ALFREDO AUGUSTO DA MATA
Nasceu em Salvador, Bahia, no dia 18 de março de 1870. Seus pais foram o major Joaquim Francisco da Mata e Leopoldina Carolina da Mata.
Após ter concluído os cursos primário e secundário, em sua cidade natal, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia onde se doutorou em dezembro de 1893.
Foram seus colegas de turma: , Francisca Barreto Praguer, Gonçalo Muniz Sodré de Aragão, João Gonçalves Martins, todos professores da Faculdade (3).
Seu primeiro emprego foi o de médico do Lóide Brasileiro. Percorreu toda a costa norte do Brasil, deixou o cargo para fixar residência na cidade de Manaus.
Em Manaus, fundou o jornal “Amazonas Médico” e produziu inúmeros trabalhos científicos ligados às doenças tropicais e dermatológicas, muitos deles premiados por instituições médicas do Brasil e do exterior.
Pesquisador nato, descobriu, em 1918, e estudou, a doença das seringueiras, causada por um microcoleóptero que – em sua homenagem – recebeu o nome de Platypus matai . No ano seguinte, isto é, em 1919, descobriu e classificou um novo triatomíneo hematófago, pertencente ao gênero Rhodnius e diagnosticou o primeiro caso de esquistossomíase no Amazonas.
Escreveu duzentos e trinta e quatro produções científicas, pelos quais recebeu significativa homenagem dos médicos amazonenses por ocasião do seu jubileu profissional. Foram sete dias de homenagens congratulatórias, partidas de todas as classes representativas de Manaus, do Amazonas e do Brasil. A propósito de tais homenagens, disse Ruy Alberto Costa Lins: “Jamais se viu consagração maior e mais justa. Foi uma glória, uma glória sagrada e justa”(1).
Estudou com afinco o mal de Hansen e foi um dos precursores da leprologia no Brasil.
Dirigiu o Departamento de Saúde Pública e exerceu, com brilhantismo, vários outros cargos da administração estadual e federal.
Médico humanitário, mereceu o reconhecimento público, pelo que foi eleito deputado estadual, deputado federal , presidente da Assembléia Legislativa e senador da República.
É de sua lavra o diagnóstico dos primeiros casos da doença de Carrión, bartonelose até então restrita ao Peru e a poucos países vizinhos.
Carlos Lacaz, sintetizando a vida e a obra de Alfredo da Mata, afirmou que ele “foi indiscutivelmente, um consagrado pesquisador e publicista em assuntos de medicina tropical, sendo também, um administrador impecável,com as aptidões de técnico estudioso e apaixonado. Foi, sobretudo, um abnegado, em sua incansável atividade de zelar pela salubridade de Manaus”(2).
Como professor universitário, alcançou imensurável destaque. Foi professor de Higiene e Enfermatologia do curso de Farmácia da Faculdade de Medicina de Manaus.
Participou praticamente de todos os congressos nacionais e internacionais da sua área de ação, realizados em sua época, neles apresentando trabalhos que mereceram (pelo menos alguns deles...) repercussão mundial (1).
Fez parte de um número significativo de entidades científicas do Brasil, França, Bélgica e Itália, das quais recebeu diversas homenagens.
Faleceu no Rio de Janeiro, em março de 1954, aos 84 anos de idade.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
1. Costa Lins, Ruy Alberto – Alfredo Augusto da Mata – Tríade da Sabedoria. Manaus. Disponível em http:// www.google .com.br /search?q=alfredo+augusto+da +mata&hl = pt-BR&lr=lang_pt& start=10&sa=N
2. Lacaz, Carlos da Silva – Vultos da Medicina Brasileira, S. Paulo, 1966.
3. Tavares-Neto, José – Formados de 1812 a 2008 pela Faculdade de Medicina da Bahia. Feira de Santana, 2008.
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