108- EDGARD PIRES DA VEIGA
(PIRES DA VEIGA)
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Em 1939, depois de eficiente carreira docente, alcançou na Faculdade de Medicina da Bahia, a cátedra de Farmacologia e Arte de Formular, sucedendo o Professor Bezerra de Menezes.
Em 1854, a cadeira Farmacologia e Matéria Médica, Terapêutica e Arte de Formular, foi desdobrada em duas: Matéria Médica e Terapêutica. Trinta anos depois, em 1884, foi criada a cadeira de Farmacologia e Arte de Formular, ocupada, sucessivamente, pelos Professores Rosendo Guimarães (1884- 1890), Vitório Falcão (1891-1917), Frederico Koch (1917-1918), Fernando São Paulo (1919-1925) e, finalmente, Bezerra de Menezes (1925 a 1937).
Vaga a cadeira, em 1937, foi aberto concurso, ao qual concorreu Edgard Pires da Veiga. Aprovado, passou a ser o sexto ocupante da referida cátedra.
Inteligente, conhecedor da especialidade e, sobretudo, dotado de extraordinária capacidade de comunicação, proferia aulas agradáveis, muito elogiadas pelos estudantes.
Para as aulas teóricas, preferia o Anfiteatro Braga. As teóricas, a cargo de seu assistente, Professor José Luiz Pinto, eram ministradas no gabinete de Farmacologia.
O Professor Edgard Pires da Veiga era membro de várias instituições culturais e científicas. Publicou diversos trabalhos sobre farmacologia e arte de formular, dos quais destacamos “Ação Framacodinâmica da quinina sobre o coração” (1939) e “Da influência das modificações da tensão superficial sobre o preparo e a estabilidade das emulsões”(1940).
Ocupou, a convite do Professor Jorge Valente, a cátedra de Farmacologia da Escola Bahiana de Medicina, onde foi substituído, anos depois, pelo Prof. Penildon Silva.
Na vida pública, além de outros cargos, foi Secretário de Saúde, no Governo Juracy Montenegro Magalhães, substituindo o Professor Jayme Sá Menezes.
Na sociedade soteropolitana, gozada o prestígio de inumerosos amigos, os quais freqüentavam a sua casa, com frequência.
Odorico Tavares, em “Bahia, Imagens da “Terra e do Povo”, livro premiado na Bienal de São Paulo, em 1961, afirma que o mais famoso de todos os almoços oferecidos a Cosme e Damião, era o da residência do Professor Edgard Pires da Veiga.
O grande escritor, poeta e colecionador de arte, diz, a propósito dos referidos almoços, o seguinte: “Sua esposa, d. Haydée Pires da Veiga, apresenta dezenas de pratos de pura culinária afro-brasileira, que são a delícia dos convidados. Regados de vinhos franceses, precedidos de licores de jenipapo da terra. Os seus almoços de festejo dos dois santos constituem um prazer dos seus amigos, que os aguardam com ansiedade. É que o casal rende sincera homenagem a São Cosme e São Damião, já que tem duas belíssimas mabaças, devotas que são dos seus divinos protetores”
Mabaças, segundo os dicionários, são irmãs gêmeas.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
1. Leite, Geraldo – Reminiscências. Feira de Santana, 2007.
2. Sá Oliveira, Eduardo de – Memória Histórica da Faculdade de Medicina, concernente ao ano de 1942. Salvador, 1992.
3. Tavares, Odorico – Bahia, imagens da Terra e do Povo. São Paulo, 1951.
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