideal era maior. Outro tropeço estava em que não tinha ninguém, nem nenhuma organização para me receber.Viajei com a correspondência dos supostos amigos; fiado apenas no meu idealismo científico e no meu sentido aventureiro. Graças a Deus fui bem sucedido, mas, muito mais do que poderia esperar.
Busquei, em primeiro lugar o Dr. Karl  Frik – aquele que me escrevera com tanta gentileza. Procurei-o no Moabit Krankenhaus, onde tinha o seu serviço. Estava de férias ... Fui buscar outro Mestre, Prof. Cramer, notável pelos seus trabalhos na luta contra o câncer... Sabendo que um médico brasileiro o procurava, recebeu-me imediatamente – o que era raro – e, de modo informal, logo me foi pedindo um pouco de café, que nós brasileiros então queimávamos, provocando escândalo universal... E, sem mais delongas, chamou um dos seus assistentes e ordenou, que me facilitasse tudo, de modo a repetir á, minha experiência no Brasil. Não havia dificuldade porque o que procurava era a visibilidade radiológica da posição de um grande vaso, nas pessoas frígidas. Radiografias foram feitas, em médicos, estudantes e enfermeiras. A beleza dos diapositivos me empolgava, sobretudo em confronto com os que levara daqui. Para não perder tempo, procurava me informar, nos outros domínios da patologia, principalmente no tubo digestivo, com H. Berg, o mago do Charité.
Radiante e tranqüilo me encontrava, com o que via e aprendia, quando, chegando à pensão onde habitava, encontrei uma carta curiosa e chocante: um convite altamente honroso. Era da Sociedade de Radiologia de Berlim, anunciando que, como convidado, deveria fazer uma conferência, sobre o que vinha anunciando. Acompanhava-o uma carta do Prof. Cramer, a respeito daquela decisão... Fiquei apavorado. Apenas começava a entender o alemão. Como fazer uma conferência nessa língua ? Corri aflito para o notável radiologista. Acalmou-me indicando um assistente, entendido em espanhol, que comigo redigiria o texto, simplificando-o, garantido o êxito pela clareza da própria demonstração. Chegou o dia marcado: 30 de outubro de 1930. Salão imenso, construção antiga, ocupado todos os assentos, por gente austera e barbuda. Sentindo-se em cada um dos presentes a vontade de se parecerem com o grande Röntgen.
Pontualmente a reunião foi aberta. Na mesa só conhecia Cramer. Frik era para mim um desconhecido: não o havia encontrado no Hospital. Meu antecessor, já grisalho, apresentou  um trabalho que não agradou ... Meus receios aumentavam. Com a palavra, gaguejei minha fala e apresentei os belos documentos.
O que se passou depois, vem descrito no meu livro “VELA ACESA”, nos seguintes termos:
“Vieram os comentários. Todos favoráveis. Um deles muito me emocionou. Era do próprio Frik. Saudava-me como filho do eminente radiólogo brasileiro Dr. José Silveira, com quem mantinha correspondência a propósito do nosso assunto. Quando lhe informei, na ocasião das respostas, que não se tratava de meu pai, então de mim mesmo, saiu de sua cadeira para me cumprimentar... Não me continha de alegria, era o máximo !!! Mas... com isso não se encerrava o meu sucesso. Terminada a sessão, todos se reuniram em torno de uma grande mesa, numa Stube próxima, para a clássica cerveja. Pelo braço fui conduzido por Frik, que desejava me conhecer melhor e indagar por que não o havia ainda procurado. Oferecia seus serviços e me queria ver por lá. Cramer, satisfeito,procurava  meus amigos e colegas brasileiros para dizer no seu “corretíssimo” francês: Silveira, ami moi ...
Berg, o homem famoso, que quase diariamente via de longe, no serviço – perguntou-me também por que não estivera ainda no seu departamento. Espantou-se quando lhe disse que era freqüentador assíduo do seu serviço; não tinha acesso a ele porque era um simples discípulo do seu assistente Dr. Lohman – Mas Lohman não sabe nada... exclamou com aquele desprezo tão freqüente dos chefes alemães pra com seus graduados.
E, sem a maior hesitação, ali mesmo, na vista de todos,chama o pobre do Lohman – então no início da sua carreira – para me devolver o dinheiro que lhe tinha dado em pagamento do curso”
          
APÊNDICE IV
NO AMBULATÓRIO DO CANELA
 (Extraido de Silveira, José – Prado Valadares e Seus Discípulos. Salvador, 1995).
FEIRA DA SAÚDE - MARAGOGIPE, BAHIA
*
“ Voltando da Europa com regular reciclagem de conhecimentos técnicos, continuei a me dedicar à Radiologia, no Gabinete Médico de Eletricidade e Luz, e no de Fisioterapia do Ambulatório Augusto Viana, como seu diretor. Longo seria referir, mesmo resumidamente,nossa experiência nas décadas de trabalho que por lá, passei.
Funcionários, no serviço, eram dois, independente de mim. Manoel Ezequiel Costa, ainda estudante, excelente companheiro, estudioso e inteligente, dedicado e eficiente; e Antônio Ribeiro, um técnico que fazia, na sua modesta câmara escura com sua delicada arte fotográfica, verdadeiras maravilhas. Em pouco tempo todos nos procuravam. Lá compareciam quase todos os professores para tirar suas dúvidas; ali mesmo, ou nos conduzindo ao conjunto cirúrgico para esclarecer diagnósticos.
Ao lado dos Mestres, chegavam os alunos. Assim se incorporaram ao nosso grupo Rafael de Codes y Sandoval, Carlos Passos, Bernardino Nogueira, José Sobrinho, Manços Chastinet, Oswaldo Alves, Aloysio Durval, Itazil Benício dos Santos, Carlos Chenaud e tantíssimos outros. Nossa fama cresceu. Cada vez mais, importantes figuras passavam a preferir nossos trabalhos. O mais conhecido foi José Américo de Almeida, quando acidentado no Porto dos Tainheiros... Nosso núcleo, cada vez mais merecia aplauso. Para citar apenas um julgamento, lembro o que escreveu um dos maiores mestres da Radiologia Mundial, Prof. Pedri Barcia, quando nos visitou. Da sua longa e minuciosa carta de 07 de agosto de 1940, transcrevo o seguinte trecho:
“Amigo Silveira
La experiência que nos dam los anos se encarga de hacer mas clara la separación, porque nos enseña a estimar El valor real de las personas y de las cosas. El recuerdo que me ha dejado o núcleo que forma Ud. y sus compañeros es los Buenos y los grandes, porque tengo la impresión de Haber encontrado um grupo de personas unidas por um admirable entusiasmo por el estudio y por el deseo de perfeccionamiento. Ud. tadavia no me conocelo suficiente como para saber que no so soy de las personas que se dejan arrastrar por primeras impresiones ni tampoco de las que son capazes de hablar llevadas por las obligaciones que crea el Haber sido recebido com tan amable hospitalidad como la que me brindo Bahia. Deseo que comprenda que mi impresión es sincera y que si lês formulo a Uds. Augúrios de um muy grande porvenir científico, es porque estou convencido de que Forman uno de los núcleos de mayor valor positivo que me ha tocado la suerte de encontrar.
Há contribuído a reforzar esa impresión el haberme encontrado a mi regresso com los libros que Ud. Tuvo a bien enviarme y que recien llegaron depues de mi salida. Me ham dejado excelente inpresión em lo que se refiere a la parte científica y mostrar a uma persona que sabe tambien cultivar la belleza y vivir uma vida completa”.
Tão estimulados ficamos que resolvemos levar a efeito o Primeiro Curso de Aperfeiçoamento em Radiognóstico. Queríamos lhe dar um cunho oficial. Atendeu, sem reservas, nosso pedido, o Conselho Técnico da nossa Faculdade de Medicina. O êxito foi tão grande que tivemos de repeti-lo nos anos seguintes: 1934 e 1935.
Preocupado com os problemas da tuberculose, não me sobrava tempo para repetir esses cursos. Ademais, naquele momento se criava o Hospital das Clínicas, com instalações mais modernas, podendo melhor servir a todas as cátedras nele instaladas. Por este ou outros motivos, foi-se desfazendo o nosso núcleo. Muitos saíram para cursos de aperfeiçoamento; um para o Rio de Janeiro, com Nicola Camina, outros surgiram para Montevidéo, em período mais ou menos longo, buscando orientação e maiores conhecimentos com o Prof. Pedro Barcia, o chefe da escola de maior projeção, naquela época, em toda a América Latina, que nos recebia com o maior interesse e real encanto. Ligados a nós e a estes dois grandes mestres estiveram José Sobrinho, Fernando D´Almeida, Ezequiel Costa, Itazil Benício dos Santos, Humberto Peixoto, Adelaido Ribeiro. Este, tanto se entusiasmou pela Radiologia que, às próprias custas, criou um Instituto de Radiologia, que imensos serviços prestou à nossa Terra. Sem pretender escrever a história da Radiologia da Bahia na época, em que, sem dúvida, dominavam os princípios e o estímulo de Prado Valadares, desta fase do Ambulatório Augusto Viana se passou ao domínio do que, no âmbito universitário se transferia  ao Hospital das Clínicas. Com aparelhagem moderna, colaboração direta de todas as cátedras, o Serviço de Radiologia, por mais de vinte anos sob a chefia do Dr. Fernando  D´Almeida, prestou inestimável contribuição à assistência médica, à Pesquisa e ao Ensino multidisciplinar do diagnóstico radiológico.

APÊNDICE V
O GABINETE DE ELETRICIDADE E LUZ
 (Extraido de Silveira, José – Prado Valadares e Seus Discípulos. Salvador, 1995).
CORAL DA FUNDAÇÃO JOSÉ SILVEIRA
(Extraído de  Nunes da Silva, Maria Elisa LemosJOSÉ SILVERIA E SUAS MEMÓRIAS.. Disponível em http://www.uesb.br/anpuhba/anais_eletronicos/Maria%20Elisa%20Lemos%20Nunes%20da%20Silva.pdf)
*
“Fora da Faculdade de Medicina toda a minha atividade radiológica se fez,no Gabinete Médico de Eletricidade e Luz, do Prof. Prado Valladares. Logo depois do seu funcionamento, Adriano Pondé nos deixou, seguindo rumo próprio, menos ligado aos Raios X. Ficamos então, Valladares, eu e D. Almira, jovem devotada aos trabalhos técnicos. Como recepcionista, o Velho Senna, nunca esquecido. Vivia Valadares seu apogeu; ninguém tinha maior clientela. À medida que melhoravam nossos resultados, avalizados por ele, nos seus esplêndidos e explicativos laudos, crescente era o número dos que procuravam nossos serviços.
Infelizmente, circunstâncias dramáticas, que tanto perturbaram a vida do grande Mestre, vieram interromper sua carreira triunfal. Lutas na Faculdade, desentendimentos intra-familiares, aumento crescente dos seus desafetos, levaram-no ao quase abandono do seu querido gabinete.
Com o decréscimo das consultas, a diminuição cada  vez maior dos que nos procuravam, caíram os serviços. Vivendo às custas do seu ordenado como professor – sempre escasso – e de sua clientela privada, cada vez menor, responsável pela educação de cinco filhos, homem digno de todos os sentidos, foi obrigado, como último recurso, a vender seu próprio aparelho de Raios X. Procurou seus ex-alunos, vitoriosos na profissão, como Edgard Santos e Armando Tavares; nenhum deles se candidatou, alegando, justamente não serem radiologistas. Achou, ele de propor-me a compra: achava que se mudasse de dono, especialista novo, recém-chegado da Europa, tudo seria diferente. Imediatamente teria aceito a sugestão, se estivesse em condições de fazê-lo. Mas, esse não era o caso. Como as condições em que nos cederia as suas instalações era e pai para filho, reuni-me a dois doutorandos amigos, menos pobres do que eu: Heitor Marback e Rafael de Codes y Sandoval. Juntos assumimos tão séria responsabilidade. Como leões trabalhamos noite e dia. Pouco a pouco , conquistamos o renome ameaçado a ter um dos melhores conjuntos radiológicos da Cidade. Lucros tivemos nem só financeiros, como profissionais, científicos e éticos.  Longo e desnecessário seria lembrá-los aqui. Cito apenas dois fatos curiosos, lembrados, pelas suas conseqüências científicas e sociais.
O primeiro diz respeito àquele episódio, em que fomos procurados por Carlos de Aguiar Costa Pinto, um dos diretores da Casa Magalhães & Cia., considerado homem dos mais ricos e poderosos da Cidade. Não o conhecia pessoalmente. Procurou-me para fazer uma radiografia do tórax, visando sua aorta, por ser suspeito de portador de um aneurisma. Recebi-o como toda a gente. Quando, querendo me pagar, deu-me seu nome todo, Carlos de Aguiar Costa Pinto, indaguei:
Qual a sua relação de parentesco com o Prof. José Aguiar Costa Pinto, meu professor de Higiene na Faculdade de Medicina ?
Meu irmão, respondeu-me.
Daí oferecer-lhe meu pequeno serviço, lembrando que seu irmão era exatamente o mestre que mais me vinha ajudando na criação do IBIT. Com tão pequeno préstimo, ganhei um dos meus maiores amigos. Aquele que me ajudou a construir o IBIT, mantendo-o por longos anos.
Conseqüência também digna de respeito foi outro exame de radiologia que prestamos, dessa vez, ao Interventor Landulfo Alves, que financiou, pelo Estado, 2/3 da construção do mesmo Instituto.
Com estas e outras compensações, estimulados e compensados pela confiança do público e de toda a classe médica.
À medida que nos tornávamos conhecidos, apareciam proposta e vantagens. Uma delas veio do Ceará. Grupos médicos de Fortaleza, apelaram para nós, oferecendo grandes perspectivas para um de nós. Aceitou o convite o Rafael de Codes y Sandoval. Viajou para a capital cearense e lá fundou seu melhor serviço de Rádio-diagnóstico. Chegou mesmo a ser professor na Faculdade de Medicina. Outro que também nos deixou, foi Carlos Passos, deslocado para Natal, onde obteve sucesso semelhante. Assim, restávamos Heitor Marback e eu, quando nos deu uma feliz solução. Manoel Ezequiel da Costa, o interno admirável do Ambulatório Augusto Viana, o companheiro leal, o amigo sem jaça, ainda não tinha uma orientação definida. Viajara, tentando clinicar, pelo Interior da Bahia e de São Paulo. Sem demora, consegui o parceiro ideal, que procurávamos. Daí por diante, com a saída de Marback, para ocupação integral em Oftalmologia, ficamos nós dois, auxiliados apenas por uma jovem dedicada e excelente técnica, cuja memória tanto reverenciamos: JULIETA VALENTE.
Dessa forma, o pomposo GABINETE MÉDICO E ELETRICIDADE E LUZ, tão bem lançado pelo idealismo de Prado Valladares, se reduziria a um simples Consultório de Rádio Diagnóstico, modesto, como os que mais fossem: guardando e defendendo porém as linhas científicas e éticas defendidas pelo antigo chefe. Com o meu empenho, cada vez maior, pela Tisiologia, minhas atividades radiológicas se reduziam a cada instante. Juntos continuávamos a trabalhar mais, com a responsabilidade técnica e profissional de Ezequiel, que defendeu e garantiu o nome do Serviço, até quando  fechamos suas portas.
Com isso se encerraria a influência do último discípulo de Prado Valladares: pelo menos, aquele que tivera a honra de conhecê-lo, com ele trabalhar, na luta pelos seus ideais, seguindo sempre e propagando seu idealismo.
Do seu impulso inicial, do seu exemplo admirável, independentemente do pouco que seus dois discípulos diretos puderam fazer, talvez tenha havido algo de bom e proveitoso para os que não sendo seus discípulos diretos, alguma coisa lhes traga proveito prático e doutrinário.
Com esse despretensioso relato, de caráter quase pessoal, quero lembrar apenas o muito que um professor da Faculdade de Medicina da Bahia fez, com seus dois discípulos, em favor da Radiologia Nacional. Foi muito pouco em relação à grandeza dos conhecimentos então revelados, mas iniciou o esforço que um pequeno grupo, nas mais difíceis condições técnicas, pôde levar por diante.
Não se quer também dizer que aí parou a evolução da Roentgologia entre nós. Muito ao contrário. Fora da nossa influência e longe do que alcançamos, seus períodos mais brilhantes vieram com o que se fez, portas a dentro do Hospital das Clínicas, no Serviço de Radiologia, que foi mais tarde inserido no conjunto do Departamento XIII, que abrangia várias especialidades. Para chefia desse departamento foi indicado o Dr. Fernando D´Almeida, passando a do serviço de Radiologia ao Dr. Lisalvaro Cruz Ferreira.
No âmbito desse Departamento, foi aprovada a proposta do Magnífico Reitor  Dr. Augusto Mascarenhas de criação da cátedra de Radiologia que veio ser ocupada, após brilhante concurso pelo Dr. Itazil Benício dos Santos, que nela manteve modelar centro de aprendizado e estudo”.

APÊNDICE V
O IBIT
(Extraído de  Nunes da Silva, Maria Elisa Lemos – JOSÉ SILVERIA E SUAS MEMÓRIAS)
JOSÉ SILVERA NASCEU PARA
SER MÉDICO

(Extraído de  Nunes da Silva, Maria Elisa LemosJOSÉ SILVERIA E SUAS MEMÓRIAS.. Disponível em http://www.uesb.br/anpuhba/anais_eletronicos/Maria%20Elisa%20Lemos%20Nunes%20da%20Silva.pdf
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“Em 21 de fevereiro de 1937, foi criado na Bahia o Instituto Brasileiro para
Investigação da Tuberculose (IBIT). Nesse momento, o médico José Silveira, seu idealizador, proferiu discurso em que ressaltava as finalidades fundamentalmente científicas da instituição.
Sua principal razão de ser era a pesquisa da tuberculose. O IBIT surgiu como uma entidade privada.
O que Silveira dizia trazer de novo era “uma atitude mental diversa”, afinal, existiam, em alguns estados hospitais e centros de assistência médica e amparo social aos tuberculosos. No entanto, a pesquisa científica nos domínios da tisiologia era realizada nos curtos intervalos permitidos entre uma e outra atividade, sem a continuidade necessária.
Era preciso, segundo afirmava, “investigar, procurar o fato novo” que desse independência cultural e científica . Isso evidenciava seu caráter pioneiro, pois não havia nada semelhante em qualquer um dos estados da federação.
Sua cerimônia de criação ocorreu no Ambulatório Augusto Viana da Faculdade de Medicina da Bahia onde já funcionava um serviço de tisiologia organizado   por   Silveira e   onde funcionaria o recém criado       Instituto.
Nessa ocasião, a tuberculose era um dos maiores problemas médicos e sociais da Bahia. Ela matava mais do que todas as outras doenças transmissíveis juntas.
Portanto, a criação do IBIT era propagandeada por José Silveira como um acontecimento de fundamental importância, pois essa Instituição direcionar -se-ia  ao combate da doença de maior incidência e mortalidade do período, bem como desenvolveria a investigação científica, instrumento que faltava no armamento antituberculose do país.
Quem estiver em Salvador e passar pelo bairro da Federação , encontrará ainda hoje ,do lado do Cemitério do Campo Santo, o IBIT funcionando no mesmo local em que foi instalado em 1946, no momento da inauguração da sua sede própria. Os propósitos da instituição foram ampliados para além da tuberculose , passando a abranger as demais doenças  do tórax. E a sigla IBIT passou a corresponder a Instituto Brasileiro para Investigação do Tórax. Mas o nome José Silveira continua remetendo quase que imediatamente à luta contra a tuberculose e ao IBIT.
A trajetória desse médico nascido na cidade de Santo Amaro, no recôncavo baiano, em 1904 e que se mudou para Salvador em 1921 para cursar a Faculdade de Medicina, ficou registrada não só na sua ampla publicação em revistas médicas, principalmente na revista Arquivos do IBIT, criada no mesmo ano em que foi fundada a instituição, como também na sua produção memorialista. Escreveu quinze livros de 1975 a 1994, talvez esperando mesmo que sua vida despertasse interesse póstumo .
Segundo Schmidt, o resgate de trajetórias individuais pode iluminar questões e/ou contextos mais amplos. Silveira pode ser considerado um       desses personagens que, ao serem observados historicamente, parecem dizer tanto mais de seu tempo como de si mesmos. O estudo de trajetórias é o espaço de articulação entre o singular e o plural, entre o individual e o coletivo. E nesse sentido, é possível observar aspectos da história da tuberculose na Bahia.
Para Gomes,“As práticas de escrita de si podem evidenciar, assim, com muita clareza, como uma trajetória individual tem um percurso que se altera ao longo do tempo, que decorre por sucessão” .
Silveira foi professor, pesquisador e médico. Sua opção inicial foi pela área de radiologia, interesse gerado ainda enquanto estudante , quando trabalhava no Gabinete Médico de Eletricidade e Luz, do médico Prado Valladares, ao qual se refere como seu “grande mestre”. Formou-se em medicina, em 1927, tendo defendido tese de doutoramento em 1928, intitulada Radiologia da Aorta Descendente , laureada com o prêmio Alfredo Britto por ter sido a melhor tese da sua turma. Sua opção pela tisiologia ocorreu mais tarde, em viagem que realizou à Alemanha, após sua formatura, buscando aprofundar os conhecimentos sobre radiologia. Entrou em contato com instituições que se dedicavam ao combate à tuberculose, identificando a distância que havia entre aquele país e a luta antituberculose na sua terra natal.
Retornando ao Brasil , criou no Ambulatório Augusto Viana da Faculdade de Medicina da Bahia um Serviço de Tisiologia , passando a atender os pacientes portadores de tuberculose .
Relatou sua atuação profissional como um sacerdócio. A “paixão pela tuberculose foi gerada pela grandeza do problema”.
Sua primeira intervenção publica em prol da luta anti tuberculose ocorreu em 1935, no Primeiro Congresso Regional de Medicina da Bahia, ocasião em que apresentou um Plano de Combate à Tuberculose, no qual indicava os elementos que deveriam existir para a criação no estado de um “armamento” de combate a essa doença. Nesse plano, considerava como fundamental a participação do governo do estado.
Silveira justificou a criação do IBIT como conseqüência da recusa do governo em assumir a proposta por ele apresentada. Partiu , então, para a fundação de uma estrutura ainda mais diferenciada, inexistente no país: um instituto não só de rotina para a aplicação de métodos já conhecidos, mas com o propósito audacioso de inovar e criar, de investigar cientificamente os problemas da tuberculose. Começou aí a história do Instituto Brasileiro para a Investigação da Tuberculose, tantas vezes narrada, criada e interpretada nos seus livros de memórias.
O primeiro deles Imagens da Minha Devoção foi dedicado aos amigos e a Ivone, “esposa querida ”, homenageada em toda a sua obra. Pede perdão por “tê-la queimado na chama ardente e torturante de um ideal inatingível” Ivone foi presença constante ao seu lado no IBIT, desenvolvendo atividades assistenciais para o pacientes e seus familiares. No que chama de “Explicação” diz: “Aos setenta anos, atingindo uma idade que nunca pensei alcançar, volto-me para o tempo decorrido, à procura de alguma coisa que pudesse fixar, na minha difusa e apagada existência”. Silveira observou nas lembranças “a presença do amigo”. Daí ter escolhido, com a chegada da velhice , reunir o que escreveu e dispersamente publicou sobre alguns dos seus maiores amigos “arrebatados pela força inexorável da morte”.
Imagens da Minha Devoção inicia uma forma de produção memorialista , voltada para a evocação de pessoas importantes na sua vida, seguida por duas outras publicações: Pérolas e Diamantes de 1984 e Paradigmas publicado em 1989. Assim, tratou de homenagear parentes, amigos, colegas e políticos. Aliás, em relação a esses últimos , Silveira não tomava uma posição definida. Elogiava os governos e os políticos que deram importância à luta contra a tuberculose e que ajudaram a consolidação do “seu” instituto. Foram esses políticos que acabaram sendo lembrados nas suas memórias. Vale ressaltar que nesses livros , entre os homenageados, a presença marcante era mesmo de médicos”.








 
 
 
 
        

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