CLARIVAL DO PRADO VALADARES
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Clarival do Prado Valadares, filho de Antônio do Prado Valadares e Clarice do Prado Valadares, nasceu em Salvador, no dia 26 de setembro de 1918.
Pesquisador, crítico da arte e historiador, foi, no dizer de Nelson Barros, “doublé de médico e humanista, ambas as formações bem sedimentadas – hipertrofiando-se nesta última” (1).
Fez o curso médico, inicialmente, no Recife. A partir do quarto ano, na Faculdade de Medicina da Bahia.
No Recife, aproximou-se de Gilberto Freire e, ao lado do grande brasileiro, deu os primeiros passos na área humanista.
Concluído o curso médico, foi para o Rio de Janeiro e fez, em 1949, concurso para o Hospital dos Servidores Públicos.
Em 1951, voltou para Salvador e trabalhou, até 1953, no Serviço de Anatomia Patológica do Hospital das Clínicas da UFBa, chegando a chefiar o referido serviço.
Em 1953, defendeu tese sobre “Determinações Intestinais na Doença de Manson-Pirajá da Silva” e obteve o doutorado, na Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia.
De 1953 a 1954, fez pós-graduação em Patologia, no Massachusets General Hospital (Estados Unidos).
“Em Harvard, Clarival começou a sentir uma profunda atração pela metodologia científica. A importância de colocar a inteligência na linha de uma disciplina, ir modelando-a, assinalando dentro dessa disciplina de observação, tudo o que achava de válido ou valioso, obtendo resultados equilibrados e diferenciados. A isto ele costumava chamar de Filosofia da Patologia” (2).
Sob a influência do Professor Gatewell, estabeleceu sólida ligação da arte com a medicina.
De regresso à Bahia, conquistou a livre-docência, com a tese “Estudo sobre a enterocolite pseudomembranosa”.
Em 1962, retornou para o Rio de Janeiro, dando asas à sua inclinação artística.
Tornou-se membro do Conselho Federal de Cultura, e continuou a trabalhar no Hospital dos Servidores Públicos, nele permanecendo até 1967, quando, acometido de grave enfermidade cardíaca, foi obrigado a aposentar-se.
Todavia, não deixou de produzir. Mais de duas dezenas de produções de inestimável valor surgiram da sua imaginação criadora, tais como “Arte e Sociedade nos Cemitérios Brasileiros”, “Presciliano Silva -- Um Estudo Biográfico”, “O Comportamento Arcaico Brasileiro” e, sobretudo, “Nordeste Histórico e Monumental” (em quatro volumes).
Recebeu, no decorrer de sua bela e doce existência, incontáveis títulos, prêmios, troféus e diplomas.
Doente, sentido-se perto da morte, exclamou: “Não faço medicina, eu sou objeto da medicina !”.
Para ele, ciência e arte são como o corpo e a alma de um povo.
Faleceu em 1979, no Rio de Janeiro.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
1. Barros, Nelson – Discurso de Posse. Anais de Academia de Medicina da Bahia, Volume X, dezembro de 1994.
2. Prado Valadares, Marcos Antônio do – Discurso de Agradecimento – Anais da Academia de Medicina da Bahia, Volume XIII, junho de 2004.
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