113- EDUARDO DINIZ GONÇALVES
(“BIRIBA”)
ÁRVORE CUJO NOME POPULAR É "BIRIBA"
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Nasceu em Salvador, no dia 21 de junho de 1878, sendo seus pais Ernesto Diniz Gonçalves e Maria Brasília Albertazzi Diniz Gonçalves,
Concluídos os estudos preparatórios, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual foi diplomado em Farmácia (1898) e em Medicina (1902).
Foram seus colegas de turma, no curso médico, Antônio Bonfim de Andrade, Antônio do Prado Valadares, Dário José Peixoto, Heráclio Ponciano de Menezes, José Cordeiro dos Santos Filho e Oscar Freire de Carvalho . Antônio do Prado Valadares, Oscar Freire de Carvalho, Dário José Peixoto e Heráclito Ponciano de Menezes foram professores da Faculdade. Antônio Bonfim de Andrade e José Cordeiro dos Santos Filho, participaram, ainda como estudantes, da Guerra de Canudos.
Prado Valadares foi aluno laureado com o Prêmio Prof. Manoel Victorino Pereira e foi Memorialista da Faculdade, no ano de 1913.
Em 1911, Eduardo Diniz iniciou suas atividades na cadeira de Anatomia, como Preparador. Graças à sua dedicação e persistente estudo, tornou-se, em 1916, após concurso de títulos e provas, Professor Catedrático da mesma disciplina.
Ensinou, durante muitos anos, na Escola de Odontologia.
Professor de grande renome, exerceu o magistério por vários decênios, concorrendo com o seu talento e sua capacidade para o prestígio que sempre gozou Faculdade
Foi chefe de escola, formando numerosos discípulos e seguidores, dentre os quais destacamos Audemário Silvino Guimarães (Bororó”), João José de Almeida Seabra (Jonas Seabra), Renato Teixeira, Milton de Uzeda Villela e vários anatomistas de elevado conceito.
O Prof. Eduardo Diniz Gonçalves, conhecido como “Biriba”, exerceu, além das atividades docentes, a clínica médica, onde marcou presença como profissional criterioso e humanitário.
Graças ao seu valor, foi diretor técnico dos Hospitais Espanhol e Português, em Salvador.
Foi Deputado Estadual (1911 a 1914), Senador Estadual, Vereador e Presidente da Câmara Municipal, portando-se sempre com dignidade, lucidez e louvor.
Era possuidor de conhecidos dotes artísticos, era bom pianista e excelente artesão.
Professor Emérito da Faculdade de Medicina (1947) e da Escola de Odontologia (1954), honrou as tradições da Bahia, deixando, ao fim da vida, uma legião de alunos, amigos e admiradores.
Faleceu em 23 de março de 1955 vivendo, portanto, 77 anos.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
1. Tavares-Neto, José - Formados de 1812 a 2008 pela Faculdade de Medicina da Bahia. Academia de Medicina de Feira de Santana, 2008.
2. Villela, Milton de Uzêda – Sinópse Informativa. Universidade Federal da Bahia. Volume II, No II, outubro. Salvador, 1978.
ANEXO I
DEPOIMENTO DE MILTON DE UZÊDA VILLELA
(Extraído de Villela, Milton de Uzêda – Sinopse Informativa. Universidade Federal da Bahia. Volume II, No II, outubro. Salvador, 1978.)
ANATOMIA DO CORPO HUMANO
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“ Apesar de distante, já decorridas algumas décadas, ainda relembro com nitidez o quadro, magnífico e emocionante, reservado ao calouro de Medicina, entre deslumbrado e temeroso, dos primeiros contactos com o ensino da Anatomia, vivido no recinto de nossa querida e saudosa Faculdade do Terreiro de Jesus. Aqueles momentos de tão alta significação tinham como cenário principal a ampla, clara, ventilada e suntuosa Sala de Dissecção, onde sobre algumas de suas lindas mesas trabalhadas em mármore italiano, ficavam estendidos os cadáveres, inteiros ou mutilados, daqueles heróis anônimos que iriam servir para que nos fossem dadas as aulas práticas ou para os nossos trabalhos de dissecção. Completando o quadro,, ao lado, estava o modesto, sério e respeitável Anfiteatro Barão de Itapoã; onde eram ministradas às manhãs de segundas, quartas e sextas, as aulas teóricas, pelo saudoso Prof. Eduardo Diniz Gonçalves, catedrático da 1ª Cadeira de Anatomia Humana. Dono de uma personalidade aparentemente hostil, possuía na realidade excelentes qualidades humanas e um coração muito bondoso, incapaz de fazer um mal. Penetrava nesse Anfiteatro, vestindo um alvo guarda pó, tendo numa das mãos a caderneta dos alunos, fazendo-se acompanhar pelas figuras humildes e obedientes dos seus dois funcionários de Gabinete mais velhos, Crispim e Florêncio, um deles conduzindo numa grande bandeja, os ossos que serviriam de assunto para a aula do dia. Silêncio profundo por parte de todos nós que lotávamos o referido Anfiteatro, em homenagem àquele pequeno e respeitável cortejo. Qual o estudante de Medicina que, àquela época, tendo freqüentado a gloriosa Faculdade do Terreiro, não conheceu “Biriba”, seu nome de guerra e que sempre se constituiu, tradicionalmente, no terror dos calouros. Dêle guardo muito boas recordações.
Eduardo Diniz Gonçalves representa a glória de um Professor, cujo trabalho por ele legado à nossa Comunidade está como que integrado em seu próprio espírito,cujos reflexos são experimentados pelos seus conterrâneos orgulhosos e envaidecidos”.
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