ALBERTO ALVES DA SILVA
Nasceu na cidade do Salvador, Bahia, em 9 de janeiro de 1900.
Seus pais foram o magistrado e poeta Juvenal Alves da Silva e Ana Américo de Oliveira.
Fez o curso de Humanidades no Ginásio Carneiro Ribeiro. Posteriormente, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia pela qual se diplomou, em Farmácia e em Medicina, no dia 15 de março e no dia 27 de dezembro, respectivamente, no mesmo ano de 1924.
Foram seus colegas na turma de medicina: André Negreiros Falcão, Egas Moniz Barreto de Aragão Júnior, Flávio Tavares Macedo, e Sebastião Vaz Pereira de Hora. O primeiro foi um dos fundadores da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública; o último foi um dos fundadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas; os outros foram professores da Faculdade.
Sua tese de doutoramento versou sobre “O Pneumotórax Artificial no Tratamento da Tuberculose Pulmonar”, a qual defendeu com extraordinário brilhantismo.
Em sua atividade médica, abraçou a Tisiologia, a qual exerceu com habilidade e competência, quer na clínica particular quer no Dispensário Ramiro de Azevedo, do qual foi Diretor.
Participou de vários congressos e eventos científicos no âmbito da sua especialidade, sempre com destaque.
Desempenhou não somente a missão de médico, foi professor de nível médio, professor universitário, historiador, jornalista, homem de letras e humanista.
Como médico, foi competente tisiologista. Como professor de nível médio, ensinou em vários colégios de Salvador, inclusive no Sofia Costa Pinto, no Carneiro Ribeiro, no Instituto Baiano de Ensino e no Educandário dos Perdões. Como professor universitário, foi Catedrático de História Econômica Geral e do Brasil, na Faculdade de Ciências Econômicas da Bahia. Como historiador, foi um dos maiores do Brasil (inclusive em História da Medicina). Como jornalista, manteve, durante muitos anos, uma coluna de grande prestígio no jornal “A Tarde”, de Salvador. Como homem de letras, foi autor festejado, em vista de ter publicado vários trabalhos de indubitável valor. Como humanista, deu ênfase ao aspecto social da Medicina e foi uma figura de escol, elogiada no Brasil, na Espanha e em Portugal.
Exerceu diversas funções de relevo e fez parte de instituições culturais do país e do exterior, tais como, do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, a Academia de Letras da Bahia, o Instituto Baiano de História da Medicina, a Academia de História de Lisboa, o Centro de Estudos Baianos, a Associação Paulista de História da Medicina, o Instituto Brasileiro de História da Medicina, o Instituto Genealógico da Bahia, o Centro de Estudos Etnográficos da Bahia, o Centro de Estudos Hispânicos da Bahia, e inúmeras outras.
Recebeu várias honrarias, dentre as quais destacamos o diploma e a medalha de Comendador da Ordem de Afonso X, de Espanha.
Faleceu em Salvador, no dia 9 de dezembro de 1957, tendo vivido cinqüenta e sete anos, dos quais, mais de trinta foram de trepidante trabalho e de imensa valia para a cultura baiana.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
1. Santiago, Urcício – Alberto Silva. ANAIS DA ACADEMIA DE MEDICINA DA BAHIA, volume 8. Empresa Gráfica da Bahia. Salvador, 1992.
2. Cruz, Thomaz Rodrigues Costa da – Discurso de Posse. ANAIS DA ACADEMIA DE MEDICINA DA BAHIA, volume 9. Empresa Gráfica da Bahia. Salvador, 1993.
3. LOUREIRO DE SOUZA, ANTÔNIO . Baianos Ilustres. Editora Beneditina, Salvador, 1973.
4. Tavares-Neto, José – Formados de 1812 a 2008 pela Faculdade de Medicina da Bahia. Feira de Santana, 1008.
APÊNDICE I
A BANDEIRA DA BAHIA
(Extraído de http://brasilrepublica.hpg.ig.com.br/bandeirabahia.htm// Teixeira, Antenor—Os Símbolos na Consciência Cívica do Um Povo)
“O saudoso mestre Alberto Silva, em seu livro “Primeira Cidade do Brasil" (aspectos seculares), 1935, afirmou que a Bahia “não possui bandeira representativa, porque o seu governo não decretou ,ao que nos conste, criação alguma da bandeira que lhe constituísse símbolo oficial e pudesse ser legalmente desfraldada nas cerimônias públicas e privadas”
Esta é uma afirmação que até hoje não foi contestada. Em nossas pesquisas não encontramos nenhum ato oficial estabelecendo a forma da Bandeira da Bahia
Não obstante tais observações do insigne mestre, o uso da Bandeira dos republicanos de 1798, como imagem da terra-mater do Brasil, tornou-se uma constante na opinião pública, enraizando-se de tal forma na consciência do povo, que os governos não tiveram outra alternativa, senão de aceitá-la como símbolo representativo da Bahia. Reformá-la, decorrido tanto tempo, seria quebrar um costume ou uma tradição.
A Bandeira de 1ª Revolução Social Brasileira (Guerra dos Alfaiates), tem em seu favor um acervo de valores cívicos. A este respeito, Bernardino de Souza, outro grande mestre e fundador do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, fez a seguinte declaração: “se não teve mártires da Inconfidência Mineira, arroubo dos sonhadores que trocavam a Lira pela espada, aqui também houve Inconfidência - a de 1798, e foi na Bahia-mater que um rei violentando o benemérito traçou a 1ª. Fórmula de emancipação do Brasil, rasgando as cortinas ruinosas do monopólio comercial que trancavam as portas às bandeiras do Mundo e até cerrava aos espíritos as aspirações da vida livre”.
Alberto Silva desejava que a Bahia adotasse como seu símbolo a Bandeira dos federalistas baianos de 1832, arvorada em 27 de abril daquele ano, no Forte do Mar.
Em face desses fatos, Alberto Silva e Braz do Amaral achavam: “que as pessoas que organizaram a bandeira que hoje arvora como a da Bahia não eram conhecedoras dos acontecimentos acima referidos”.
Para Alberto Silva, deixamos de “adotar, talvez para sempre, a Bandeira que nós próprios idealizamos e criamos, a Bandeira que surgiu de um movimento nosso”. Foi mais além, considerou a Bandeira em vigor, como sendo de caráter alienígena, simbolizando um federalismo estrangeiro.
Aliás, o ideal republicano sempre teve o seu lugar na consciência do povo brasileiro, assim como era uma força viva de todo o continente americano.
Enquanto a revolução baiana de 1793 se fundamentava numa plataforma filosófica,, doutrinária e humanista, não visando a vingança contra ninguém, a outra, a federalista de 1832 e 833, planejava inclusive o fuzilamento de D.
Pedro I.
Confirmando um costume, o governador Juracy Magalhães, em Decreto no 17628, de 11/06/1960, restabelecia o uso com caráter obrigatório da Bandeira da Bahia, então em uso nas paradas militares e escolares.
Como se percebe, o tempo se incumbiu de oficializar a Bandeira do Estado da Bahia.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário