AUGUSTO VICTORINO ALVES DO SACRAMENTO BLAKE
(SACRAMENTO BLAKE)
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Nasceu em Salvador, a 2 de novembro de 1827, sendo seus pais José Joaquim do Sacramento Blake e Maria Antônia Alves Blake.
Realizou os estudos iniciais em sua terra natal, e ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual se doutorou em Medicina, no ano de 1849.
Foram seus colega de turma: Luiz Álvares da Cruz Santos, Pedro da Fonseca Mello e Rosendo Aprígio Pereira Guimmarães. Pedro Fonseca de Mello foi professor da Faculdade; morreu a serviço da Comissão de assistência à população acometida pela cólera, da qual foi vítima, na cidade de Cachoeira. Rosendo Guimarães também foi professor da Faculdade, memorialista (1860) e integrante do Corpo de Saúde do Exército, na Guerra do Paraguai. Quanto a Luiz Álvares da Cruz Santos, afrima Tavares-Neto que “há registros sem o sobrenome “da Cruz”, professor catedrático da cadeira de “Matéria Médica e Terapêutica”, memorialista de 1876 (4).
Concluído o curso médico, Sacramento Blake alistou-se, como cirurgião, no Corpo de Saúde do Exército, indo servir na campanha do Uruguai, quando foi condecorado pelos altos serviços prestados.
Em seguida, mudou-se para Alagoas, onde permaneceu por cerca de cinco anos.
Finalmente, fixou residência no Rio de Janeiro, onde, estimulado pelo Imperador D. Pedro II e por Ruy Barbosa, dedicou-se à elaboração do seu famoso “Dicionário Bibliográfico Brasileiro”, obra do mais alto valor, editado, originalmente, em sete volumes, entre 1883 e 1902.
Sobre Sacramento Blake e seu Dicionário, disse Pedro Calmon: “Sacramento Blake representa para as nossas letras o que valem para os portugueses Barbosa Machado. Seria excessivo dizer que esse médico, fácil no louvor, minucioso do inventário, apressado na indagação, mas paciente no trabalho, fosse um historiador da literatura. Reuniu abundante material para que pudessem fazê-lo os críticos. Fixou, para sempre, algumas fisionomias, que doutro modo se perderiam” (1).
Disse Loureiro de Souza: “No Dicionário Bibliográfico Brasileiro há um como retrospecto literário, uma síntese da história cultural brasileira das suas origens até quando se concluiu a obra, recolhendo nomes e trabalhos que hoje estariam no olvido não fora a paciência e o esforço desse abnegado estudioso que foi Sacramento Blake” (3).
Além do dicionário, Sacramento Blake publicou outros trabalhos. Fundou e foi redator-proprietário de um periódico científico e literário dos estudantes da Faculdade de Medicina da Bahia, o qual circulou de 1840 a 1850.
Em 1846, editou um romance (“Dous Casamentos”). Em 1948, “Deus e o Homem”. Em 1949, “Reflexões sobre a Saudade”.
Abatido por pertinaz enfermidade, perdeu a visão, ficando completamente cego. Seu estado era tal que “os últimos volumes do dicionário foram praticamente corrigidos por uma filha menor” (2).
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
1. Calmon, Pedro – História da Literatura Bahiana. Salador, 1949
2. Lacaz, Carlos da – Médicos Baianos. São Paulo
3. Loureiro de Souza, Antônio. Baianos Ilustres. Salvador, 1973.
4. Tavares-Neto, José – Formados e 1812 a 2008 pela Faculdade de Medicina da Bahia. Feira de Santana, 2008.
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