168- JAIR FRANCISCO BURGOS
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Jair Francisco Burgos nasceu em Salvador, no dia 10 de junho de 1920.
Em 1945, diplomou-se em Medicina, pela Faculdade de Medicina da Universidade da Bahia.
Ainda estudante, ingressou na Clínica Ginecológica, a convite do Professor Alicio Peltier de Queiroz.
Defendeu tese de doutoramento em 1953, intitulada “Tratamento das fístulas vesico-genitais, processo de desdobramento”, sendo aprovado com distinção.
Em 1956, conquistou a Livre Docência, com a tese “Histerectomia vaginal à Mayo-Ward, no tratamento do prolapso vaginal”.
Realizou vários cursos e estágios, de 1959 a 1960, quando freqüentou os Serviços Ginecológicos dos Professores Botella-Luzia (Madrid), Funk Brentanot (Paris), Mazzatch (Milão), Inguiulla (Florença), Byckenbac (Munique) e Di Paola (Buenos Aires).
Durante trinta anos, de 1960 a 1990, orientou os médicos, inclusive estrangeiros, que, na Faculdade de Medicina da U
FBa, especializaram-se em Ginecologia.
FBa, especializaram-se em Ginecologia.
Em 1978, foi presidente da Associação Bahiana de Medicina, a qual o distinguiu com o diploma de Honra ao Mérito, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados à profissão.
Ao aposentar-se da Universidade Federal da Bahia, foi alvo de significativa homenagem, recebendo medalha de ouro, e mais o diploma de Honra ao Mérito.
Posteriormente, foi agraciado com o título de Professor Emérito.
Participou de inúmeros congressos médicos, apresentando contribuições de grande valor.
Argüiu teses de doutoramento e ministrou cursos de Cirurgia Ginecológica, na capital e no interior. De sua autoria são dezenas de trabalhos sobre assuntos de sua especialidade, publicados em periódicos do Brasil e do exterior.
Sobre figura tão singular da medicina baiana, disse o Dr. Ibsen Pires de Novaes: “Nas suas intervenções cirúrgicas, era exato, operava com amor e sempre perguntava aos seus discípulos quantas pinças tinha em suas mãos. Nós só ouvíamos o barulho do fechar das duas pinças e tínhamos de confirmar: “Uma só, Professor” . Se disséssemos duas pinças, ele respondia: “Amigo, estou mal”. Indagávamos: “Por que, Professor?”. O mestre respondia: “Porque deixei perceber um duplo barulho, um barulho que não foi uníssono”. Quando operava com a mão esquerda, ninguém percebia, devido a destreza ímpar, própria do melhor cirurgião do mundo!”
Informa o mesmo discípulo: “Certa feita, em um congresso no Brasil Central, mais especificamente em Goiânia, o acompanhei como assistente e colaborador. Foram sete dias de curso intensivo, com auditório superlotado. Acordávamos, todas as manhãs, às quatro horas e trinta minutos, para repassar as aulas e cirurgias a serem realizadas. Cada uma era apresentada com o maior brilhantismo e perfeição. A perfeição era o seu lema e, no término de cada intervenção, ele recomeçava a seguinte, com igual entusiasmo, coragem, segurança e amor”.
Dr. Edson Od’wyer Júnior acrescenta: “Devo-lhe o que sei de cirurgia ginecológica. Além da técnica, há a filosofia de como, e porque fazer, a emoção e o respeito no que se faz, a alegria de transmitir o que se sabe. Devo-lhe isso também”.
Faleceu o grande mestre no dia 8 de fevereiro de 1997, deixando um imenso vazio no espaço que, durante muitas décadas, ocupou com raro dinamismo, incomparável brilho e excepcional competência.
FONTE BIBLIOGRÁFICA:
Burgos, Maria de Lourdes Rocha Santos – Trinta e Sete anos com Jair Francisco Burgos, o cirurgião escultor da pelve feminina. Salvador, Bahia,1997.
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