143- FRANCISCO RODRIGUES DA SILVA
FAMÍLIA BAIANA, DÉCADA DE 1850
*
Nasceu em Salvador, em 1830.
Colou o grau de doutor em Medicina, em 1853, pela Faculdade de Medicina da Bahia.
Opositor da Seção Acessória, por concurso, em 1857. Professor substituto da mesma Seção, por concurso, em 1858. Professor de Química Mineral, por concurso, em 1858. Professor catedrático de Medicina Legal, de 1875 a 1882.
Como Vice-Diretor da Faculdade de Medicina, substituiu o Diretor, durante o período de 1881 a 1886.
No Liceu Provincial, ensinou Geometria.
Na vida pública, foi eleito deputado provincial.
Recebeu várias honrarias: Membro do Conselho do Imperador, Comendador da Ordem de Cristo e da Ordem da Rosa.
Em recompensa aos elevados serviços prestados ao país, durante a Guerra do Paraguai, foi agraciado com a “Medalha de Campanha”.
Autor da Memória Histórica da Faculdade de Medicina, concernente ao ano de 1862.
Faleceu em 1886.
“O Conselheiro Rodrigues da Silva, pelos grandes serviços prestados nos hospitais durante a Guerra do Paraguai e rara dedicação profissional revelada no teatro de tão terrível luta; pela superioridade das atitudes políticas; pelo primor da palavra; pelo devotamento à causa do ensino; pela extraordinária cultura; representa uma das mais genuínas glórias da nossa Faculdade, e da nossa terra” (2).
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
1. Carvalho Filho, José Eduardo Freire de – Notícia Histórica sobre a Faculdade de Medicina da Bahia, no ano de 1909. Salvador, 1909.
2. Sá Oliveira, Eduardo – Memória Histórica da Faculdade de Medicina da Bahia, concernente ao ano de 1942. Salvador, 1992.
APÊNDICE I
“ALUNOS NAS MEMÓRIAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA” (V)
(Resumo do original extraído de Souza e Azevedo, Eliane Elisa de – Memória Histórica (1996-2007). Feira de Santana, 2008).
(O INTERNATO)
ESTUDANTES DE MEDICINA, SÉCULO XIX
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“Em 1859, os alunos são comunicados da abertura de inscrições para o Internato.
Por não ter comparecido um aluno sequer para a inscrição, a Congregação, em obediência ao Regulamento, nomeia dois alunos para Clínica Médica e dois para Clínica Cirúrgica.Dois dos nomeados se recusaram. Mais tarde, dois outros alunos apresentaram-se como voluntários ao Internato. A resistência dos alunos ao concurso para o Internato foi interpretada como decorrente do não cumprimento da Lei por parte da Santa Casa de Misericórdia, que, por razões financeiras, recusava-se a oferecer alimentação aos internos. Sugeriu-se, então, a exemplo da França, instituir prêmios e medalhas para esse concurso a fim de estimular os estudantes a essa forma de ensino prático.
Em 1861, vive-se o terceiro ano de abertura de concurso para Internato e, novamente, nenhum aluno se inscreve. Na avaliação do Memorialista de 1861, Prof. Francisco Rodrigues da Silva, duas explicações são possíveis: “ ou essa repugnância invencível ao concurso provem de defeitos na lei que o instituiu ou por motivos pessoaes muito poderosos arredam do combate os competidores aos quais é impossivel que faltem desejos de mostrar ao público o que são e o que valem”. Conclui favoravelmente à primeira explicação.
Eram candidatos ao Internato, conforme o Regulamento Complementar (art. 280) os alunos do 4º e 5º anos, para o Internato de Clínica Cirúrgica e os alunos do 6º ano para o Internato de Clínica Médica. Para o Memorialista de 18651, os alunos não estariam devidamente preparados para enfrentar o concurso, por conta da precariedade do próprio ensino. Outros, todavia, concluem que os alunos não se achavam devidamente recompensados com as remunerações que lhes oferece a Lei, pois além da não oferta de alimentação pela Santa Casa de Misericórdia, a retribuição pecuniária prevista, não fora cumprida aos que já tinham realizado o Internato.
No ano seguinte, 1862, o memorialista, Prof. Domingos Rodrigues Seixas, reporta-se à questão do Internato, cujo concurso se acha abandonado pelos alunos, opondo-se, todavia, à sugestão de que a Congregação escolha os alunos para realização desse treinamento por considerar esse procedimento “anômalo perante a sciencia e irregular diante da lei”.
Em 1864, o memorialista Dr.Antonio Cerqueira Pinto lamenta a persistência de completa falta de entusiasmo pelo Internato, sugerindo que algum tipo de estímulo deveria ser oferecido ao aluno a fim de o atrair. Sugere que o Governo, ao “empregar qualquer médico pesasse na balança os serviços que prestou como Interno”.
Nos anos seguintes, nas diversas memórias, nda mais é referido sobre o Internato até o ano de 1896. A polêmica e famosa Memória escrita pelo Prof. Raymundo Nina Rodrigues (versão manuscrita, não aprovada pela Congregação), volta a referir-se ao Internato, que abrange toda a sexta série. O ponto destacado pelo memorialista Nina Rodrigues em relação ao Internato é diferente dos anteriores. Preocupado com o resultado dos exames dos alunos, esse Memorialista entende que o internato “falseia o resultado dos exames porque o Professor julga-se na obrigação de não abandonar o seu discípulo e companheiro”.Deduz-se que, pelo menos nessa época, ano 1896, a questão de repulsa ao internato já não mais existia.”
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