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By Ferramentas Blog

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

211- JOAQUIM MANUEL RODRIGUES LIMA

211- JOAQUIM MANUEL RODRIGUES LIMA
JOAQUIM MANUEL RODRIGES LIMA

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Nasceu na cidade de Caetité, Bahia, a 4 de maio de 1845, sendo seus pais o capitão Joaquim Manuel Rodrigues de Lima e Rita Sofia Gomes de Lima.
Aos dez anos foi estudar em Salvador e em 1862 ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia e, ao cursar o 5º ano do curso médico, foi servir nos hospitais de sangue da Guerra do Paraguai, como cirurgião. Sobrevive ao naufrágio do navio que o transportava para o Uruguai.
Retornando a Salvador, cola o grau em 1869.
Formado, seguiu para a cidade natal, onde fixou residência, iniciou a clínica e foi eleito vereador.
Em 1872, foi eleito deputado à Assembléia Provincial, para a legislatura 1872-1873, sendo reeleito nas posteriores.
Em 1877 viajou para a Europa com o objetivo de aprimorar seus conhecimentos profissionais, ocasião em que freqüentou os melhores hospitais da França, Alemanha, Áustria, Bélgica e outros países.
Ao regressar ao Brasil, voltou para Caetité.
Proclamada a República foi eleito em 1891, Senador à Constituinte do Estado e no ano seguinte foi eleito Governador do Estado.
Sua administração á frente do Governo da Bahia foi marcada pela reestruturação administrativa, incentivo total a cultura e educação e pelo apoio ao Instituto Geográfico e Histórico e  diversas outras instituições culturais.
É de sua iniciativa o embelecimento e a modernização de Salvador. Serve de exemplo a mais ampla e mais bonita praça da cidade, a do Campo Grande, a qual homenageia dos heróis da Independência Baiana.
Sua administração cuidou também  do interior do estado, estimulando o ensino de qualidade e fazendo-se presente em vários municípios, sobretudo aqueles mais atingidos pelas secas.
Honesto e extremamente escrupuloso, recorreu por diversas vezes ao seu procurador em Caetité, solicitando recurso, pois não julgava lícito viver às custas do estado. 
Ao deixar o Governo da Bahia, recolheu-se a Caetité, onde reiniciou a clínica.
Em 1898, foi eleito, mais uma vez, Senador do Estado. Todavia não chegou ao final do mandato, porque faleceu em 18 de dezembro de 1903, deixando para o povo da Bahia um nome digno do mais profundo respeito e admiração.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
1.       Loureiro de Souza, Antônio – Baianos Ilustres (1564-1925). Salvador, 1973.
2.       Brasil no Ar-Bahia. Disponível em http://www.brasilnoar.com.br./BA/b
A_historia.asp. Acesso em 3 de setembro de 2009.
3.       Joaquim Manuel Rodrigues de Lima – Disponível em http://pt.wikiped
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rodrigues_Lima. Acesso em 03 de setembro de 2009.


APÊNDICE I
 A CRIAÇÃO DO CORPO DE BOMBEIROS NA BAHIA


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“Em 23 de novembro de 1889, assumiu o governo estadual Manuel Victorino Pereira, que divergiu com o governo federal e, em 26 de abril de 1890, passou o cargo ao Marechal Hermes da Fonseca, que comandava a guarnição do Exército em Salvador, nomeado pelo seu irmão, Marechal Deodoro da Fonseca, então Presidente da República Federativa do Brasil.
O Marechal Hermes da Fonseca assumiu o governo em um clima bastante tenso, inclusive pelo grande incêndio ocorrido em 04 de março de 1890 na zona comercial, que destruiu um quarteirão e a Ladeira do Taboão, deixando um saldo de 48 mortos e dezenas de feridos. Procurou de imediato acalmar os ânimos e consolidar as instituições republicanas, tais como a Força Policial (Polícia Militar) que, através de Decreto datado de 16 de maio de 1890, promoveu uma grande reforma administrativa e criou a 11ª Companhia de Combate a Incêndios, para substituir a então Corporação de Bombeiros Voluntários, que teve sua imagem bastante desgastada pelo incêndio do Taboão.
A Associação Comercial da Bahia, que custeava as despesas dos bombeiros voluntários, resolveu não mais fazê-lo e doou os equipamentos e quartéis existentes à 11ª Companhia de Polícia, que esteve, durante sua curta existência, sob o comando dos seguintes oficiais: Capitão Emídio Joaquim Pereira Caldas, assessorado pelos Tenentes Augusto Olívio Botelho e Otávio Nunes Sarmento; posteriormente assumiu o Capitão Joaquim Baldoíno da Silva, em 04 de maio de 1891; na seqüência, o Tenente Antonio Pedro de Almeida, em 13 de agosto de 1891; e Tenente Aureliano João Ferreira da Silva, em 07 de junho de 1891, até sua extinção.
O primeiro Governador estadual eleito por sufrágio popular e o sétimo da República, JOAQUIM MANOEL RODRIGUES LIMA assumiu em 28 de maio de 1892 e passou o governo com normalidade política em 27 de maio de 1896. Neste período, foi prefeito da Cidade do Salvador o Conselheiro JOSÉ LUIZ DE ALMEIDA COUTO, político de grande experiência administrativa que criou, através da LEI MUNICIPAL nº 124, de 26 de dezembro de 1894, o CORPO DE BOMBEIROS DA CIDADE DO SALVADOR, para executar, de modo regular e permanente, os serviços de combate contra incêndios e prestar socorros imediatos e profissionais nos casos de desabamentos, inundações, explosões etc, ou a pessoas que se encontrassem em iminente perigo de vida dentro da área do município.
A cidade de Salvador do fim do século XIX, embora continuasse como o grande centro polarizador da economia do Estado, principalmente a do Recôncavo, como já era desde os primórdios da economia do Brasil Colônia, não passava de uma cidade de dimensões medianas, mas já possuía um centro histórico–cultural bastante evoluído e um bairro comercial amplo e pujante, com estabelecimentos grossistas e grandes varejistas e bairros periféricos dispersos e ainda insignificantes, interligados precariamente, com exceção do bairro do Bonfim, já bastante populoso e importante, que se expandia por toda a península de Itapagipe.
As construções, mesmo as das zonas mais desenvolvidas, eram ainda coloniais, de pedra e cal, com largo uso de madeira, circunstância que deu origem e facilitou a propagação de memoráveis incêndios, que causaram numerosas mortes e grandes prejuízos, especialmente no bairro comercial.
A economia do Estado era ainda essencialmente agrícola, destacando-se no Recôncavo a indústria açucareira e de tabaco, para fins de exportação para a Europa.
Quando foi criado, o Corpo de Bombeiros da Cidade do Salvador possuía 06 oficiais e 23 praças, sob o comando do Capitão Leovigildo Cavalcante de Melo, três quartéis - doados pela Associação Comercial da Bahia, Companhia de Seguros Aliança e Companhia de Seguros Interesse Público – e todo o acervo para combate ao fogo.
O efetivo era bastante reduzido, o material inadequado e em pequena quantidade, situação que perdurou até 1912.
Neste período, ocorreu apenas um incêndio de grande proporção na Cidade Baixa, originado por forte explosão de fogos na firma comercial de propriedade de Arsênio dos Santos Pereira, destruindo todo um quarteirão, onde se sobressaiu o heroísmo do saveirista Rufino Manoel da Conceição que, escalando a fachada do edifício em chamas pelo cano da bica, atingiu o terceiro andar onde clamava por socorro Mariana Rufina do Nascimento, seu filho Aristides Dias e um sobrinho de nome Carlos de apenas oito anos, salvando todos.
O Corpo de Bombeiros de então não dispunha de estrutura profissional nem material para desempenhar operações de grandes envergaduras. A insuficiência de pessoal era amenizada de modo inadequado, com o credenciamento de vários homens jovens e fortes, todos civis, para serviços temporários; “biscateiros” que auxiliavam os bombeiros nos incêndios, recebendo uma pequena remuneração pelo trabalho realizado em cada ação.
As formas de aviso para se alertar a cidade sobre os sinistros eram através dos sinos das igrejas. Havia um código: o número de badaladas indicava a freguesia na qual ocorria o incêndio.
Um grande incêndio ocorrido em 1908 chocou a sociedade. A imprensa baiana apoiou o Corpo de Bombeiros e criticou duramente o poder público, o que levou a providências para melhoria da Corporação. A prefeitura importou da Inglaterra, em 1912, duas auto-bombas de grande eficiência operacional, sendo uma da marca Dennys e outra Merrywather, duas auto-escadas, uma de cada fabricante, uma ambulância e auto-transporte pessoal, que despertaram a curiosidade da população e renovaram a confiança no Corpo de Bombeiros.
O comandante Marcelino Félix expôs as auto-bombas por vários meses pois Salvador ainda dispunha de poucos veículos motorizados.
Antes da fundação do Corpo de Bombeiros, Salvador já contava com uma Guarda Municipal bem estruturada e selecionada; em 1915, para aumentar o efetivo, o prefeito fundiu as corporações, renovando o ânimo dos bombeiros, pois o chamado “grupo promissor”, oriundo da Guarda Municipal contribuiu muito para o desenvolvimento cultural, profissional e organizacional da instituição. Integravam este grupo Quintino Castelar da Costa, Vitorino Liberato Palma, Adolfo Galdino dos Santos e outros.
Em abril de 1916 foi nomeado para comandar o Corpo de Bombeiros o experiente Major da Polícia Militar, engenheiro Alcebíades Calmon de Passos, grande organizador e notável disciplinador. Sob seu comando os bombeiros alcançaram notável desenvolvimento em todos os aspectos, podendo-se destacar:
  • Contato permanente com o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (Rio de Janeiro), mais antigo e experiente, visando a aquisição de manuais e regulamentos específicos, que serviram de base para a implantação e o desenvolvimento do espírito e da mística profissional, com forma e conteúdo válido para toda a estrutura da Corporação;
  • Planejamento e construção de um belo e majestoso Quartel Central na Praça dos Veteranos, em estilo arquitetônico Lombardo Italiano, inaugurado em 29 de março de 1917, para aquartelar condignamente a administração e a tropa da Corporação, contando, inclusive, com uma torre de instrução no pátio central (já desmanchada). Toda a estrutura do quartel, inclusive a torre, foi construída vigas de aço importadas da Inglaterra;
  • Aumento substancial do efetivo, que alcançou o valor de Companhia, acrescido dos serviços correlatos, tais como: oficina mecânica, ferramentaria, correaria, etc.;
  • Aquisição de novos veículos automotores operacionais e de apoio, munidos inclusive de bússolas, máquinas fotográficas, binóculos de médio alcance, etc.;
  • Supressão gradual do emprego dos e auxiliares civis eventuais (biscateiros);
  • Criação de um embrionário Serviço de Apoio de Saúde;
  • Criação de uma Escola de Recrutas, nos moldes da então existente no Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, para preparar apropriada e convenientemente os novos incluídos nas fileiras da Corporação;
  • Criação de uma Escola Regimental, para transmitir às praças rudimentos propedêuticos primários, até o nível do Curso de Admissão ao Ginásio;
  • Criação de uma Biblioteca, que tomou, posteriormente, o nome de “Neves da Rocha” (ex-prefeito de Salvador), para facilitar o desenvolvimento da cultura no Corpo de Bombeiros e para atrair as pesquisas e as consultas profissionais;
  • Criação de uma Banda de Música e Marcial;
  • Criação do Serviço de Estatística, etc.
O rápido crescimento e o notável desenvolvimento profissional do Corpo de Bombeiros alcançou tal nível de notoriedade que as autoridades e os segmentos conservadores da sociedade baiana foram se convencendo de que a municipalidade não dispunha de estrutura financeira suficiente para continuar mantendo os seus bombeiros no nível que já haviam alcançado. Começava aí o entendimento de que a Corporação deveria ser transferida para o Governo do Estado, cujo erário poderia suportar despesas permanentes tão elevadas.”

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