English French German Spain Italian Dutch
Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified
By Ferramentas Blog

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

205- JOSÉ SOARES DE CASTRO

205- JOSÉ SOARES DE CASTRO
CHEGADA DE D.JOÃO VI AO BRASIL (1808)
DOIS DOS PRIMEIROS PROFESSORES DA FACULDADE
DE MEDICINA DA BAHIA
(1808-1815)
*

Nasceu em Portugal , no ano de 1772.
Fez o tirocínio médico no Colégio São José, em Lisboa.
Veio para Salvador,  onde exerceu as funções de Cirurgião-mor no Hospital Militar,no antigo convento dos jesuítas, situado no Terreiro de Jesus.
Criada a Escola de Cirurgia pelo Príncipe Regente, foi designado para ser um dos seus dois primeiros professores. Concorreu para a escolha o fato do Dr. José Soares  de Castro ser um cirurgião de grande fama e de profundo conhecimento.
Foi nomeado para reger a cadeira de Anatomia. O ato, assinado pelo Conselheiro José Correia Picanço, é redigido nos seguintes termos: “Tendo o Príncipe Regente, Nosso Senhor, anuído à representação que lhe fiz sobre a necessidade, que havia, de uma Escola de Anatomia e Cirurgia nesta Cidade para o ensino público dos que se destinam ao exercício desta Arte, dando-me a faculdade e eleger os Professores que fossem dignos de criar e utilmente promover este importante Estabelecimento: Nomeio a V. Mcê.,para, dar lições teóricas e práticas de Anatomia e as de Operações Cirúrgicas no Hospital Militar desta Cidade, na conformidade das instruções que lhe remeto, esperando do seu zelo, patriotismo, e distinto merecimento o desempenho do conceito que faço de sua pessoa. Bahia, 23 de fevereiro de 1808” (2).
Na ocasião Dr. José Soares de Castro, tinha 36 anos de idade e lutou com grandes dificuldades, a ponto de escrever, ele próprio, em 1812, um livro didático, sob o título de “Elementos de Osteologia”, o qual dedicou ao Dr.José Correia Picanço.
Em 1813, publicou outra obra, denominada “Da Noxologia”.
Em seguida, escreveu três compêndios sobre angiologia, nevrologia e esplanelogia, os quais reuniu em um tratado de Anatomia.
Em 1815, foi designado para ensinar Anatomia Geral e Matéria Médico-Cirúrgica.
Foi cavaleiro da Ordem de Cristo e recebeu outros títulos e honrarias
Faleceu em 1849, na Bahia, aos 77 anos de idade.
Os registros  são unânimes em considerar o Dr.  José Soares de Castro um professor competente e dedicado.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
1.            Carvalho Filho, José Eduardo Freire de – Notícia Histórica sobre a Faculdade de Medicina da Bahia. Salvador, 1909.
2.            Sá de Oliveira, Eduardo de – Memória  Histórica da Faculdade de Medicina da Bahia concernente ao ano de 11942. Salvador, 1992.


APÊNDICE
“ALUNOS NAS MEMÓRIAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA” (II)
(Extraido de Souza e Azevedo, Eliane Elisa de – Memória Histórica (1996-2007). Feira de Santana, 2008).
(1808-1815)
JOSÉ CORREIA PICANÇO, BARÃO DE GOIANA
*
“Criar e fazer funcionar um novo curso médico, em qualquer época e lugar, implica em desafios de duas ordens: primeiro, prover instalações adequadas ao ensino da Medicina em suas diversas disciplinas tanto básicas como clínicas; segundo, agregar recursos humanos competentes a fim de assegurar a qualidade de ensino.
Há 200 anos, a criação do primeiro curso de Medicina no Brasil, exigiu a junção do disponível localmente tanto em competência como em espaço físico, minimamente suficientes para conferir identidade institucional ao curso.
Criado em 18 de fevereiro de 1808, o curso de Medicina, sob a denominação  de Colégio de Cirurgia, e destinado a funcionar no Hospital Real Militar, iniciou suas atividades com dois Professores: José Soares de Castro e Manoel José Estrela.
Ambos possuíam habilitações de Cirurgiões Militares pelo Colégio São José em Lisboa, o que lhes conferia legitimidade e competência para o exercício da docência.
Todavia, nos registros da Memória Histórica do ano de 1854, esses admiráveis pioneiros do ensino médico no Brasil não dispunham de meios eficazes para o ensino da Medicina e também não recebiam remuneração por suas atividades de professor.
São escassos os registros sobre as atividades de ensino nos primeiros oito anos de funcionamento do Colégio Médico-Cirúrgico. Dentre os alunos que cursaram os primeiros oito anos de ensino médico existe uma relação de cinco nomes que “se destinguiram”: Manoel José Bahia, José Alves do Amaral, Francisco Sabino Alves da Rocha, Antônio José de Souza Aguiar e Francisco Gomes Brandão.
Os alunos fariam uma única matrícula para todo o curso. O fato de estar matriculado não impunha ao aluno o dever de freqüência às aulas nem de outros cumprimentos de deveres discentes. A esse relato acrescenta o Memorialista de 1854: “...sou informado de que aos lentes nem respeito nem consideração guardavam aquelles”.
Alguns alunos deslocavam-se em viagens para a Europa em busca de maiores conhecimentos. Outros, parece terem abandonado o curso pois existe o relato que retornaram ao estudo em 1816, após a reforma do ano anterior.
Durante os primeiros oito anos de funcionamento do curso médico não consta terem ocorrido melhorias fundamentais na forma de ensino e nem na exigência no cumprimento de deveres por parte dos alunos. Todavia, aos “alumnos” era exigido, após quatro ou cinco anos de “licções theoricas”, exame de conhecimentos perante o “Physico-mor” sobre pontos dados com antecedência. Os alunos recebiam ensinamentos de Anatomia Humana, Fisiologia, Patologia e Clínica”.

                                                                   



Nenhum comentário:

Postar um comentário