129- FERNANDO VISCO DIDIER
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Professor catedrático, por concurso, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, desde 1963. Defendeu, na ocasião, tese sobre o tratamento cirúrgico da hipertensão portal, tema por demais discutido, naquela época.
Docente-livre, desde 1957, foi um dos criadores da Residência Médica na Bahia, e um dos seus maiores entusiastas.
Chefiou o Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFBa. Por muito tempo, foi substituto do Vice-Diretor da referida faculdade.
Vice-Diretor, e Diretor, do Hospital Espanhol da Bahia, foi uma das maiores expressões da medicina baiana, na segunda metade do século XX.
“Poderia ter ocupado cargos de maior relevância na Universidade Federal da Bahia e no Governo Estadual (de Reitor a Secretário de Estado). Seu compromisso com o ensino, sua dedicação à clientela e sua excessiva modéstia e indesculpável timidez não permitiram” (Thomaz Cruz, obra citada).
Apesar dessas limitações, formou escola. Muitos alunos e contemporâneos se beneficiaram dos seus ensinamentos, o que, aliás, constituiu motivo de orgulho para todos: Augusto Teixeira, Ernesto Simões Neto, Fernando Kleber Pacheco, Luiz Carlos Medrado Sampaio, Jehorvan Lisboa, Heitor Guimarães, Jorge Bastos, Paulo Solano, Eduardo Napoli, e muitos outros.
Chefe do Departamento de Gastroendocrinologia, Endocrinologia e Fisiopatologia da Nutrição, congregou em torno da sua pessoa, numeroso grupo de clínicos e cirurgiões, tornando-se,indiscutivelmente, referência especial no campo da cirurgia endócrina.
Sua modéstia contrastava com a vaidade de alguns luminares do seu tempo. Relata Thomaz Rodrigues da Cruz, sergipano ilustre, ex-diretor da faculdade de medicina primaz do Brasil que, durante a sua gestão, o Prof. Fernando Visco Didier, recém aposentado, foi indicado para Professor Emérito. Seu nome não foi votado porque o indicado, apesar dos insistentes pedidos do Diretor, nunca apresentou o currículo.
Fernando Didier era conhecido como “O Guerreiro”. “Guerreiro, porque um lutador. Sempre disposto a ajudar, a apoiar, a preparar outros guerreiros” (Ibidem).
Morreu precocemente.
“O indômito guerreiro caiu de pé. Trabalhou até a véspera. Como queria. Tentou esconder a enfermidade que o levou, até que não pôde mais, para poupar os que mais amava” (Thomaz Cruz, obra citada).
FONTE BIBLIOGRÁFICA:
Rodrigues da Cruz, Thomaz – Perfis do Meu Apreço. Salvador, 2008.
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